Brasil vive momento ímpar de isolamento com países vizinhos, alerta ex-ministro | Boqnews

Entrevista com Celso Amorim

27 DE JULHO DE 2022

Siga-nos no Google Notícias!

Brasil vive momento ímpar de isolamento com países vizinhos, alerta ex-ministro

Com décadas de experiência e conhecimento nas relações exteriores, o ex-ministro Celso Amorim diz que o Brasil nunca ficou tão isolado.

Por: Fernando De Maria

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

O Brasil precisa reforçar os laços com os países vizinhos, algo abandonado pelo governo Bolsonaro.

A análise é do ex-ministro das Relações Exteriores e ex-embaixador Celso Amorim.

Com larga experiência na política internacional, Amorim lamentou a posição que o Brasil se encontra em relação não só aos países da América do Sul, mas de outros continentes.

“Nunca vi uma relação tão distante com os vizinhos. Este isolamento só não é maior por causa da relevância do Brasil”, salientou.

Amorim participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias de hoje (27).

Ele mostrou sua preocupação com o atual cenário internacional e o contexto do Brasil.

“Houve recentemente uma reunião entre presidentes do Mercosul e o do Brasil não foi”, salientou.

Aliás, o Mercosul é o tema central do seu novo livro  Laços de Confiança – O Brasil na América do Sul, onde ele aborda as relações do País com os países vizinhos.

Em especial, sua passagem à frente do Ministério das Relações Exteriores no governo Lula. (ele também ocupou o cargo no governo Itamar Franco).

“Não é simples (as negociações), mas havia confiança. Os presidentes se viam de três a quatro vezes ao ano. Hoje, não há nada disso”, lamenta.

Apesar da sua imagem ser associada ao do ex-presidente Lula, a qual foi ministro das Relações Exteriores em ambos os mandatos (2003 -2010) e é um dos seus principais consultores na atualidade, Amorim tem larga trajetória profissional iniciada nos anos 60/70.

Fã de cinema, chegou a ser presidente da Embrafilme no final dos anos 70.

Depois, percorreu vários cargos públicos desde o governo Sarney até o de Dilma Rousseff.

 

 

Ucrânia e Rússia

Durante o programa, Amorim também falou da preocupação com o avanço da guerra da Ucrânia e Rússia.

“Temos que trabalhar pela paz. Está faltando liderança no mundo”, diz.

Com experiência internacional, ele teme que a guerra se prolongue por muito tempo.  O confronto já ultrapassou 5 meses e não há perspectiva de paz.

“Quanto mais tempo, maiores os riscos de surgirem novos focos de tensão”, salientou.

E assim, pode-se colocar em risco o futuro da humanidade.

Amorim também relembrou como o Brasil pode resgatar sua imagem perante o mundo, após tantas denúncias envolvendo o governo Bolsonaro, como os crimes ambientais e as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips.

Além disso, Amorim relembrou um chefe com quem trabalhou durante o período militar, quando ele atuava em uma missão na OEA – Organização dos Estados Americanos em meados dos anos 70: George Alvares Maciel.

Portanto, indagado na ocasião sobre como o Brasil poderia melhorar sua imagem internacional, ele foi direto: “Ele falou: ‘eu tenho uma ideia para melhorar a imagem do Brasil. Acabar com a tortura vai acabar a má imagem’ “, relembrou.

Ou seja, em plena ditadura militar que atingia o Brasil – e outros países latinos – o País só melhoria a imagem junto a outras nações com o fim dos crimes cometidos nos porões da ditadura militar.

Assim, o foco pode ser outro, mas o reflexo é o mesmo.

Dessa forma, investir no desenvolvimento sustentável, com proteção ao meio ambiente e evitar crimes, como os ocorridos contra Dom Philips e Bruno Pereira.

Confira o programa completo

Celso Amorim participou do programa no primeiro bloco do programa.

Na sequência, participaram Denise Covas e Jamir Lopes, promotores do Santos Jazz Festival, que chega à 10ª edição, de volta de forma presencial.

Confira o programa completo

 

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.