Pelo menos 600 mil pessoas no estado de São Paulo aguardam autorização para a realização de cirurgias eletivas.
Somente na Baixada Santista, estimam-se que sejam 10 mil pessoas aguardando a oportunidade para cirurgias diversas, como oftalmológicas, ortopédicas ou vasculares, por exemplo.
Portanto, o montante é reflexo do volume de pessoas que deixaram de frequentar os hospitais para tratamento durante a pandemia da Covid-19, especialmente nos anos de 2020 e 2021.
Além disso, os novos casos que surgem diariamente.
Assim, diante desta situação, o Governo do Estado deve finalizar até o final deste mês um decreto que permitirá a contratação de prestadores de serviços nas redes filantrópicas e particulares para agilizar os procedimentos cirúrgicos.
“Não temos prestadores de serviços prontos para atender a esta demanda”, enfatizou o governador Rodrigo Garcia (PSDB).
Pelo menos R$ 2 bilhões estão estimados e reservados para agilizar os procedimentos médicos em hospitais e clínicas particulares e filantrópicas a serem credenciados.
Assim, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) deve concluir a questão legal para divulgação das normas de contratação dos grupos interessados em prestar os serviços para a realização das cirurgias de várias áreas.
“Nossa meta é zerar as cirurgias eletivas e diminuir as filas no Estado”, enfatizou.
Primeira vez
Por sua vez, Garcia esteve em Santos pela primeira vez como governador nesta quarta-feira (11), onde anunciou o repasse adicional de R$ 5 milhões à Santa Casa, além de recursos para a área social e obras em Cubatão.
Dessa forma, o montante será adicionado aos R$ 25,6 milhões anuais já repassados ao hospital.
“Isso permitirá a Santa Casa a ampliar os serviços oferecidos à população”, disse.
Verbas SUS
No entanto, Garcia enfatizou que o Estado tem tentando suprir a ausência cada vez mais constante do Governo Federal no repasse de verbas pelo SUS.
A despeito da União ficar com 65% os recursos; do Estado, 25%; e os municípios, 15%.
Na prática, a realidade é bem diferente.
“Desde 2008 não há correção da tabela SUS”, enfatizou o governador, fato corroborado pelo provedor da Santa Casa, Ariovaldo Feliciano.
De janeiro 2008 até abril passado, a inflação oficial chegou a 133,67%.
Além disso, o governador citou o caso do Hospital dos Estivadores, cujo custo de manutenção chega a R$ 5 milhões repassados pelo Governo do Estado, R$ 3 milhões da Prefeitura de Santos e R$ 2 milhões da União.
Não bastasse, Garcia enfatizou o programa Mais Santas Casas.
A proposta ampliou de 120 para 333 hospitais filantrópicos no estado.
“Hospitais que nada recebiam do estado passaram a receber recursos e ampliar o atendimento à população”, acrescentou.
Dessa forma, o montante de recursos apenas para o programa Mais Santas Casas subiu de R$ 700 milhões para R$ 1,2 bilhão/ano.