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08 DE DEZEMBRO DE 2010

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Desigualdade iguala Brasil a países com melhores e piores resultados no ranking

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) evidenciam o problema da falta de equidade educacional no Brasil. No país, é possível encontrar estudantes com desempenho comparável ao dos chilenos – que contam com o melhor sistema de ensino da América Latina, segundo as avaliações internacionais – e outros com o aprendizado semelhante […]

Por: Da Redação

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Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) evidenciam o problema da falta de equidade educacional no Brasil. No país, é possível encontrar estudantes com desempenho comparável ao dos chilenos – que contam com o melhor sistema de ensino da América Latina, segundo as avaliações internacionais – e outros com o aprendizado semelhante ao do Panamá ou Azerbaijão.


“Quanto maior o nível de desigualdades sociais de um país, mais ela se reflete na educação”, aponta o especialista em educação e ex-representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil Jorge Werthein.


A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. Em 2009, participaram 65 países e o Brasil ficou em 54° lugar.


Os alunos do Distrito Federal tiveram o melhor desempenho no exame: média de 439 pontos considerando as três disciplinas avaliadas. É o mesmo patamar atingido pelo Chile, país que é citado no relatório do Pisa pela melhoria dos resultados nas últimas edições e obteve em 2009 o melhor resultado entre os latino-americanos.


No final da fila, ficaram Alagoas e Maranhão, com média de 354 e 355 pontos respectivamente. Isso significa que os estudantes desses estados têm desempenho semelhante aos do Panamá, Peru e Azerbaijão. Alagoas ficou com as médias mais baixas em leitura e ciências. O Maranhão teve o pior resultado em matemática comparado ao do Quirziquistão – último do ranking internacional.


Para Werthein, o cenário mostra que é necessário criar medidas específicas para atender os estados com os sistemas de ensino mais deficientes. “O próprio relatório do Pisa fala que temos que ter políticas diferenciadas, de discriminação positiva, para poder enfrentar aquelas regiões que estão mais desfavorecidas”, defende.


O Brasil ficou entre os três países que mais evoluíram no Pisa entre 2000 e 2009, saltando de 368 para 401 pontos. Mas mesmo o resultado dos alunos do DF, os melhores do Brasil, está abaixo do atingido pelos países-membros da OCDE. Para elevar a média nacional e garantir mais equidade no sistema educacional brasileiro, Werthein sugere que os melhores professores sejam selecionados para atuar nas piores escolas.


“Isso é o que deveríamos fazer em cada estado da federação, introduzir um componente forte de equidade. Os melhores professores têm que dar aulas nas escolas que mais requeiram a sua expertise, as mais pobres e carentes. Senão, não vamos conseguir romper esse círculo perverso da escola do bairro mais pobre que reproduz a pobreza”, indica o especialista.


 


 

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