Opositor Mauricio Macri é eleito presidente da Argentina | Boqnews
Foto: Site Oficial Mauriciomacri.com.ar

América Latina

23 DE NOVEMBRO DE 2015

Siga-nos no Google Notícias!

Opositor Mauricio Macri é eleito presidente da Argentina

O novo presidente assume no dia 10 de dezembro, colocando fim à chamada era Kirchner, iniciada em 2003

Por: Mariana Carneiro / Sylvia Colombo
Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

mauriciomacriO candidato opositor Mauricio Macri, da coligação de centro-direita Mudemos, foi eleito neste domingo (22) presidente da Argentina. Com 99,17% das seções eleitorais apuradas, ele vencia com 51,40% dos votos, contra 48,60% do governista Daniel Scioli.

Por volta de 21h50 (22h50 em Brasília), o atual chefe de governo da cidade de Buenos Aires começou seu primeiro discurso como presidente eleito. Com lágrimas nos olhos, agradeceu os filhos e a mulher, Juliana Awada, lembrou dos avós e dos pais e abraçou a secretária do pai, Anita, que até hoje trabalha com ele.

“Vamos realizar uma mudança que é para o futuro, para uma nova época. Essa mudança vai pedir toda a nossa energia, para construir a Argentina que sonhamos, com pobreza zero.” Deu uma mensagem “aos irmãos da América Latina”, dizendo que “quer trabalhar com todos, e encontrar uma agenda de cooperação”. Depois, puxou o coro do “Sí, se puede” (sim, é possível) que o acompanhou durante a campanha. Também enviou mensagem para “aqueles que não votaram em mim”, pedindo que se juntem ao esforço.

“Me ajudem a encontrar esse caminho. Esse país é um dos países do mundo com mais espírito empreendedor, e a razão é que nossos avós e pais cruzaram o oceano, sem Facebook nem Twitter e sem saber o que iam encontrar. Eles construíram uma etapa maravilhosa do país.”

Fez referência, assim, à trajetória do pai, empresário italiano que chegou à Argentina nos anos 1940 e virou um dos homens mais ricos do país. Ao final, pediu à Deus “que me ilumine para ajudar a cada argentino”. E pediu: “por favor não me abandonem”.

O discurso de Macri ocorreu cerca de meia hora depois que Daniel Scioli reconheceu sua derrota. Em discurso, ele afirmou ter ligado para Macri para parabenizar o novo presidente argentino e desejou-lhe sorte em seus quatro anos na Casa Rosada.

“Optou-se pela alternância. Optou-se pela mudança. Que Deus ilumine o engenheiro Macri para que esta mudança seja superadora e importante para este país”, disse o candidato governista.

Em seguida, fez referência a programas do atual governo e agradeceu os militantes de seu partido pelo apoio durante a campanha eleitoral e aos mais de dez milhões de votos que teve. “Deixamos o país com as taxas mais baixa de desemprego e de endividamento. Uma Argentina de oportunidades, de cara para o futuro, com a ciência e a tecnologia como política de Estado”, afirmou. “Defendi com muita convicção minhas ideias. Esperemos que Deus o ilumine [Macri] para melhorar o que avançamos.”

Depois do discurso de Macri, milhares de votantes começaram a comemorar na região do Obelisco, em Buenos Aires. Eles eram menos numerosos que os militantes de grupos kirchneristas que deixavam tristes a Praça de Maio, perto do centro de campanha de Scioli.

Na primeira vez em que se disputou um segundo turno no país, Scioli e Macri concorreram em eleição acirrada. O governista vencera o primeiro turno, em 25 de outubro, por margem de 37% a 34% de Macri. Em terceiro lugar ficara o também peronista Sergio Massa (Frente Renovadora), ex-integrante do governo Cristina que correu por fora e teve 5 milhões de votos.

O novo presidente assume no dia 10 de dezembro, colocando fim à chamada era Kirchner, iniciada em 2003, com Néstor Kirchner, e continuada por Cristina em 2007. Macri afirmou que levantará imediatamente as restrições para a compra de dólares impostas pelo governo atual. Terá como tarefas iniciais o combate a uma inflação estimada em 28%, a retomada do crescimento e a criação de empregos formais, estagnados há quatro anos.

Sua principal dificuldade política será, porém, costurar alianças no Congresso para viabilizar suas reformas. Tanto no Senado como na Câmara, a maioria é kirchnerista. Macri se beneficiou de uma cisão dentro do peronismo, que levou boa parte dos eleitores dessa corrente a o escolherem no segundo turno, em protesto contra Cristina.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.