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02 DE ABRIL DE 2011

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Jama é pré-candidato a prefeito pelo PRTB e vai defender o VLT

Ex-vereador, presidente da Câmara Municipal de Santos no biênio 2001-2002, responsável pelo início das transmissões televisivas das sessões oficiais da Câmara, o engenheiro e funcionário de carreira da Codesp, José Antonio Marques de Almeida, o Jama, assume neste sábado (02) a presidência do PRTB, partido pelo qual deverá ser candidato a prefeito de Santos. Jama […]

Por: Da Redação

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Ex-vereador, presidente da Câmara Municipal de Santos no biênio 2001-2002, responsável pelo início das transmissões televisivas das sessões oficiais da Câmara, o engenheiro e funcionário de carreira da Codesp, José Antonio Marques de Almeida, o Jama, assume neste sábado (02) a presidência do PRTB, partido pelo qual deverá ser candidato a prefeito de Santos. Jama visitou a redação do Jornal Boqueirão para falar de suas pretensões. Confira a entrevista:


Jornal Boqueirão- Em 2008, porque o senhor não foi candidato a reeleição de vereador pelo PDT. Porque tomou essa decisão
Jama- Na época, eu havia decidido que não sairia mais candidato. Conversei com o outro vereador da legenda, o Marinaldo Mongon, no sentido de nós negociarmos uma posição no governo, com o partido tendo uma representação na Prefeitura, com alguma secretaria já acordada com o Papa. Era para ser eu ou ele o secretário. Mas o Mongon quis se aliar ao Nei (presidente do Sindicato dos Estivadores) para me prejudicar. Disseram que eu não teria legenda, entre outras coisas. Desfiz tudo isso e realizei meu desejo de não sair candidato. Paradoxalmente, há questão de um mês me ligaram da direção nacional do PDT para reorganizar o partido na Cidade. Eu falei que não tem condição. O PDT é um partido muito complicado. Em Santos, o PDT está fadado ao insucesso.


JB- E agora você é candidato a prefeito pelo PRTB?
Jama- Eu decidi que não quero ser mais vereador e o fascínio de fazer política, que fiz a vida inteira, me leva a discutir a Cidade. Minha formação como engenheiro me leva a isso. Me agrada muito discutir Santos. Por isso pretendo ser candidato a prefeito pelo PRTB em 2012.








Jama quer ser candidato a prefeito para discutir à Cidade

Jama quer ser candidato a prefeito para discutir à Cidade


JB- Quais são as discussões sobre a Cidade que devem ser debatidas em 2012?
Jama- O maior problema é a falta de governança. Santos tem governo, e eu acho que o prefeito Papa acerta em muitas coisas. Ele, no aspecto de construir escola e ciclovia, tem muito sucesso. Mas, ele não é um homem que controla a qualidade de Santos. A Cidade está passando por um momento muito ruim. Outra questão que o Papa foi pioneiro foi na criação da Secretária de Assuntos Portuários e Marítimos. Havia antigamente uma visão anacrônica, ultrapassada, sempre atrelada aos sindicatos. Esses sindicatos eram da era do saco na cabeça. Os sindicatos dos portuários, com exceção do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga, não param mais nada. Se eles fizerem uma greve hoje ninguém percebe. O processo portuário, com a Lei 8.630, e a tecnologia acabaram com os sindicatos. Hoje eles só fazem tipo. É que ninguém conferiu para ver se precisam ou não precisam deles. Hoje não fazem mais nada. Nem representatividade tem mais. Vê se eles conseguem convocar alguém? Só se for para distribuir vale. Para assembléia não aparecem mais. Hoje o sindicato que deve se articular para dominar essa questão portuária é o Sindicato dos Engenheiros. Pois é um sindicato ligado a tecnologia. O guindasteiro também tem um papel interessante, pois é ligado a tecnologia. Eu vejo hoje a questão portuária no Município como nunca foi vista antes. O Papa teve essa sensibilidade de criar a secretaria. Na época, eu participei do convite ao Sérgio Aquino, ele tem feito uma gestão de sucesso na secretaria dos Assuntos Portuários e Marítimos. Essa questão da Cidade indicar o presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), que hoje é o Sérgio Aquino, tem que ser algo irreversível. O galo no puleiro do vizinho é galinha. No porto o poder é federal. Mas está no território do Município, e ele tem condição legal de participar das decisões do porto. A única governança do Papa que se viu foi essa nomeação do Sérgio Aquino no CAP. O Papa articulou e conseguiu colocar ele lá. Devia ser assim automaticamente.


