Na audiência Pública da Frente Parlamentar Pró-Mobilidade Urbana de Santos e Região, realizada nesta sexta-feira (15) e promovida pela deputada estadual Telma de Souza (PT), na Associação Comercial de Santos, o principal tema debatido foi a utilização das hidrovias da Baixada Santista como meio de transporte não só de cargas, mas também de passageiros. Em consenso, todos os participantes do evento concordaram que os canais e rios da região não são aproveitados como poderiam.
“Criar uma comissão para estudar a o assunto seria de muita valia, mesmo porque a hidrovia Tietê/Paraná deságua em nosso porto. Precisamos desenvolver isso o quanto antes, pois o nosso trânsito está cada vez mais intenso”, avaliou Carlos Kopittke, representante da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), explicando que a maior parte das cargas chega ao cais por ferrovia ou caminhão.
Para o assessor da Codesp, João Gomes, que desenvolve projetos de hidrovias na empresa, a utilização dos rios, em relação com outros países, ainda está aquém no que diz respeito ao aproveitamento desses recursos hídricos. “Em cargas, o Brasil movimentou cerca de 80 milhões de toneladas pelo modal hidroviário. Apenas ano passado, os Estados Unidos, 700 milhões de toneladas. Infelizmente, aqui, nossas fantásticas hidrovias estão desprestigiadas”, afirmou.
Mas para que os rios da região sejam encarados, de fato, como vias, Gomes defendeu que é preciso mobilização dos governos Federal, Estadual e dos municípios da Baixada Santista. “Deveremos adequar a altura de quatro pontes da região, além trabalhar a sinalização. Isso é necessário, pois, com as hidrovias, geraremos mais de 5 mil empregos diretos”.
O representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Raimundo Barbosa, lembrou que o meio ambiente e o progresso devem caminhar juntos. “Devemos nos ater não só às cargas e passageiros, mas também às margens. Queremos que elas sejam contempladas e protegidas. Precisamos estudar a questão das comunidades ribeirinhas, pois deveremos priorizar o ser humano e determinar o preço do progresso”.