Cerca de 30% da população estavam em situação de pobreza em 2021 | Boqnews
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Nacional

02 DE DEZEMBRO DE 2022

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Cerca de 30% da população estavam em situação de pobreza em 2021

Contingente abaixo da linha de pobreza cresce 22,7%

Por: Mariana Tokarnia
Da Redação

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O Brasil bateu o recorde de pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza em 2021. Ao todo, quase uma em cada três pessoas no país, o equivalente a 29,4% da população, estava em situação de pobreza até pelo menos o ano passado e quase uma a cada dez pessoas, 8,4% estava na pobreza extrema.

Dessa forma, os dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022, divulgada hoje (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro.

Segundo a publicação, o país tinha, até o ano passado, 62,5 milhões de pessoas em situação de pobreza.

Sendo assim, isso se refere a uma renda diária de menos de US$ 5,5 dólares por dia, e 17,9 milhões em situação de extrema pobreza.

Além disso, com renda diária de menos US$ 1,90 por dia, segundo os critérios do Banco Mundial.

Contudo, tanto os números absolutos quanto as porcentagens são as maiores desde o início da série histórica, em 2012.

Sendo assim, não apenas os números são recordes como o aumento entre 2020 e 2021, em meio a pandemia de covid-19, também é.

Portanto, nesse período, o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7%.

Desse modo, isso significa mais 11,6 milhões de pessoas nessa situação, e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2%, ou mais 5,8 milhões.

Além disso, as crianças e adolescentes com menos de 14 anos são as maiores vítimas da pobreza.

Por conseguinte, até o ano passado, 46,2% dessa população estava abaixo da linha da pobreza, o maior percentual da série, iniciada em 2012.

Desigualdade

A pobreza não atinge igualmente a todos os grupos sociais. A publicação mostra que a proporção de pretos e pardos, conforme a definição do IBGE, abaixo da linha de pobreza (37,7%), é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%).

Dessa forma, considerando as regiões do país, o Nordeste (48,7%) e o Norte (44,9%) tinham as maiores proporções de pessoas pobres na sua população.

Contudo em 2021, o rendimento domiciliar por pessoa caiu para R$ 1.353, o menor nível desde 2012. E o Índice de Gini voltou a crescer e chegou a 0,544, segundo maior patamar da série.

O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.

Portanto, o índice varia de zero a um, sendo que zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda.

Já o um significa o extremo da desigualdade, ou seja, uma só pessoa detém toda a riqueza.

Dessa maneira, os 10% da população com os menores rendimentos tiveram a maior redução, perdendo em torno de um terço do rendimento entre 2020 e 2021.

O mesmo grupo teve o dobro de perdas das demais classes de rendimento entre 2019 e 2021. No extremo oposto, os 10% mais ricos perderam, entre 2019 e 2021, 11,2% dos rendimentos e, entre 2020 e 2021, 4,5%.

Insegurança alimentar

A pesquisa SIS mostra, ainda, que aumentou a insegurança alimentar no país. Isso acontece quando as pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência.

Desse modo, o percentual de domicílios do país em situação de segurança alimentar caiu de 65,1%, em 2004, para 63,3% em 2018 e para 41,3% em 2021.

Segundo a publicação, como o principal acesso a alimentos é realizado via mercado, a evolução da renda média e das condições do mercado de trabalho são fatores determinantes para a determinação do nível de segurança alimentar, dado que o ato de se alimentar depende, essencialmente, do poder aquisitivo da pessoa.

Segundo a SIS, a desvalorização do real, a inflação, o aumento do trabalho informal são também fatores que impactaram na segurança alimentar da população durante a pandemia.

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