JB- Mas aonde então falta governança do Papa?
Jama- Falta em tudo. Eu começo a dizer que morreu gente de dengue que não devia ter morrido. Não precisaria ter morrido. Caíram marquises de prédios que não deveriam ter caído. A qualidade das obras do Município também não leva as melhores notas. O social está um desastre. Você anda na rua e tem gente pedindo dinheiro e comida. Em uma conversa de botequim, tudo isso pode gerar argumentações contraditórias querendo dizer que estamos falando demais. Mas sabemos que não é um problema fácil. Mas é solucionável. Para essas coisas existem soluções. Mas, falta competência e dedicação. É isso que está faltando e que estabelece essa falta de governança na Cidade.


JB- Você elogiou muito o Sérgio Aquino e ele é um dos nomes que o PMDB está ventilando para a sucessão do Papa?
Jama- O Sérgio Aquino no aspecto portuário é um cara competente, muito inteligente e trabalhador. Mas a questão do PMDB é problema deles. Estão falando também que o Beto Mansur vai para o PMDB pelas mãos do Michel Temer.


JB- Mas se o candidato do PMDB for o Sérgio Aquino é possível o PRTB fazer uma composição e formar uma legenda com o PMDB?
Jama-
O PRTB vai sair com candidatura. É uma determinação do diretório nacional que acho acertada. Tanto que em 2008, o Nathan Kogos saiu isoladamente e eu o cumprimento por isso. Ele se manteve como candidato e merece nossa consideração. Estava sem estrutura nenhuma.


JB- Você não teme passar por isso também?
Jama- Eu não temo pelo seguinte. Eu encontrei um partido animado. Tenho certeza de que teremos um apoio significativo da direção nacional para organizamos o partido. O PRTB tem por objetivo o povo. Ele é o nosso primeiro cliente. Vamos fazer uma inovação na política com o PRTB. Principalmente na abordagem dos temas municipais. Neste sábado (02), está ocorrendo na Câmara de Santos o encontro regional do partido para fazermos a discussão da Região. A Baixada carece dessa discussão. Nossa estrutura é muito deficiente. A Agência Metropolitana (Agem) é um cabideiro. Ela poderia ser a agência de desenvolvimento, mas serve apenas para dar empregos a apaniguados. Não privilegia competência alguma. Então não dá o resultado que tem que dar. Nas grandes regiões portuárias, a agência de desenvolvimento é a própria autoridade portuária. Só aqui, em Santos, que isso não acontece. Isso porque a Codesp tem diretores que sequer conhecem a região. Se perguntarmos para alguns diretores onde é o Bar Independência, não saberão dizer. Eles podem pensar que isso é uma mera irônia, mas tem uma importância muito grande. A importância do conhecimento histórico da região e o convívio com a mesma é vital para se dar a governança correta. É a experiência e o relacionamento que são importantes. O porto de Santos não pode continuar desassociado da Baixada, e isso não é dessa diretoria nem da outra, mas sim e todas as diretorias. A culpa não é de Brasília. É sim nossa, da Baixada. Há quanto tempo tem o CAP? Desde 1998. Quando Santos foi presidente do CAP antes do Sérgio Aquino? Nunca. Esse aspecto do Papa é que eu acho muito relevante. Temos que nos estabelecer de fato que somos uma cidade portuária.


