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Ex-deputado Beto Mansur fez uma análise da situação política do País e não crê no impeachment no País - Foto Carla Nascimento Ex-deputado Beto Mansur fez uma análise da situação política do País e não crê no impeachment no País

Política

29 DE JULHO DE 2021

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Para ex-deputado Beto Mansur, não há clima de impeachment contra Bolsonaro

Para ex-deputado Beto Mansur, não há clima de impeachment contra Bolsonaro. E “Lula foi o responsável pelo que ocorreu com Dilma Roussef”

Por: Fernando De Maria

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Ex-deputado Beto Mansur fez uma análise da situação política do País e não crê no impeachment no País

Ex-deputado Beto Mansur fez uma análise da situação política do País e não crê no impeachment no País. Foto: Carla Nascimento

Depois de mais de 30 anos atuando na política com algum mandato no Executivo ou Legislativo, o ex-deputado federal Beto Mansur (MDB) reconhece que encerrou sua passagem na vida pública.

Pelo menos em cargo eletivo.

No entanto, isso não significa, porém, que ele abandonou a política.

Ao contrário.

Temas como impeachment, eleições 2022 e Centrão são facilmente analisados pelo parlamentar, sempre alvo de críticas em razão de seus polêmicos posicionamentos.

Foi um dos maiores críticos ao PT em Santos, por exemplo, desde os anos 90.

Época quando a prefeitura foi governada por Telma de Souza e depois por David Capistrano.

Além disso, foi um dos poucos parlamentares fiéis ao ex-presidente Michel Temer até o último dia do seu mandato – apesar da impopularidade do governante.

Pagou o preço ao não se reeleger em 2017.

Meros 27.613 votos, sua pior votação como deputado.

No entanto, até hoje, mantém contato frequente com o ex-presidente.

Hoje, quem diria, tece elogios a Lula, líder petista, com quem diz ter um bom relacionamento, apesar do seu histórico de críticas ao PT.

“Se eleito, Lula virá no sentido de união nacional”, define.

Seu celular tem uma lista com mais de 2 mil contatos.

E só falar o nome de alguém, que ele já apresenta na tela.

(No dia da entrevista ao Jornal Enfoque – Manhã de Notícias na última sexta (23), enviou mensagem se solidarizando com a deputada Joice Hasselmann (PSL), vítima de violência em seu apartamento funcional, que está sendo apurada pela polícia).

Assim, Mansur, que já foi prefeito de Santos por oito anos, fez sucessor (o também ex-deputado João Paulo Papa), chegou ao topo do cargo como deputado federal em cinco mandatos.

“Quem deu o golpe na Dilma foi o Lula”

“Se fosse eleito desta vez, buscaria ser o presidente da Câmara”, disse.

Apesar de ter entrado no baixo clero no início dos anos 90, o parlamentar foi galgando espaços nas eleições seguintes.

Chegou a corregedor da Câmara e primeiro secretário da Casa – uma espécie de prefeito da Casa – entre 2015 e 2017, no olho do furacão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Hoje, empresário dos setores de comunicação (VTV, em Santos e Campinas, e emissoras de rádio) e do agronegócio – fazenda em Goiás, motivo de orgulho, segundo o mesmo -, o ex-deputado conhece bem os bastidores da política nacional.

De Bolsonaro, ele o conhece desde o início do seu primeiro mandato, em 1992.

“Entramos juntos no Congresso”.

Mansur aponta que o governo Bolsonaro tem pontos positivos, mas falha na comunicação.

E pior: desdenhou de temas caros politicamente como a negação pelas vacinas e a falta de incentivo ao uso de máscaras à população.

Além disso, não crê que haja clima para o impeachment do atual presidente.

Isso ao contrário do que ocorrera com a ex-presidente Dilma Rousseff.

“Quem deu o golpe na Dilma foi o Lula”, enfatiza.

Gota d’água

Ele lembra que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estava pressionado pela cassação de Dilma, mas segurou todos os processos contra ela.

Até que o então deputado Rui Falcão, jornalista próximo ao ex-presidente Lula, anunciou que os três deputados petistas votariam contra Cunha para abertura de processo na Comissão de Ética, fato que acabou provocando sua cassação.

Foi a gota d’água.

Assim, Cunha autorizou as discussões para o pedido de impeachment contra a ex-presidente.

Depois disso, a história já é conhecida por todos.

“Dessa forma, o pedido de impeachment contra Bolsonaro só sai se Arthur Lira (atual presidente da Câmara) quiser”, dispara.

São mais de 120 pedidos engavetados pelo presidente da Casa até o momento.

Não é à toa que o Progressistas, partido de Lira, é o mesmo do senador Ciro Nogueira, atual presidente da legenda.

Curiosidade: ex-crítico de Bolsonaro é agora o seu chefe na Casa Civil.

Aliás, o PP pode ser o partido a qual Bolsonaro deverá se filiar.

Sobre Bolsonaro: “não dá para ter impeachment toda hora”. Foto: Divulgação

Sem impeachment

De qualquer forma, Mansur é claro: não dá para ter impeachment toda hora.

“É desgastante. O ideal é Bolsonaro seguir até o final do mandato”.

Descarta também qualquer possibilidade de golpe.

“Eu vivi este período. Meu pai (deputado federal Paulo Jorge Mansur) foi cassado pela ditadura e ficou no navio Raul Soares”, recorda.

Ancorada no estuário do porto de Santos, a embarcação abrigou presos políticos logo após o golpe de 64.

 

Defesa de Lula

Sobre Lula: “ele buscará unir o País”. Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Lula

Quanto a Lula, o ex-parlamentar acredita que ele participará da campanha em tom conciliador em busca da união nacional.

“Ele tem uma boa relação no exterior”, acrescenta.

Diante deste cenário, ele não crê em uma eventual terceira via, a despeito de alguns nomes surgirem no cenário.

Cita os casos do governador paulista João Doria, que terá que passar por prévias junto com outros nomes do PSDB, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o senador Tasso Jereissati.

Além de nomes como Ciro Gomes e até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que deve concorrer pelo PSD.

Estado de São Paulo

Assim, já em âmbito paulista, Mansur considera que a disputa será acirrada.

Isso porque, calcula, haverá um candidato de esquerda em um eventual segundo turno (Fernando Haddad, do PT, ou Guilherme Boulos, do PSOL).

Do outro lado, alguém do governo ou próximo a ele.

Resta saber, porém, para onde irá o ex-governador Geraldo Alckmin.

Ou seja, hoje no PSDB, mas de malas prontas para o PSD, segundo informações divulgadas na imprensa.

“Resta saber também quem Alckmin irá apoiar à presidência”, diz.

Amigo e um dos poucos políticos que ficaram até o fim do mandato do ex-presidente Michel Temer, Mansur assegura que ele não será mais candidato.

Mesmo a despeito do seu nome ser citado pela Imprensa.

“Acho muito difícil ele voltar a ser candidato”, diz.

Na entrevista, Mansur também falou sobre o agronegócio, desmatamento e outros temas.

Confira o programa completo

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