Li, em fins de 2018, artigo(1) de João de Fernandes Teixeira, autor de mais de uma dezena de livros a respeito de Filosofia da Mente e Tecnologia. Em seu – Nós, zumbis – expõe a questão ética de delegarmos para as máquinas decisões de vida e morte, absolvição ou condenação, certo ou errado.
Enfatiza que a suposta imparcialidade delas tem parâmetros humanos estatísticos alimentados por meio de técnicas de Big Data.
Noutro artigo(2), na mesma revista, Fernando Moraes, filósofo social e humanista, questiona A Conectividade Humana em Tempos de Conexão Virtual.
Ele traz a luz uma questão do matemático Allan Turing (1912-1954): Por que deveríamos supor que um computador, que imita o comportamento de um ser pensante, esteja realmente pensando?
Razoável, penso eu, uma máquina supervisora decidir o destino de outra máquina que apresente falha que ponha em risco humanos e bens. Possa desligar, consertar e substituir outras máquinas. Mas não decidir destino de seres humanos, mesmo ligados a aparelhos com internet das cousas. As máquinas com I. A. podem chegar ao ponto de mordomos leais, quando muito. Programadas com alertas que permitam se comunicar com seus tutores e ou donos via SMS, além da própria Internet.
O Homem Bicentenário
O Homem Bicentenário, protagonizado por Robert Williams no personagem robô, esclarece bem essa possibilidade.
Já no A. I., Inteligência Artificial, Spielberg profetizou o perigo pelo qual passa a espécie humana.
E tantos outros clássicos cinematográficos de ficção científica já alertaram.
Mesmo o cordial robô, seriado Perdidos no Espaço, lembro-me de ter sofrido algum incidente e passar a agir estranho em certo episódio. Na mesma edição foi “consertado”. Voltou a ser o camarada de sempre.
Esse é um problema.
Qual a proteção de conviver com um Andróide, o qual a distância pode ser comandado por ser inescrupuloso colocando em risco nossa segurança?
Aqui não se trata de desprezar a tecnologia como ferramental. Mas de impor limites éticos a essa sanha de trocar gente por máquina.
Assumamos nossa responsabilidade para com nossas futuras gerações. Antes que soframos um apagão da espécie humana.
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José Vasconcelos.
[email protected]
Colabora com este jornal desde 2016.
Primeiro texto do outono de 2019.
Referências:
*Revista Filosofia: Ciência & Vida.
Páginas 12-17(1) e 58-60(2)
Editora Escala. Ed. 142. Ano X