JB- O senhor acha que a Cidade renega o porto?
LC- É pior do que isso. É cega do porto. Ela não percebe o porto. E não só Santos, como toda Região. A Baixada é portuária. Eu defendo a proposta de que precisa levar o Porto até São Vicente e Praia Grande. É um equívoco do Alberto Mourão (ex-prefeito de Praia Grande hoje deputado federal) pensar que ele vai desenvolver o belíssimo projeto de indústria de importação e exportação que eles têm lá sem navegação pelos rios. Tem três rios na região que podem ser aproveitados para interligar o complexo portuário com Praia Grande. É o porto-indústria que é tão falado. Sem esses rios, que podem interligar Praia Grande com o porto, esse projeto não vai para frente. A produção da indústria de importação e exportação que o Mourão quer desenvolver na Praia Grande vai ter que chegar aos navios. Imagina hoje colocar uma carreta atravessando da Praia Grande com contêiner até aqui? Não passa ninguém mais. O projeto de Praia Grande é sensacional. Querem atrair 101 indústrias não poluentes. Não sei por que Bertioga não faz isso. Até porque não existe mais indústria poluente no Brasil. Eu falei com o Mauro Orlandini (prefeito de Bertioga) que ele não vai desenvolver a economia da cidade com festa do índio todo mês de abril. Ele tem que atrair o porto para Bertioga. Com isso, você traz as cargas que vêm de Sorocaba, perturbando a Rodovia Castelo Branco e a Bandeirantes e a Imigrantes, apesar de que agora elas chegam também pelo Rodoanel. Não sei por que não colocam essas cargas, que são leves, em uma barcaça, que pararia do lado do navio e despejaria esse material direto. Seria como tirar uma caixa de algodão do carro. E geraria emprego de alta tecnologia nessas universidades. Hoje o pessoal se forma e tem que subir de madrugada para São Paulo. Então, nós estamos vivendo em uma linha intermediária. Nosso problema é que a sociedade vive em uma Cidade que até poste administra e, no entanto, ela não proporciona a qualidade de vida que deveria a sua população. Hoje temos 50 mil jovens santistas que sobem todo dia para São Paulo para trabalhar. Porque eles não podem fazer isso aqui? Santos tem características iguais a de Nova Iorque. Tem a fronteira com o oceano. Falta mentalidade. São duas vertentes que estabelecem esse processo: a política e a arte. Porque temos a tecnologia para ser útil à sociedade. A arte para mostrar os malefícios e a política para implantar o possível. Agora, vemos acontecer coisas em municípios nos cafundós do Judas, onde existe VLT. No sertão do Nordeste colocaram VLT. E vem nosso deputado federal Beto Mansur dizer que não temos mentalidade de europeu para termos VLT. Estamos fadados a andar de carro de boi? Esses ônibus são carros de boi. Eu desafiei o governo do Estado. O Jurandir Fernandes (secretário estadual de Transportes Metropolitanos) é formado em uma das melhores escolas de engenharia do Brasil, que é o ITA. É impossível que um cara do ITA fique todo o governo dele apoiando o VLT e no final, quando ele ia sair candidato em Campinas, ele muda de opinião e diz que o VLT é inviável. Um cara do ITA. Se isso levasse tanto tempo assim expulsam ele da escola. E agora vem essa história que vai ver se dá para dezembro. Estou oferecendo ao Governo do Estado uma idéia para reeditar a licitação. Estou me oferecendo ao governador Alckmin de forma graciosa e voluntária para refazer e elaborar esse edital e entregá-lo pronto em agosto para a licitação. Eles vão fazer em dezembro e não vai sair nada. Eu vou provar com a maior competência que o VLT é viável economicamente, tecnicamente, socialmente e em todos os sentidos que quiser. Eu provo que o VLT é viável e já deveria ter sido implantado há 15 anos como havia prometido Mário Covas (ex-governador de São Paulo). O Covas é outro cara que não iria fazer uma promessa dessas do nada, pois um engenheiro da competência dele, formado na Escola Politécnica da USP conhece do assunto. Uma coisa que eles não sabem é que eu sou ferroviário. Minha carreira na Codesp começou tratando da ferrovia do porto. O que é um trem em cima do trilho? É o VLT, pois se trata de um trem leve. E a história da ponte. Eu lembro que quando eu tinha 13 anos, hoje estou com 65, que fui buscar um óculos na Ótica Santista, na Dom Pedro, e fiquei fascinado pelo projeto de uma ponte que tinha um acesso em caracol para o Guarujá. Cheguei em casa fascinado e meu pai disse que era história antiga. Isso há 52 anos. Sem acabar com esse nhem, nhem, nhem não vai sair nada. A que deve sair é a da Ecovias ligando Santos Ilha a Santos Cidade. Como uma Cidade da potência de Santos pode passar por vexames como estes? Isso é falta de política. Porque essas coisas não passam pela Cidade. Como podemos encarar uma fila que quase chega ao alto da serra na estrada? Imagina se sair um incêndio na Alemoa. Os bombeiros não chegam lá. O que acontece aqui é que os discursos são interesseiros. Precisa de articulação política para fazer à mediana e chegar à solução. Isso não tem na Cidade. Os políticos daqui estão fazendo a coisa desarticulada. Fazem olhando para os próprios umbigos. Por isso o resultado é o que está acontecendo até agora. Outro exemplo típico é a questão da Unifesp. Olha que coisa estranha. Primeiro aterrorizaram a área em volta da Hospedaria dos Imigrantes. O povo dali ficou louco, pois pega uma indenização baixa dessa e não compra uma casa igual nunca. E agora eles soltam a pérola de devolver o prédio. A força para derrubar isso é a mesma do Wikileaks. É à força do argumento. Não sei se