
Brasil caiu 10 posições em relação à última pesquisa e ocupa a 90ª colocação entre igualdade de sexos, a pior colocação desde 2011. Foto: Agência Brasil/Arquivo
Depois de uma década de progresso lento, mas contínuo, em direção à igualdade de gênero, pela primeira vez o Fórum Econômico Mundial constatou aumento das disparidades entre homens e mulheres no planeta.
A informação consta do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, divulgado hoje (2) pela organização.
Por causa da queda da participação feminina na política, o Brasil caiu 11 posições em apenas um ano.
A pesquisa aponta que o País ficou em 90º.
Em relação à primeira edição da pesquisa, em 2006, a queda foi de 23 posições.
O retrocesso do Brasil o colocou em sua pior situação desde 2011.
A baixa participação política das mulheres é o principal elemento que motivou a queda.
O País, porém, apresentou modestos avanços do país no quesito de participação econômica.
Apesar da piora na classificação, o relatório destaca que o Brasil resolveu suas diferenças de gênero na área de educação.
Combate
O estudo indica que 68% da desigualdade de gênero no planeta foi combatida, contra 68,3% em 2016 e 68,1% em 2015.
Todos os quatro pilares do relatório apresentaram piora na comparação entre homens e mulheres.
São eles: acesso à educação, saúde e sobrevivência, oportunidade econômica e empoderamento político.
Até o ano passado, os dois últimos itens vinham apresentando evoluções.
Pelo cálculo atual, seriam necessários 100 anos para acabar com a desigualdade de gênero em todo o mundo.
No ano passado, a previsão era 83 anos.
A pior situação é a do mercado de trabalho, em que a organização estima que são necessários 217 anos para acabar com a desigualdade.
Mesmo assim mais da metade dos 144 países pesquisados melhoram no item nos últimos 12 meses.
“Estamos passando da era do capitalismo para a era do talentismo”, afirmou o presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, segundo a nota da instituição.
“A competitividade em níveis nacional e de negócios será decidida, mais do que nunca, pela capacidade de inovação de um país ou uma empresa”, resssaltou.
“Quem entende a integração das mulheres como uma importante força dentro do seu grupo de talentos terá mais sucesso”, afirmou.
O relatório indica que, se a lacuna de gênero na área econômica em todo o mundo fosse reduzida a 25% até 2025, haveria um acréscimo de US$ 5,3 trilhões ao Produto Interno Bruto – PIB.
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos global.
Melhores colocados
O país mais bem colocado no índice geral foi a Islândia, que resolveu 88% da desigualdade de gênero e permanece no topo da lista há nove anos.
Em seguida vêm Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia.
O país mais bem classificado da América Latina é a Nicarágua, em sexto lugar, seguida pela Bolívia, em 17º.