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Opinião

16 DE AGOSTO DE 2016

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Homoafetividade

O colaborador José Roberto Vasconcelos aborda um tema ainda tabu, a homoafetividade, que remonta desde a própria origem da humanidade

Por: José Roberto Vasconcelos
Da Redação

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Além dos estudos biológicos que concluíram ser um instrumento natural de controle de populações de quaisquer tipo animal, incluindo o Homem, teve a Homoafetividade serventia militar na antiguidade, segundo historiadores.

Do ponto de vista da biologia, até 10% dos seres da mesma espécie podem desenvolver aptidão homossexual ou bissexual, conforme a demanda. Entre os macacos esse controle natural faz as fêmeas voltarem a engravidar somente após as crias ganharem independência plena.

Detalhe: os machos ao desmamar são entregues ao grupo varão. Assim as jovens varoas são protegidas do assédio. Algo semelhante à lenda das amazonas tupiniquins.

Já no contexto militar grego a lealdade entre os parceiros foi estratégica. Enquanto o ativo combatia, o passivo defendia a retaguarda de seu amante. Quando um morria, procurava-se outro. Se não houvesse com quem compor dentro do exército, pois a maioria optava por ser hetero, o jeito era buscar entre civis.

O aliciamento “roubava” futuros maridos. Diante dos dotes e demais exigências patriarcais tornava-se “vantajoso” alistar-se. Ascensão social. Possibilidade de enriquecimento. Individualidade. Apesar da sensação de que cada batalha ser a última. Além de ter sexo sem responsabilidades maiores.

Cabe lembrar que entre os militares de Esparta a homossexualidade era maior, talvez por conta do rigor do treinamento. Ainda criança eram levados para a montanha e só de lá saiam guerreiros formados, jovens adultos. Somente, então, poderiam ter contato com o sexo oposto. Nesse contexto, a homoafetividade germinou naturalmente.

Já em Athenas, mais dada ao intelecto, a prostituição foi formalizada para estimular a heteroafetividade.

Deduz-se, assim, que a homoafetividade não é antinatural, como apregoava o apóstolo Paulo. Mais que um útil meio de controle populacional, uma expressão humana que deve ser respeitada. Na verdade ninguém deixa de ser o que deseja ser. Apenas alguns se descobrem homoafetivos como quem desabrocha um potencial escondido pelo medo e convenções.

Evoluímos. Ao menos as instituições  já não consideram crime, passível de prisão, castração ou morte, a Sodomia. Nem a vêem como doença. E até já protegem a opção sexual, legalmente, igualando os direitos com a união hetero.

Contudo, muitos pereceram. Alan Turing (1912-1954), gênio da computação que tornou o computador programável, decifrou as comunicações de Hitler e desenvolveu projetos na área de informática, é um ícone. A Rebelião de Stonewall 1969, marco do Movimento LGBT. Em ambos a Inglaterra expôs a maneira como que as suas autoridades  lidavam com a homossexualidade.

Liberdade. Palavra doce feita de ingredientes, muito das vezes, amargos.

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José R. da S. Vasconcelos.

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