alguém vai me ouvir, mas a mensagem vai chegar à pessoa. Se ele fizer ouvido morto eu não sei, mas ele vai saber. O reitor da Unifesp vai continuar levando pau meu. Não pode um reitor de uma universidade, seja lá qual for a sua formação, dizer que um prédio daquele não dá para ser recuperado e não cabe a universidade. Hoje a engenharia faz plataforma espacial. Como não consegue aumentar o espaço do prédio? É brincadeira. Não consigo assimilar a justificativa dele. Ele vai ter que engolir isso com batata porque aqui ele tem que ser persona non grata. Mas, o que está fazendo a Cidade? Se preocupando em fazer feriado do centenário do Santos FC. É brincadeira. Quando comecei a dar pau nisso, ficaram loucos. Pois hoje temos um prédio que precisa ser cuidado. Tem marginal lá dentro e o mato está tomando conta. Estão esperando cair. Vão fazer como ocorreu na casa onde estão construindo o Museu Pelé. Depois de cair a Hospedaria dos Imigrantes é que eles vão sair correndo para apagar incêndio. Esse cara vai ter que explicar. Nem que eu tenha que ir ao Ministério Público. Como é que essa Unifesp vem com essa conversa para boi dormir que não dá para aproveitar um prédio daqueles. O prefeito deveria peitar isso. Pois temos que preservar esse prédio. Tem que fazer a Hospedaria de Imigrantes virar a Unifesp de qualquer jeito. Não pode um cara de fora vir aqui desfazer isso. Volto a dizer. Galo no puleiro do vizinho é galinha. O reitor tem que chegar aqui e perguntar para o prefeito aonde ele pode instalar a Unifesp e não apontar aonde vai fazer. O prefeito tem que dizer onde. É que nem o Ford, escolha qualquer cor, desde que seja a preta. E a verba é de governo para governo. O prédio é do Governo Estadual e a universidade é Federal. É lógico que o Alckmin não vai segurar uma bomba dessas. Senão põe a faixa na padaria como fizeram com o técnico e os jogadores do Santos FC. A Cidade está apática. O povo aqui tem uma vida fácil, pois se estiver duro, vai pra praia e dá uma andadinha e ainda arruma uma namoradinha bonita. O cara com isso não sai para a rua para discutir. Os universitários não estão motivados. Isso deve ter uma razão, pois sempre foram os estudantes que tiveram esse papel de discutir as coisas. Os operários tentam, mas a grande força sempre foram os universitários. Tem dois momentos na Região que são exemplares e que mudaram a vida da Baixada. Primeiro é a avenida que liga Peruíbe, Mongaguá e Itanhaém até Praia Grande, aquilo mudou a vida do povo que mora por lá. E também a linha amarela do Márcio França em São Vicente que interligou tudo com uma obra chinfrim. O Márcio França com talento e uma obra simples mudou a vida de São Vicente. Trouxe a área continental para comprar na cidade. O VLT significa em última instância, trazer uma massa de 1 milhão e 500 mil para consumir em Santos. E fazemos em cada estação um shopping. Algo similar ao Trem do Sol na Argentina, que perto desse projeto do nosso VLT é uma carroça. Aqui temos outra vantagem. Na Argentina a finalidade é apenas turística, aqui o VLT seria turístico é de mobilidade da Baixada. Teria público todos os dias. Eu falo o seguinte: Chama o Constantino (dono da Gol e de diversas empresas operadoras de ônibus metropolitanos) e pede para ele construir o VLT. O projeto é viável sobre todos os aspectos e vai mudar toda a região, que sente a falta de perspectiva política. Não estão tirando o Khadafi do poder? Temos que fazer igual aqui, tirar esse bolor e esse ranço que existe. Eu quero discutir a Cidade. Hoje o mundo é tecnologia. A questão do homem e o seu meio é a técnica. E essa técnica inclui os meios instrumentais e sociais. Tem que montar estruturas. Temos que trazer capital para a Cidade e proporcionar vagas para empregarmos gente daqui. Santos perdeu uma batalha com o porto no Século 19, quando a Associação Comercial vendeu para a família Guinle o porto, e o Guinle ergueu um muro separando o porto de Santos. Isso separou o porto da Cidade. Eu vivi muito bem isso, pois meu pai trabalhou 42 anos no porto e minha mãe não sabe onde fica por causa desse muro. Hoje o porto tem possibilidade de se vincular a Cidade. E mais, olha o absurdo. Temos no porto uma panela de pressão demandando áreas para expandir. E temos em São Vicente, Praia Grande e Bertioga uma pressão para arrumar emprego. Eles têm áreas que poderiam atender o porto. É só juntar essa água com minha farinha para fazer o pirão. Está tudo ai. Precisamos de competência para fazer isso. Se fosse fazer um projeto para minha vida pessoal, querer ser deputado, não preciso falar essas coisas. Coisinhas menores me deixam sossegado por três gerações. Meu projeto é muito mais estreito do que isso. Se chegar ao final, mesmo quebrado, mas com o sonho realizado terá sido bom. Tem que transformar essa região. A Baixada tem um potencial invejável. E essa questão do pré-sal, na minha ótica, está muito inchada. Muito mais discurso do que potencial. Primeiro o que vai surgir são massas salariais. O concurso da Codesp obriga que o candidato seja de Santos porque é tão baixo que ninguém vem. Mas a Petrobrás vai trazer gente para a Região. Mas, todo o processo produtivo desse pré-sal se dá no Rio de Janeiro e em Caraguatatuba. Está muito mais para o porto de São Sebastião que para o porto de Santos. E o aeroporto de Guarujá? Precisa colocar lenha na fogueira. Porque não sai logo isso? Eu acho que o Aeroporto de Itanhaém deve sair, pois o Ozires Silva, que é alguém que respeito muito, afirma que nossa região precisa de muitos aeroportos.








