Em 2023, 64,6% das indústrias brasileiras inovaram em produtos ou processos, de acordo com a Pesquisa de Inovação (Pintec) divulgada pelo IBGE. Esse percentual representa uma queda em relação aos 68,1% de 2022 e aos 70,5% de 2021.
A pesquisa, coordenada pelo IBGE em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), define como inovadora a empresa que, em 2023, tenha lançado um produto ou processo de negócios novo ou significativamente aprimorado. O pesquisador Flávio José Marques Peixoto, do IBGE, explica que a queda nos números vem sendo observada desde 2021.
Taxa de inovação
A taxa de inovação é mais alta nas grandes empresas. Em 2023, 73,6% das empresas com 500 ou mais funcionários inovaram. O índice foi de 70,8% entre as empresas com 250 a 499 funcionários e de 59,3% para aquelas com 100 a 249 empregados.
Quando analisamos os tipos de inovação, 34,4% das empresas inovaram tanto em produtos quanto em processos. Já 16,6% inovaram apenas em processos e 13,6% somente em produtos. Em relação aos produtos inovadores, 68% eram novos apenas para a empresa, 27,6% eram novidades para o mercado nacional e 4,4% eram inovações para o mercado mundial.
No caso dos processos de negócios, 31,7% estavam voltados para a organização do trabalho, 29,4% para a produção de bens e serviços e 27,9% para marketing, entre outras áreas.
Sobre a cooperação para inovação, 32,9% das empresas inovadoras trabalharam com outras empresas ou consumidores. Os principais parceiros foram fornecedores (27,1%), consultores (22,3%), clientes (20,2%) e instituições de ciência e tecnologia (19,9%).
Dificuldades enfrentadas para inovar foram comuns. Em 2023, 47,6% das empresas inovadoras encontraram obstáculos, uma leve queda em relação a 2022 (47,9%) e 2021 (59,1%). As principais dificuldades foram a instabilidade econômica (44,2%), a capacidade limitada de recursos internos (42,1%) e a concorrência acirrada (41,4%).
Entre as empresas não inovadoras, 21,7% encontraram dificuldades para inovar, um número abaixo dos 28,3% de 2022. Os obstáculos mais citados foram a instabilidade econômica (21,2%), a baixa atratividade da demanda (19,2%) e a concorrência (19%).
O apoio público à inovação foi utilizado por 36,3% das empresas inovadoras, abaixo dos 39% de 2022. Os principais instrumentos de apoio foram o incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à inovação tecnológica (26,4%), o financiamento para máquinas e equipamentos (10,5%) e o financiamento a projetos de P&D (6,5%).
Pesquisa
A pesquisa também revelou que, entre as indústrias que investiram em P&D, 34,3% o fizeram em 2023. O número é similar ao de 2022 (34,4%) e superior ao de 2021 (33,9%). As indústrias que mais investiram em P&D foram as farmacêuticas (67,8%), de equipamentos eletrônicos (66,9%) e produtos químicos (63%). Já as com menor investimento em P&D foram as de couro e calçados (15,6%), têxteis (14,3%) e produtos de madeira (10,3%).
Por fim, 53,1% das empresas inovadoras investiram em P&D em 2023, uma leve alta em relação aos 50,6% de 2022. Para 2024, 59,1% das empresas que investiram em P&D planejam manter o nível de investimento, enquanto 37,4% pretendem aumentar e apenas 3,5% desejam reduzir.
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