Com a proximidade do Natal, as pessoas precisam preparar o bolso, porque os produtos natalinos sofreram impacto na economia.
Sendo assim, um dos fatores que influencia ao controle de compra dos alimentos é devido a inflação em alta do País.
Portanto, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro de 2022 houve uma alta de 0,59% após três meses de redução dos preços do índice.
O setor de alimentação e bebidas apresentou crescimento de 0,72% na variação mensal de outubro.
Contudo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada em 12 meses (outubro de 2021 a outubro de 2022) foi de 6,47% e 4,70% no ano de 2022.
Segundo o IPCA, os destaques dos alimentos em outubro foram batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%), cebola (9,31%) e frutas (3,56%). Contudo, as quedas maiores ocorreram com o leite longa vida (-6,32%) e o óleo de soja (-2,85%).
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, em novembro de 2022, o preço na cidade de São Paulo apresentou variação positiva de 2,69% em relação a outubro.
Dessa forma, a cesta básica na capital paulista foi a mais “salgada”, com valor de R$ 782,68.
Além disso, de outubro para novembro, entre os 13 produtos que fazem parte da cesta básica, cinco aumentaram nos preços médios, em comparação ao mês anterior, casos do tomate com 18,93%, batata com 13,13%, banana com 3,48%, manteiga com 1,79% e carne bovina de primeira com alta de 1,26%.
Já sete produtos apresentaram queda de valor: leite integral com redução de 4,06%, feijão carioquinha com – 2,88%, óleo de soja – 2,02%, café em pó – 1,49%, farinha de trigo – 1,27%, açúcar refinado com – 0,74% e arroz agulhinha – 0,26%.
Contudo, os dados de dezembro ainda não foram divulgados, mas de acordo com o economista Dênis Castro conclui-se que a inflação dos preços dos alimentos tem sido a maior desde a implementação do plano Real.
Desse modo, acaba afetando diretamente a capacidade de consumo da sociedade brasileira, diminuindo o poder de compra da população, o que impacta com uma forte intensidade os mais pobres.
No entanto, no que se refere aos panetones, de acordo com a Scanntech (empresa especializada em levantamentos de varejo), o preço aumentou 23% entre agosto e outubro, em relação aos valores no mesmo período do ano passado.
Motivos
Para entender melhor sobre o motivo, Dênis informou que a inflação brasileira tem suas raízes na desvalorização do real frente ao dólar e no aumento dos gastos do governo.
Dessa forma, os produtos brasileiros ficaram mais baratos para os estrangeiros na medida em que ficaram mais caros para o consumidor brasileiro.
Entretanto, questionado sobre a influência da taxa Selic no aumento dos produtos, ele revela a dimensão desse ponto.
“A alta da taxa Selic tem objetivo de tornar o crédito mais caro, visando encarecer financiamentos e o custo das operações com cartão de crédito, freando a atividade econômica pra tentar controlar a escalada inflacionária dos preços dos produtos.”
Portanto, a taxa funciona como um fator que visa o equilíbrio da inflação.
Dívidas
Um fator importante para as compras do Natal é a questão do endividamento das famílias brasileiras. A questão que fica é: como lidar com esse momento?
Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 78,9% das famílias brasileiras estão com dívidas em atraso. Os dados foram divulgados no último dia 6.
Dessa forma, diversos brasileiros recebem o 13º salário. Dênis Castro afirmou sobre como administrar essa questão: “Priorizar o pagamento das dívidas assim que cair o 13° salário e não menos importante que a população já faça o planejamento para as contas de janeiro como o IPTU, IPVA, seguros, matrícula e rematrícula nas instituições de ensino, bem como as compras de materiais.”
Portanto, é recomendável o devido planejamento para essa época de festas.
Compras
Outra questão interessante é qual a melhor maneira para realizar as compras por conta da inflação?
Castro salienta sobre a importância que as pessoas necessitam pesquisar por preços menores na hora de consumir.
Portanto, se os consumidores realizarem um planejamento, analisar com cuidado e pesquisar os preços, isso acaba, de certa forma, podendo minimizar os custos na hora de comprar.
Mercado
Para preparar a ceia, as compras nos mercados são inevitáveis. Contudo, o preço dos alimentos serve de alerta aos consumidores. Em um dos supermercados da região da Baixada Santista, o chester e peru da Perdigão sai pelo valor de a R$ 29,99/quilo.
Em 2021, o quilo do peru era R$ 25,98 e o chester R$ 27,98. Já o quilo do lombo da Sadia está custando R$ 33,99. Em relação ao panetone, o da Bauducco, de 908 g, chega por R$ 41,99. Para ter uma noção, no ano passado, custava R$ 37,99, diferença de 10,5%.
Produtos artesanais
Além disso, se a situação já é difícil para os consumidores, para quem trabalha na área dos produtos artesanais pode ser uma saída interessante. Cristiane Valdez, culinarista, que trabalha há mais de 12 anos com panetones, tem a receita. “Esse ano, os produtos de panetones tiveram um aumento bem alto em relação ao ano passado quando estávamos na pandemia”.
Cristiane frisou que o aumento não se deu apenas nas frutas cristalizadas, mas nos produtos em geral.
Contudo, sobre a procura, a culinarista disse que a maior busca são pelos panetones recheados, trufados e decorados. “No ano passado houve bastante procura pelos recheados, assim como nesse ano também”.