Jama quer discutir o Porto na eleição municipal de 2012

Jama quer discutir o Porto na eleição municipal de 2012


JB- O PRTB já está discutindo a chapa de vereadores?
Jama- Sábado (02) temos o encontro regional na Câmara de Santos quando vou assumir a presidência do PRTB em Santos. A partir dai vamos começar esse processo. Os candidatos a vereador se entusiasmam com os partidos grandes e acabam como rabo de chapa ou laranja. Em um partido menor, as chances são outras.


JB- O senhor foi o vereador sem salário, pois doava seus salários para entidades que lutavam na recuperação de drogados. Pretende fazer o mesmo se for eleito prefeito?
Jama- Se a Codesp continuar a pagar meu salário, eu faço isso. Mas, a Codesp não pode fazer isso. Mas é um tema para debater. Eu defendia a idéia de que para o cargo de vereador não precisa ter salário. Defendia o conceito. Dessa idéia. Ninguém é vereador só vereador. Paradoxalmente, todos os vereadores têm outra profissão. O ex-vereador Sérgio Bonavides era um cara muito bom para ter idéias. Uma vez, ele quis transferir a sessão da Câmara para a tarde. E quase tomou tapa de todo mundo, pois o único vereador aposentado era ele. Claro que ainda dependo do partido, mas coloco meu nome como pré-candidato a prefeito pelo PRTB. E lanço a idéia de que se a Codesp pagar meu salário eu devolvo o da Prefeitura.


