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Foto: Reprodução da tela de Oscar Pereira da Silva/Agência Brasil

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20 DE ABRIL DE 2023

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Descobrimento do Brasil: Marcado por diversos mitos e verdades

Descoberta do país em 1500 é comemorada neste sábado (22)

Por: Vinícius Dantas
Da Redação

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Dia 22 de abril é comemorada a descoberta do Brasil, um marco histórico importante não só para o país, mas também para toda a América Latina e para o mundo.

Porém, trata-se de um evento que gerou diversos mitos e verdades ao longo dos anos.

Dessa forma, confira um pouco dos acontecimentos por trás dessa data e sua importância.

Descoberta

Foi em 22 de abril de 1500 que a viagem liderada pelo navegador português Pedro Álvares Cabral chegou às terras brasileiras.

Desse modo, abrindo caminho para a colonização europeia na América do Sul.

Segundo o professor de história Reinaldo Martins, o comércio europeu com o extremo oriente, chamadas “Índias”, encontrou nos anos finais do século XIV, um monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo.

Contudo, a saída era encontrar um meio de ligação entre a Europa e as Índias sem passar pelo Mediterrâneo, ou seja, por meio da navegação.

Portugal foi o primeiro país a reunir a condição política essencial.

Dessa forma, para um governo centralizado capaz de proteger, incentivar e regular a navegação.

Além disso, há discussões se ocorreram exatamente nessa data e também se Cabral foi o primeiro a chegar ao Brasil.

Embora a chegada dele seja historicamente considerada o “descobrimento” do País, é importante destacar que os povos indígenas já habitavam essas terras antes da vinda dos europeus.

Portanto, o conceito de “descoberta” acaba tornando-se eurocêntrico e de certa maneira “descarta” a presença e a cultura dos povos indígenas na região.

Porém, o professor explica que isso é o de menos, até porque alguém chegaria antes ou depois e o mais provável é que fosse mesmo um português.

Isso por conta do pioneirismo aliado pela vantagem política obtida em 1385 com o fim da Revolução de Avis.

Missões

No século XV, Portugal explorou a costa ocidental da África buscando ao mesmo tempo uma passagem para o Oriente.

É bom ressaltar que não tinha concorrentes, pois não haviam outros países com governo centralizado para desenvolver a navegação.

“Quando a Espanha acaba a expulsão dos árabes (1492), centraliza o poder e se lança às navegações patrocinando Colombo, que chega à América em outubro daquele ano”, explica o professor.

Com o Tratado de Tordesilhas (1494), Portugal desvia seu único concorrente do caminho que estava explorando.

Em 1498, o português Vasco da Gama fez o que todo o comércio europeu desejava e necessitava.

Portanto, restava aos portugueses duas coisas: garantir que os dois lados do Atlântico ficassem com Portugal (segundo Tordesilhas). E estabelecer o domínio sobre as Índias antes que outros chegassem lá.

Sendo assim, é nesse contexto que as missões entregues para Cabral se encaixam.

Indígenas

Existia uma diferença entre o pau-brasil e as variedades e volumes de artigos que vinham do Oriente.

Desse modo, havendo uma concorrência dos países que chegaram tarde às navegações e ainda não possuíam toda a estrutura de que Portugal tinha.

O contato com as populações indígenas varia no nível e violência da exploração.

Apenas a partir de 1530, com a baixa no comércio português com o Oriente e o fortalecimento na posição dos concorrentes, é que Portugal decide começar uma exploração mais sistemática do território brasileiro.

Dessa forma, tornou-se pioneiro mais uma vez decidindo produzir açúcar, assim criando mecanismos de transferência de população e de estruturas administrativas na colônia.

A mão-de-obra original será mesmo a indígena, agora caçada e reduzida à escravidão.

Porém, a lógica do mercantilismo que tem o seu polo dinâmico no comércio, para conceber lucros a serem acumulados.

Além disso, demonstra que à medida que se consolida a produção açucareira na colônia surge como um grande negócio.

No entanto, muito mais lucrativo do que o açúcar: ou seja, o tráfico negreiro.

Relações

De acordo com Martins, essas e não outras seriam as razões de se impor à colônia e aos colonos a mão-de-obra originária do continente africano.

“É muito caro o escravizado trazido da África. Os indígenas continuarão a ser escravizados por séculos, variando as proporções entre indígenas e africanos no tempo e no espaço, segundo as flutuações da economia colonial”, ressalta Martins.

A tendência das relações entre os portugueses e os indígenas é na questão da eliminação e da repressão para todas culturas originárias, especialmente por parte da Igreja e do Estado português.

Contudo, a diferença demográfica e o fato dos colonos formarem suas “famílias” com as mulheres indígenas, que por sua vez, criaram os filhos dessas “uniões” resultaram em criações de relações mais complexas, como na língua falada e em diversos costumes daquilo que seria o “povo” brasileiro.

Desse modo, um ponto positivo da colonização portuguesa foi a introdução da plantação da cana de açúcar, o que resultou no impulso da economia brasileira.

Além disso, vale mencionar que a colonização deixou um legado de desigualdades sociais, econômicas e raciais.

Como, por exemplo, a destruição de ecossistemas, a exploração de mão de obra escrava africana e a imposição de uma nova cultura e religião sobre os povos indígenas.

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