A Petrobras identificou a presença de petróleo de “excelente qualidade e sem contaminantes” no pré-sal da Bacia de Santos, em poço exploratório no bloco Aram.
O poço 3-BRSA-1396D-SPS fica a 248 km da cidade de Santos, no litoral paulista, em linha reta.
Assim, é possível comparar a mesma distância entre Santos, no litoral, até a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo.
Na primeira década deste século, Santos acabou se tornando a capital do pré-sal, algo que na ocasião era uma novidade.
Assim, criou-se uma grande expectativa.
No entanto, apesar do boom imobiliário, a vinda do curso de Engenharia de Petróleo da USP à Cidade, e a instalação de uma base da Petrobras no município, na prática o pré-sal se tornou um fiasco em termos econômicos.
Afinal, até hoje edificações permanecem vazias após a especulação imobiliária, que catapultou o preço do metro quadrado na Cidade.
Não bastasse, o curso da USP não teve continuidade.
No entanto, com o novo anúncio, a expectativa pode mudar, pois o pré-sal – na época um grande ponto de interrogação – hoje é uma realidade.
Profundidade
Um dos pontos positivos é que a distância em profundidade d’água chega a 1952 metros.
Isso se torna uma boa notícia, pois a maioria dos poços são perfurados acima de 2 mil metros.
Há casos, aliás, que a distância chega a 7,7 mil metros de profundidade.
Como ocorre na região do pré-sal da Bacia do Espírito Santo, a 145 quilômetros (km) da costa, em uma área conhecida como Monai.
“É a segunda descoberta no mesmo bloco, seguindo o ótimo resultado já alcançado em outro poço exploratório no início do ano, onde encontramos petróleo de excelente qualidade”, afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
“Estamos investindo fortemente na busca de novas reservas e os resultados estão vindo. Esse ano, já anunciamos descobertas também em Brava e em Búzios”, acrescenta.
Análises
O consórcio dará início às análises laboratoriais para caracterizar as condições dos reservatórios e fluidos encontrados, que permitirão avaliar o potencial da área.
Além disso, haverá perfuração em mais dois poços.
Além da realização de um teste de formação como parte do Plano de Avaliação de Descoberta (PAD).
O PAD tem prazo final em 2027 e atividades adicionais de aquisição de dados poderão ser realizadas, conforme planejamento e obrigações contratuais estabelecidas junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O bloco Aram foi adquirido em março de 2020, na 6ª rodada de licitação da ANP, sob o regime de Partilha de Produção, tendo a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora.
A Petrobras é a operadora do bloco e detém 80% de participação, em parceria com a empresa CNPC (20%)
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