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19 DE SETEMBRO DE 2008

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Fruto da desconfiança

Ao contrário do que muitos políticos possam imaginar, o eleitor está cada vez seletivo e não confia nas promessas feitas durante a campanha política. Além disto, o horário eleitoral gratuito já não é mais programa líder de audiência para muitos deles, o que demonstra a necessidade dos candidatos, especialmente os vereadores, buscarem outras alternativas para […]

Por: Da Redação

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Ao contrário do que muitos políticos possam imaginar, o eleitor está cada vez seletivo e não confia nas promessas feitas durante a campanha política. Além disto, o horário eleitoral gratuito já não é mais programa líder de audiência para muitos deles, o que demonstra a necessidade dos candidatos, especialmente os vereadores, buscarem outras alternativas para conquistar os corações (e votos) dos eleitores. Não bastasse, apenas 11,8% deles informaram que decidirão sua escolha pelo horário gratuito no rádio e TV. Assim, o trabalho corpo-a-corpo ganha força e relevância nesta reta final de campanha.


Os dados fazem parte de pesquisa elaborada pela Enfoque Comunicação/jornal Boqueirão com 1487 eleitores acima de 16 anos, e feita entre os dias 13 a 16 de setembro. O objetivo é identificar os efeitos do horário eleitoral gratuito no público e quais os fatores políticos que o influenciam na hora de escolher os candidatos. Ao contrário do que muitos possam imaginar, apenas quatro em cada dez santistas assistem ao horário eleitoral gratuito (40,7%). E as mulheres representam 56,2% deste universo, concentrando-se nas faixas etárias entre 35 a 59 anos, com 55% do total de telespectadores.


Quanto à zona eleitoral, não há divergência significativa em relação à localização, ou seja, os programas são assistidos pelas mais variadas classes sociais e níveis de escolaridade.Nove em cada dez entrevistados que acompanham o horário eleitoral gratuito o fazem pela TV (89%). O rádio fica com meros 2,9%, enquanto 8,1% assistem/ouvem pela TV e rádio.


Caça aos votos


Em razão da baixa audiência dos programas eleitorais, restam aos candidatos outras opções para conquistar os votos necessários para a almejada conquista. Mas não será fácil, em razão das restrições legais determinadas pela Justiça Eleitoral, que impõem limitações às formas de divulgação do material promocional de campanha. A decisão pelo voto leva em consideração alguns fatores importantes. Na pergunta Como o (a) sr. (a) decide/decidirá seu voto para prefeito (a) e vereadores?, 38,2% dos entrevistados assinalaram a resposta: conhecendo o perfil/propostas dos candidatos. É neste espaço, portanto, onde há maior possibilidade de atuação para atrair o interesse do eleitor em relação à mensagem a ser recebida. O trabalho corpo-a-corpo fica, portanto, evidenciado.


Outros dados importantes: a influência dos amigos e familiares representa 15,1% das respostas (de cada dez pessoas que assinalaram este item, seis são mulheres), enquanto 24,4% não souberam informar – ou seja, nem pensaram a respeito do tema – o equivalente a quase 1/4 dos entrevistados. Certamente serão exatamente estes eleitores ‘desligados’ do processo eleitoral que decidirão sua posição na reta final da campanha, especialmente para o caso de vereador, onde 60,4% dos entrevistados ainda estariam indecisos quanto à escolha do nome do (a) candidato, conforme pesquisa divulgada na edição passada do jornal Boqueirão e registrada no Cartório Eleitoral, sob o número 008/08.


Baseando-se no total de votos válidos da eleição municipal passada, o índice representaria algo em torno de 144 mil sufrágios em disputa. Novamente, há espaço para o trabalho de aproximação com os eleitores, especialmente em razão de boa parte deles ainda nem terem pensado no assunto, deixando para fazê-lo às vésperas da eleição de 5 de outubro.


Meios de comunicação


Diante da importância das discussões de idéias e propostas, o tema eleições vem ganhando cada vez mais espaço na mídia, com a realização de entrevistas com candidatos a prefeito em jornais, emissoras de rádios e TVs, além dos debates, que iniciam neste domingo (21) à noite, na VTV (ver matéria na página 3). Neste sentido, a cobertura nos programas jornalísticos de TV obtém 23,6% das citações, enquanto os jornais representam 10% deste universo. O horário eleitoral gratuito na TV chega a 20,9% e no rádio, 3,2%.


Deve-se destacar que 12,4% disseram que não se informam sobre a disputa eleitoral e outros 21,8% não souberam responder a questão Qual o meio de comunicação o (a) sr. (a) mais utiliza para conhecer as propostas dos candidatos? Mais um sinal que os votos irão migrar para as definições dos eleitores de última hora, especialmente no tocante aos cargos de vereadores, onde o número de indecisos é quatro vezes maior do que em relação à disputa ao Executivo.


Descrença


De tanto ouvirem promessas dos mais variados políticos, independente da filiação partidária, que depois ficam esquecidas após o término das campanhas eleitorais, os cidadãos estão cada vez mais céticos em relação ao tema.


Pelo menos 36,1% dos entrevistados disseram que, de maneira geral, consideram falsas as propostas apresentadas pelos candidatos, contra 22,5% que confiam no que é divulgado. Outros 41,4% não souberam informar, especialmente porque muitos não acompanham o horário eleitoral no rádio e TV, revelando, de certa forma, descrédito em relação aos temas eleitorais.


As mulheres são as que menos confiam: 56,3% contra 43,8% dos homens. E quase a metade dos céticos têm mais de 45 anos (46,8%), confirmando o fato de já terem ouvido tantas promessas eleitorais não cumpridas ao longo das eleições que já se acostumaram em não acreditar nelas.


Outro dado importante: a maioria dos que não confiam nas promessas residem na Zona Leste de Santos (ZE 272ª). Os da 118ª (Zona Noroeste, Morros, Centro, Encruzilhada, Jabaquara e Vila Mathias) representam 23,1% dos céticos.


Outro fator relevante, as pessoas com menor poder aquisitivo tem mais confiança no que é divulgado nas campanhas em comparação aos que têm maior renda.


 

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