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12 DE MAIO DE 2010

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Sindicalistas alertam para precarização do trabalho na construção civil

Sindicalistas apontam a precarização no mercado de trabalho da construção civil no país, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados mostram que construtoras contrataram quase oito vezes mais serventes do que pedreiros, embora o primeiro grupo represente só 40% dos trabalhadores em obras, de acordo com a Câmara […]

Por: Da Redação

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Sindicalistas apontam a precarização no mercado de trabalho da construção civil no país, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados mostram que construtoras contrataram quase oito vezes mais serventes do que pedreiros, embora o primeiro grupo represente só 40% dos trabalhadores em obras, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).


“Um servente prepara massa para até três pedreiros”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário de Belém Atnágoras Lopes. “O número de contratações é a prova de uma fraude. Há gente sendo contratada como servente, mas trabalhando como pedreiro.”


Lopes foi um dos sindicalistas que esteve ontem (11) na apresentação de um estudo setorial da construção civil elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Do documento, constam os dados do Caged, que computa as contratações e demissões informadas por empresas ao governo mês a mês.


Segundo o Caged, de janeiro de 2009 a fevereiro deste ano, 153 mil serventes de pedreiros foram contratados. No mesmo período, as construtoras contrataram 20 mil pedreiros.


De acordo com a CBIC, porém, existe um servente para cada 1,5 profissional trabalhando em obras no país.


“Pedreiro ganha cerca de 25% a mais do que servente”, complementou Lopes. “Provavelmente, metade dos pedreiros trabalhando não recebe para isso pois está registrada como servente.”


O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre de Oliveira, afirmou que a precarização do trabalho é atualmente um dos maiores problemas da construção civil, assim como a informalidade. “Mais da metade dos trabalhadores da construção é informal”, disse ele.


De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, dos 6,9 milhões de trabalhadores na construção, 4,4 milhões não têm carteira assinada. Destes, 2,7 milhões trabalham por conta própria e o restante é assalariado sem carteira.


Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom), Dário Carneiro, esses dados mostram que é preciso repensar a qualidade do emprego gerado nas construções. “Nós vemos o número de empregos aumentar, mas não podemos aceitar as condições de trabalho desses empregos.”


Em nota, a CBIC informou que os dados sobre contratação no setor não indicam precarização, mas sim a lacuna de especialização dos profissionais.


Segundo a entidade, as empresas contratam mais serventes devido à falta de qualificação dos candidatos. Depois, elas capacitam esses profissionais, que deixam de ser só ajudantes. “Prova disso é o aumento expressivo do ganho médio do trabalhador da construção civil, o que evidencia que não existe precarização, mas melhoria das competências”, informou a entidade.


De acordo com o Dieese, o salário médio do trabalhador na construção subiu de R$ 525,43 para R$ 580,33 de 2008 para 2009.

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