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06 DE ABRIL DE 2016

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A reforma agrária no ar

Jornalista Clóvis Duduka Monteiro analisa projeto esquecido no Congresso que prevê ampliar a programação regional em programas de TV.

Por: Clóvis Duduka Monteiro
Da Redação

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“E que o passado
abra o presente
pro futuro ” (Taiguara)

No início deste século exercia a atividade de consultor autônomo de comunicação na implantação da TV Educativa UniSantos e da TV Com Santos. Em uma de minhas viagens a Brasília conheci o projeto de lei de Jandira Fegali, então deputada pelo RJ, que previa a descentralização econômica e de produção das mídias nacionais. Cheguei a testemunhar uma sessão da comissão de redação e texto final, no Congresso Nacional, ao lado do então deputado de nossa região, Vicente Cascione – favorável ao projeto, bem como Mariângela Duarte que não pode comparecer àquela sessão.

Como era de se esperar alguns deputados presentes, representando as poderosas Globo e Rede Record, entre eles o Bispo Valdemar, Antonio Carlos de Magalhães Neto e mais um inexpressivo deputado carioca que, chegando ataboalhado, pediu “vistas do processo” e arrancou risos do plenário presidido por Luis Grenhalgh, pois não tinha formulado o pedido por escrito, impediram a continuação dos trabalhos e a aprovação da lei. Lembro do Cascione ao fim da sessão de pouco mais de cinco minutos dizendo pra mim; “Tá vendo? Eles não deixam….”.

A grosso modo, este projeto, não é do executivo, prevê 30% de produção regional em todo país, ou seja, a produção de 8 horas diárias de programação local em cada emissora – Talvez naquele momento as redes de emissoras não acharam oportuno distribuir 30 reais de cada 100 reais absorvidos em campanhas publicitárias nacionais aos núcleos de produção regionais.

Eis então que resolvi encaminhar essa pequena história a todos, pois tenho me encontrado com amigos de produtoras e agências que relatam as dificuldades atuais. Em vez de sobreviverem dos grãos econômicos de sua carteiras de clientes e dos ilusórios períodos de ínfima estabilidade econômica, penso eu que deveriam deixar as picuinhas de lado e se unirem em algum espaço democrático para debaterem a possibilidade de lutarem juntos por um avanço real da situação vigente.
Este projeto, se aprovado, permitirá a formação de núcleos de produção espalhados por várias regiões do país e a nossa região ganhará a possibilidade de absorção de profissionais que são formados a cada ano e a criação de programas, séries, jornalismo, comerciais, de auditório, ou seja, de trabalho na contratação de profissionais em diversas áreas da comunicação, inclusive de artistas, evitando a concentração e revitalizando a economia periférica de nosso pais…

1. Que se reúnam.
2. Que levantem informações a respeito do tema.
3, Que contratem ou indiquem alguém para fazer isso, que vá a Brasilia, que procure deputados e senadores, enfim, que crie um movimento capaz de estimular uma real transformação da realidade atual.
4. E que deixem as picuinhas e disputas para depois das conquistas das leis que estimulem a economia regional.

A propósito, na atual conjuntura política econômica do país, a despeito de todas as emissoras de televisão e de rádios conquistadas em nossa região, às agências e produtoras locais parecem “Sem Terras” a procura de uma “Reforma Agrária no Ar” – referência a um texto de Fernando Ferro e Jacques Wagner sobre este tema no fim da década de 90 do século passado.

Enfim é isso.
Clovis Duduka Monteiro
http://www.ddkproducoes.com/

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