JB- Porque o senhor mudou tanto de partido. Já foi do PMDB, PSDB, PPS, PDT e agora no PRTB?
Jama- Todas justificadas. Foram perseguições. Quando assumi a presidência da Câmara Municipal, o alto conselho tucano me colocou na comissão de ética dizendo que eu não poderia ser presidente da Câmara. Eu já tinha derrubado outras três vezes que eles tinham me mandado para a comissão de ética. Eu pensei, como presidente da Câmara, não vou ter tempo para tratar disso. Dai sai do PSDB. Fui para o PPS pelas mãos do Arnaldo Jardim, pois sou diretor do Sindicato dos Engenheiros e o Arnaldo é engenheiro. Mas, o alto conselho do PPS santista ficou com o papo deles terem raízes comunistas e eu não. Eu falei que se eles forem tão de esquerda quanto eu estão ótimos. Minha esquerda é autêntica e não oportunista. Os caras são de esquerda só de boca. Me expulsaram do partido. Não apelei, pois não conseguia ver mais o tal do Marquito, que era o presidente, nem em fotografia. O PDT já expliquei. Os partidos na verdade não tem argumento nenhum contra mim. Os caras se incomodavam com minha votação. Eu fui perseguido em todas as legendas porque o povo gosta de mim. O culpado é o povo que gostou do Jama.


JB- Você continua com o Projeto Adeus Drogas?Quantas famílias você já atendeu com o projeto?
Jama- Continuo sim, já atendemos inúmeras famílias. Estamos há 20 anos atendendo gente. Mudamos a sede. Estamos na Av. Ana Costa, 203, em frente ao Lar das Moças Cegas.


JB- Você era conhecido por ser o vereador da bicicleta. Como o senhor vê a política de ciclovias do Município?
Jama- Nós tivemos uma atividade na busca de políticas cicloviárias muito grande. Nos organizamos em associações para debater o tema. Nisso eu quero destacar o Gunthel Bantel. Quando ele falecer deve dar nome a alguma ciclovia de Santos. Ele foi a um encontro na Europa sobre ciclovias e me convenceu disso. Depois fomos juntos em três. Hoje, o que tem de política de bicicleta nessa região tem uma contribuição significativa do Bantel e minha. Nós fazíamos apitaço em frente de Mc Donalds para ter estacionamento de bicicletas. Fizemos muitas coisas e só paramos quando vimos que a ciclovia pegou na Cidade e começou a andar sozinha. O Bantel participou muito da inserção da bicicleta no Código de Trânsito. Eu vejo agora a discussão do pessoal em cima da ciclovia da Av. Ana Costa. A bicicleta vai aonde as pessoas querem e precisam ir. Se você vê a horda de ciclistas que circulam na ciclovia da orla de manhã e no Guarujá você se assusta. Era uma coisa óbvia, pois estamos em uma região plana e de paisagens maravilhosas. Até apanhar chuva é gostoso de bicicleta. A Baixada tem uma vocação cicloviária grande. Até os norte-americanos já estão aderindo à bicicleta e as ciclovias. O acerto dessa luta da ciclovia é comprovado com a queda vertiginosa dos acidentes e mortes com bicicletas no trânsito de Santos. Só isso valeu. Qual o preço de uma vida?


JB- Que análise você faz de sua gestão como presidente da Câmara Municipal de Santos?
Jama- Eu reputo como grande placa de minha passagem pela Câmara a criação da TV Legislativa. Essa TV era norte de campanha e de discurso de plenário há anos. E era só apertar um botão, haja vista que fiz aquilo lá sem ninguém saber. Se eu falasse que tinha uma antena lá em cima da Câmara era capaz de ir alguém dar um bico na antena. No dia que entrou no ar, foi um sarro. Eu apertei forte o botão da mesa, e lembro que o Fausto Figueira (PT) virou e falou que eu estava louco. Dai disse que estava recebendo um telefonema de um amigo meu de São Francisco, da Califórnia, dizendo que estava assistindo pela internet a sessão, dai começou um alvoroço que ninguém ouviu que eu disse que a Cidade estava vendo pela TV. Na hora esvaziaram a sessão e foram telefonar para ver se era verdade. Seis meses depois, o jornal Boqueirão fez uma pesquisa mostrando que 12 mil pessoas assistiam à sessão pela TV ou pela web. Hoje, acredito que esse número triplicou. A Cidade agora vê a Câmara sem intermediário. E os reflexos internos? Os vereadores começaram a se arrumar melhor. As ofensas diminuíram. Hoje, não tem mais ofensa. A minha passagem pela Câmara foi marcada por isso.


