A Poligonal do Porto de Santos será ampliada em uma área estratégica – a última disponível para expansão na margem direita.
Afinal, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), com anuência da Prefeitura do Município, decidiu pela inclusão da chamada Vila dos Criadores na área de jurisdição da Autoridade Portuária de Santos (APS).
Com isso, o parque portuário ganha com mais um local de acesso ao mar.
Trata-se do último disponível para expansão na margem direita, que será um terminal nos moldes do que se propunha para o STS 10.
A decisão ocorreu nesta quarta-feira (10) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em reunião com o presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini.
Vantagens
Para o ministro, a inclusão desta área municipal na Poligonal – ou seja, no Porto Organizado – terá a vantagem de, ao mesmo tempo, resolver um problema social e atender às necessidades de expansão do maior Porto do hemisfério sul.
“Todos ganham, a comunidade e todo o setor de logística portuária brasileiro”, ressaltou Costa Filho.
Na comunidade, centenas de famílias residem em uma área onde outrora funcionou o antigo lixão.
Anderson Pomini, presidente da APS, destacou que a medida revela uma visão do Porto como um todo e não apenas com um tipo de carga.
“Ficou clara a preocupação do ministro e da gestão atual com a necessidade de aumento da capacidade de contêineres, já que faremos adensamentos na BTP e na Santos Brasil”, disse.
“Como também buscamos aprimorar a relação Porto-Cidades, com a transferência do terminal de cruzeiros, o Concais, para trecho do Ecoporto, integrando ao Parque Valongo”, afirmou Pomini.
Mapa da futura área destinada para fins portuários – último trecho livre da margem direita do Porto. Foto: Divulgação APS
Moradia e meio ambiente
A Vila dos Criadores, com uma área total de 420 mil m2, fica junto ao Rio Casqueiro.
Ou seja, no limite do município de Santos com Cubatão, entre o estuário e a Rodovia Anchieta, no bairro Alemoa.
No local há uma ocupação irregular, com cerca de 9 mil pessoas.
Assim, elas irão para residências adequadas, condição que fará parte da contrapartida exigida do futuro arrendatário da última área não explorada da margem direita do Porto.
Além da disponibilização de conjunto habitacional para as pessoas que moram no local, a desocupação vai permitir também a solução de um passivo ambiental.
Afinal, o local abrigou um antigo lixão onde os detritos produzidos em Santos eram lançados até o final do século passado.