As semelhanças entre o Sul de Minas Gerais e o interior de São Paulo não são coincidências. A região fez parte, até 1764, da capitania paulista, e só foi anexada ao território mineiro, quando o então governador Luís Diogo Lobo da Silva estendeu os limites do Estado. A área tem como destaque as plantações de café, além de relevantes investimentos em agricultura e pecuária, e é uma das mais desenvolvidas de Minas.
E dentre as várias cidades existentes nessa região, sendo a maioria delas pequenas e pouco habitadas (em média, 6 a 7 mil moradores), onde as principais economias se dão pela agricultura ou pela produção industrial, há muitas que se destacam por seu potencial turístico.
Poços de Caldas
A cidade é a que possui a disposição turística mais famosa e desenvolvida, muito por este ser, até a década de 50, a principal ferramenta econômica do município. Conhecida, principalmente, pelo caráter medicinal de suas águas, Poços recebe, constantemente, turistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que lotam as casas de banho com águas termais, com destaque para o prédio das Thermas Antônio Carlos, erguido nos anos 20.
Outro balneário famoso é o que se situa na Praça Pedro Sanches, também conhecida por Praça dos Macacos, onde há a mais tradicional fonte termal.
Mas Poços não vive apenas do turismo medicinal, contando com diversos prédios propícios a visitações, como o Palace Hotel, um dos mais antigos da cidade; o Palace Casino, onde já se apresentaram nomes como Carmem Miranda e Orlando Silva. Atenção também ao Véu das Noivas, ponto tradicional para os pombinhos, já que o município também é conhecido pelo grande número de visitantes recém-casados.
Roupas
Nas proximidades de Poços, estão cidades famosas pela produção de roupas de tricô: Monte Sião e Jacutinga. Principal mecanismo econômico e de geração de empregos nos dois lugares (em Jacutinga, são cerca de 450 lojas, gerando, especialmente entre março e julho, 6 mil empregos, com produção mensal de 2 milhões de peças), a confecção é também a grande razão de existência do turismo local.
A produção em Monte Sião de materiais mais leves, também à base de tricô, para o período mais quente do ano (verão-primavera), ajuda a movimentar ainda mais o comércio e, consequentemente, o fluxo de turistas. Já em Andradas, vizinha a Poços de Caldas, o destaque fica para a Festa do Vinho, em julho.
Santa Rita
Já na região de Santa Rita do Sapucaí são as cidades vizinhas que têm no turismo uma importante fonte de renda, ainda que o município, conhecido como Vale da Eletrônica, pela forte presença de centros educacionais e empresas do ramo, naturalmente atraia visitantes e curiosos.
Em São João da Mata, por exemplo, destacam-se os picos e rampas para paraglider e asa delta, além de trilhas para montanhismo, rappel e mountain bike. Aí, o turismo é basicamente pautado pelos esportes radicais. As demais cidades caracterizam-se principalmente por festas típicas, regadas à culinária mineira.
Pouso Alegre
Como no caso de Santa Rita do Sapucaí, a “capital” da região de Pouso Alegre são os vizinhos que se destacam no turismo. Caracterizada principalmente na área industrial, Pouso Alegre é, ainda, muito próxima de importantes centros turísticos mineiros e mesmo paulistas, como Águas de Lindóia e Campos do Jordão.