JB- Quando você acha que a Câmara vai efetivar de fato um canal, já que hoje só transmite as sessões oficiais?
Jama- Eu particularmente acho que é um projeto que vai sair do papel. Pois interessa para a Câmara ter mais visibilidade. O eleitor quer saber o que eles falam e a maneira que eles votam. A política passa por essas coisas. No fundo a TV Legislativa era um discurso, mas ninguém queria porque expõe de sobremaneira o plenário. Meu sentimento é que o canal da TV Legislativa é um processo irreversível.


JB- Você realmente acredita que tem chances de ser eleito prefeito de Santos? Que vai comover a população?
Jama- Tenho a intenção real de sair candidato. E acho lamentável esse ar de espanto de alguns candidatos conhecidos em se discutir agora o pleito de 2012. Eles estão todos vivendo em função disso. Nem trabalham em seus mandatos para discutir a eleição de 2012. Mas não fazem isso publicamente. É a maior hipocrisia política. Eu não estou pensando se vou vencer. Todo candidato tem chances de vencer. Estou com entusiasmo para debater a Cidade. Minha conversa será com o povo. Sempre fiz campanhas modestas e diretas ao povo. É a ele que você deve se explicar, pois é o povo que vota. Então, se o PRTB confirmar na sua convenção ano que vem a minha candidatura, eu serei candidato. O meu desejo de ser candidato só Deus para. E tenho absoluta certeza que contra Deus eu não vencerei.








Jama afirma que sua candidatura é séria

Jama afirma que sua candidatura é séria


JB- O PRTB é um partido muito ligado aos transportes. O candidato a presidente do PRTB, Levy Fidelix, defende o Aerotrem há anos. E o Jama, pela sua entrevista, será o prefeito do VLT?
Jama-
Coincidentemente, o VLT é uma bandeira minha há tempos. Até porque eu vivi em Santos, onde se andava de VLT. Os bondes nada mais são do que VLTs, com outra arquitetura e tecnologia. O Beto Mansur está equivocado. Santos é a cidade do VLT. Ele diz que Santos não tem cultura européia para isso. Está completamente equivocado. Essa localidade teve uma das mais intensas redes de bonde ao lado de São Vicente. E o bonde é exatamente um veículo leve sobre trilhos. Com outra tecnologia, mas era. Porque não pode agora? Os caras de 1940 fizeram e os de 2010 não? A princípio o nosso povo está acostumado. O santista chorou quando tiraram os bondes. Foi um equívoco, pois tinha gente muito séria que aprovou o ônibus elétrico. Acabou fazendo a mão de gato nisso ai. O que fizeram com os bondes foi um crime. O VLT é diferente. Ele é apenas um eixo. Continua a espinha de peixe sendo feita pelos ônibus. Tudo com bilhete único e integrado. Não podemos mais adiar a necessidade da Cidade ter uma vida moderna, que empregue pessoal técnico aplicado. Hoje leva um mês para um buraco ser tampado. Ficou um mês um buraco na Av. Presidente Wilson com a Rua Olavo Bilac. E colocaram um cavalete que ficou mais uns 20 dias. Fizeram um reparo que não posso nem dizer que é a cara do cara que fez a obra, pois não consigo imaginar alguém tão feio. Sinceramente, é possível isso em 2011? O Steve Jobs lança IPAD e os caras aqui não conseguem resolver semáforo e buraco. É que brasileiro não processa. Pois eu conheço gente lesada com tombo de passeio. Como administrador público isso é um vexame. Eu me sentiria frustrado, pois é o elementar básico. O engenheiro tem que saber fazer conta. Essas coisas eu quero discutir. Na campanha, as pessoas ficam com os ouvidos atentos. Não acredito em outro jeito senão o debate político.


JB- O PRTB tem pouco tempo de TV. O senhor acha que terá espaço para discussão?
Jama- Em um minuto eu dou meu recado. A tônica da internet é isso. Não são 140 caracteres no twitter? Falei já. As redes sociais nessa eleição em 2012 serão importantes. Temos facebook, twitter, entre outros. A pegada da internet é McLuan. Um cara que teve uma visão que tem gente hoje que não vê. O meio é a mensagem. Eu mantenho o site Porto Gente. E uma vez um técnico da Codesp disse que as coisas que acontecem aqui não sobem a Serra. Eu disse a ele que sobe tanto que chega ao Alaska. Basta ter um notebook.

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