Brasil e Interpol vão ampliar colaboração mútua no combate ao crime | Boqnews
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nacional

09 DE JUNHO DE 2025

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Brasil e Interpol vão ampliar colaboração mútua no combate ao crime

Declaração de intenção foi assinada nesta segunda-feira na França

Por: Andreia Verdélio
Agência Brasil

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O Brasil e a Interpol, organização policial internacional, assinaram declaração de intenção para ampliar as possibilidades de colaboração e viabilizar novas operações conjuntas. Sendo assim, o ato foi firmado durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sede da instituição, nesta segunda-feira (9), em Lyon, na França.

“Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais. A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas”, disse Lula, afirmando que a cooperação policial permanecerá como prioridade da política externa brasileira.

“Para combater o crime de forma efetiva é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”, acrescentou, ao destacar políticas adotadas pelo governo atual no combate a esses crimes.

A declaração de intenções com a Interpol tem o intuito de:

-ampliar a cooperação por meio de iniciativas que visam reforçar a cooperação internacional para enfrentamento do crime organizado;

-desarticular organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio;

-apoiar a modernização tecnológica e institucional dos órgãos de segurança pública no Brasil e na América Latina; e

-promover a proteção de grupos vulneráveis e os direitos humanos na atuação policial.

Representante do Brasil

Desde novembro de 2024, a Interpol é comandada pelo delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza, que foi eleito como novo Secretário-Geral da instituição que reúne 196 nações. É o primeiro representante de um país em desenvolvimento a ocupar esse cargo nos 100 anos de existência da Interpol.

Lula disse que é uma honra para o Brasil e para a PF ter o brasileiro no cargo mais alto da Interpol, fruto da credibilidade do país no combate ao crime organizado. O presidente elogiou o trabalho e a dedicação de Urquiza. Para ele, o papel da polícia, na atualidade, está mais complicado do que em qualquer outro momento da história.

“O crime organizado, você não enfrenta uma simples quadrilha, você não enfrenta os simples grupos; são verdadeiras empresas multinacionais que estão envolvidas dentro das empresas, na política, no judiciário, no futebol, em toda parte da cultura. É como se fosse um polvo de muitos tentáculos tentando tomar conta de tudo que é errado no mundo”, alertou Lula.

Além disso, para Urquiza, o acordo com o Brasil servirá de inspiração para que outros países aprofundem a integração com a comunidade internacional. Ele também anunciou a criação de nova força tarefa internacional, fruto do diálogo com chefes de polícia da América do Sul em encontro realizado em Brasília, no mês passado.

Portanto, o foco será o enfrentamento de organizações criminosas transnacionais atuantes na região. “A força integrada reunirá especialistas, dados de inteligência e recursos tecnológicos da Interpol para apoiar países da região, na realização de operações conjuntas. Nosso objetivo é claro, enfraquecer as estruturas de comando dessas organizações, interromper seus fluxos financeiros e responsabilizar judicialmente seus principais articuladores”, explicou o delegado.

Crimes graves

A organização atua na apuração de crimes como tráfico de seres humanos, exploração sexual infantil, tráfico de drogas e armas, crimes cibernéticos e ambientais. Para Urquiza, são crimes sem precedentes praticados por organizações poderosas.

“Esses crimes impactam profundamente nossas comunidades, nossas economias, nossas instituições. E nenhum país está imune, nenhum setor está a salvo. Mais do que nunca, torna-se inegociável a necessidade de uma resposta global, coordenada e eficaz”, disse Urquiza, destacando que a defesa do presidente Lula pelo multilateralismo também reflete o espírito que norteia o trabalho da Interpol.

“Por meio da nossa plataforma, países discutem as principais ameaças criminais, compartilham informações de forma segura e planejam operações conjuntas em todo o globo. Apenas no último ano, nossos 19 bancos de dados foram consultados mais de 8 bilhões de vezes por agências de segurança ao redor do mundo”, afirmou.

Ele contou ainda que, na área de combate à exploração sexual infantil, por exemplo, nos últimos anos, a instituição resgatou mais de 48 mil vítimas e identificou mais de 18 mil criminosos ao redor do mundo.

Além disso, durante o evento, a Interpol concedeu a Lula medalha que reconhece sua excelência e empenho no combate ao crime transnacional. Desse modo, por sua vez, Lula condecorou Valdecy Urquiza com a Ordem de Rio Branco no grau de Grande Oficial. A honraria foi instituída em 1963 para distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas. Além de estimular a prática de ações e feitos dignos de menção honrosa.

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