Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta segunda (23), o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos), assegurou que o presidente Lula (PT) e o governador Tarcísio de Freitas, do seu partido, estarão reunidos em novembro para lançamento do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento em São Paulo.
A data, porém, não foi divulgada.
O lançamento ocorreria no mês passado, mas em razão da operação do presidente, foi necessário o adiamento (os médicos recomendaram que o presidente não viajasse na semana que antecedeu a operação do quadril).
No lançamento, a estrela será a futura construção do túnel Santos-Guarujá.
Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio é do mesmo partido do ministro.
“Nós temos aqui no ministério quase R$ 70 bilhões para isso (investimentos em portos, aeroportos e hidrovias), incluindo a maior obra do PAC, que é o túnel do Porto de Santos”, disse ao jornal.
PLN 36/23
Na semana passada, o PLN 36/23 já trazia a informação que o Porto de Santos (SP) deverá ter mais R$ 50 milhões para iniciar os estudos de implantação do túnel Santos-Guarujá, obra incluída no PAC.
Aliás, os recursos foram incluídos em projeto enviado ao Congresso (PLN 36/23) para abrir crédito especial de R$ 70,9 milhões no Orçamento de 2023.
Portanto, segundo o Executivo, o túnel vai proporcionar a otimização do fluxo de passageiros e cargas, além de maior segurança nas manobras dos navios.
“Vale ressaltar que a construção do túnel submerso não interferirá na profundidade do canal de navegação, garantindo que as embarcações possam operar sem restrições, preservando assim a atividade portuária”, afirma o governo na justificativa do projeto.
Assim, os recursos são de receita própria da empresa.

Ministro Silvio Costa falou sobre obras em Santos ao jornal Folha de S. Paulo. Foto: Fernando De Maria/Arquivo
Entrevista
Assim, na entrevista, o ministro falou sobre a criação de uma secretaria para hidrovias, novo aeroporto em São Paulo, na cidade de Caieiras, o programa Voa Brasil, entre outros temas.
Portanto, confira trechos da entrevista a respeito do Porto de Santos e relação entre Lula, Tarcísio e Republicanos.
Folha de S. Paulo – O governador Tarcísio, do seu partido, defende a privatização do Porto de Santos e o sr. já disse que isso não ocorrerá. Quais são os planos para o Porto?
Ministro Silvio Costa Filho – O governo do presidente Lula tomou a decisão da não privatização do Porto de Santos.
O que nós queremos é melhorar a governança do porto e autorizar que, preservando a autoridade portuária, a gente possa buscar parcerias público-privadas, a exemplo do túnel de Santos, a exemplo da dragagem e outros investimentos em mobilidade urbana dentro do Porto de Santos.
FSP – O sr. tem conversado sobre as obras do PAC com o governador Tarcísio?
Ministro Silvio Costa Filho – Desde o primeiro momento que nós assumimos, a gente ampliou o diálogo do governo federal com o governo do estado de São Paulo. Essa é uma orientação do presidente Lula e do ministro Rui Costa (Casa Civil) para que as parcerias administrativas possam ser ampliadas com o governo de São Paulo.
Até porque quando São Paulo vai bem, o Nordeste vai bem, o Norte vai bem, então é importante que cada vez mais São Paulo cresça e se desenvolva.
Essas parcerias administrativas, independentemente de partido, serão muito importantes para o futuro do Brasil.
FSP – Tem novas parcerias em negociação?
Ministro Silvio Costa Filho – O presidente Lula vai agora em novembro lançar o PAC em São Paulo com o governador Tarcísio.
Aproximação?
FSP – O sr. acredita numa aproximação entre Lula e Tarcísio?
Ministro Silvio Costa Filho – Todos nós, sobretudo essa nova geração política brasileira, precisamos pensar muito mais nas próximas gerações do que nas próximas eleições.
Eu acho que todo o nosso foco agora tem que ser na agenda econômica e na agenda social.
FSP – O Republicanos vai aderir à base formalmente do governo? Pode apoiar, inclusive, a reeleição do presidente Lula?
Ministro Silvio Costa Filho – O presidente (do partido) Marcos Pereira já deixou clara a posição do Republicanos de independência (ao governo).
Até porque o partido, ele tem gente que votou no Bolsonaro e votou no presidente Lula.
Eu digo sempre que eu sou lulista.
Então, o partido é um partido que tem procurado ajudar na agenda econômica nacional.
Tanto é que no primeiro semestre, 87% do partido votou a favor das pautas importantes para o governo.
Então, todas essa agenda econômica que está sendo implementada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, hoje tem a simpatia do presidente Marcos e da grande maioria do partido.
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