“Malandros por noites a fio/Nas gingas que o corpo descamba/Tudo isto é a alma do Rio/É samba, é samba, é samba”.
A composição do sambista Ary Barroso traduz, poeticamente, a essência do carnaval carioca. E mesmo que o trecho da música Samba possa alimentar ainda mais o estereótipo de que a data comemorativa e as praias compõem as palavras-chaves da Cidade Maravilhosa não há como esconder: o Carnaval do Rio de Janeiro reúne um universo de alegorias, foliões e turistas pela união da música popular brasileira.
A partir dessa semana, o Jornal Boqueirão vai apresentar os melhores lugares para se passar o Carnaval – e o Rio, portanto, não poderia ficar de fora.
Sambódromo

Mesmo quem não é adepto ao gingado dos pés, conferir o desfile das escolas de samba no sambódromo é tão importante quanto visitar o Cristo Redentor. Os ingressos para acompanhar as 12 escolas do Grupo Especial começaram a ser vendidos na última quinta (7).
Para se ter uma idéia da procura, os camarotes já foram comercializados desde o ano passado. Além disso, as 12.190 arquibancadas e cadeiras destinadas aos moradores da capital e da Região Metropolitana do Estado já estão esgotados – porém, a Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA) confirmou, em nota, que na próxima sexta (15), haverá mais uma chamada para as pessoas que não adquiriram os ingressos. Já os moradores das demais localidades, inclusive turistas, ainda podem adquirir os ingressos pelo telefone (21) 3035-7676. Quanto ao preço dos ingressos, as arquibancadas variam de R$ 110 a R$ 200 e a cadeira especial custa R$ 110.
É na Avenida Marquês de Sapucaí, no Bairro de Cidade Nova, onde fica o sambódromo, local dos desfiles. Foi criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na gestão do governador Leonel Brizola (anos 80).
Para comparecer no dia dos desfiles (as 12 escolas são divididas para as apresentações no domingo e na segunda de Carnaval), pode esquecer o automóvel, ônibus ou táxi – a melhor maneira é ir de metrô. O transporte funciona sem interrupção até 23 horas de terça-feira (com intervalos de 10 minutos na madrugada), após o domingo e segunda-feira de desfiles. A descida para seguir até o sambódromo tem duas alternativas: na Praça Onze ou na Central – tudo vai depender do setor do ingresso comprado. Segundo a Riotur, o ideal é levar somente duas garrafas de plástico de 500ml com bebida e até dois itens de alimentação e uma capa de chuva, por precaução. Os desfiles começam por volta das 22 horas e prosseguem até às 6 da manhã do dia seguinte.
Entretanto, o mais interessante para quem for conhecer o sambódromo é, sem dúvidas, desfilar. Apesar do desfile de uma escola durar, em média, 80 minutos, a impressão é de passar mais rápido, por conta do dinamismo e harmonia dos foliões. Mas o preço de uma fantasia é bem salgado – sair numa das alas mais simples das escolas de samba não sai por menos de R$ 600.
Cidade do Samba
Criada em 2005, é nela em que abrigam os barracões das Escolas de Samba do Grupo Especial da cidade. São nos barracões que são feitas as alegorias – também conhecidas como carros alegóricos – e fantasias (adereços). A visitação é feita de terça a sábado, das 10 às 17 horas, até mesmo na época do carnaval. Os ingressos custam R$ 5.
Blocos de rua
Apesar da popularidade, não são somente as Escolas de Samba que ganham espaço no concorrido carnaval do Rio. Os blocos de rua são as opções certas para quem quer cair na folia de forma mais despojada. Geralmente são fechadas as principais ruas da Zona Sul e do bairro da Lapa. A composição é de bateria com 50 componentes fixos, um samba autoral para cada uma dos 12 blocos disponíveis.