Escolas públicas reprovaram 2,6 milhões de alunos em 2018, diz Unicef | Boqnews
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Educação

03 DE NOVEMBRO DE 2019

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Escolas públicas reprovaram 2,6 milhões de alunos em 2018, diz Unicef

Pesquisa revela que 912 mil abandonaram a escola no ano passado

Por: Da Redação

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No ano passado, mais de 2,6 milhões de estudantes de escolas públicas brasileiras foram reprovados em suas respectivas séries, revela uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Instituto Claro.

Desse total, mais de 1,2 milhão eram pretos e pardos, número que equivale ao dobro da soma de brancos.

Após análise de dados recuperados do Censo Escolar, soube-se também que 84% dos alunos reprovados estudavam na zona urbana.

Atingir notas suficientes para obter o diploma de conclusão de ensino médio ainda é um obstáculo para muitos brasileiros, o que pode se tornar uma dificuldade na hora de conseguir empregos com salários melhores.

Ao todo, 737.597 estudantes que cursavam o ensino médio nas instituições públicas foram reprovados.

Nas turmas da 6ª à 9ª séries do ensino fundamental, 1.106.429 alunos foram reprovados e terão que repetir o ano.

Já entre aqueles matriculados nas séries iniciais desse nível de ensino, houve 776.314 reprovações.

Evasão escolar

O documento, que pode ser lido na íntegra no site da Unicef, também trata de abandono escolar.

Ao longo do ano passado, mais de 912 mil crianças e adolescentes abandonaram os estudos.

Também nesse âmbito, identificou-se uma elevada taxa entre alunos pretos e pardos: 453 mil dos estudantes que evadiram tinham esse perfil étnico-racial.

Os brancos totalizaram 181.615 casos de abandono e os indígenas, 15.620.

A pesquisa demonstra ainda que a parcela indígena é a mais afetada pela distorção idade-série, que se configura quando o aluno tem dois ou mais anos de atraso escolar.

Nesse grupo populacional, o índice chega a atingir mais de 41% dos estudantes matriculados.

Em 2018, uma significativa proporção de alunos com deficiência estava matriculada em uma série incompatível com sua idade.

O segmento abrangia mais de 383 mil casos, que correspondiam a quase metade (48,9%) das matrículas.

A taxa de reprovação dos estudantes com deficiência foi de 13,8%, contra o percentual de 8,7% registrado entre alunos sem deficiência.

A pesquisa revela que quase 30 mil de alunos com deficiência deixaram as escolas estaduais e municipais em 2018.

Gênero e região

De modo geral, os meninos têm probabilidade 64% maior de serem reprovados do que as meninas.

O índice de reprovação constatado entre eles é 71% maior do que entre elas.

Quando o critério é regional, o Nordeste ganha destaque negativo.

Na região, 342.316 estudantes deixaram as salas de aula, no último ano.

Para o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, ainda prevalece no país uma “cultura de fracasso escolar, que naturaliza a reprovação”.

Essa característica também explica o indicador relativo à distorção idade-série e o abandono escolar, dsse Dutra.

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