Os munícipes de Santos podem ter surpresas desagradáveis neste início de ano. Além do interminável combate ao mosquito Aedes Aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e também o vírus zika, a cidade teve uma elevação no número de pessoas com caxumba.
No último mês, só o Pronto Atendimento da Unimed Santos, na Av. Conselheiro Nébias, recebeu 77 infectados (duas crianças). Durante novembro, o número foi de 26 pacientes (três crianças). Um aumento de 184,7%. Em janeiro, até o dia 8, já foram registrados 26 casos de caxumba – todos em adultos – pelo Pronto Atendimento. Uma média de 3,25 casos ao dia.
A Beneficência Portuguesa informou que três pessoas foram diagnosticadas com a doença em dezembro. Duas mulheres, de 24 e 32 anos, e um homem de 26. Neste primeiro mês de 2016, não foram notificadas ocorrências decorrentes da patologia.
A Santa Casa de Saúde de Santos relatou que não houve entradas de indivíduos com caxumba no hospital. A Secretária de Saúde da Cidade diz que a Vigilância Sanitária só recebe notificações de doenças caso seja verificado um surto no município. Fato este que, segundo a Secretaria, não ocorreu em 2015.
Para o doutor Marcos Vercesi, responsável pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Ana Costa, o paciente que for identificado com a enfermidade deve ter repouso absoluto, para não prejudicar ainda mais o sistema imunológico e também evitar o contágio com as outras pessoas. É importante isolar os produtos de higiene, como toalhas e os utensílios do indivíduo durante o tratamento.
Sobre a doença
A caxumba é uma doença infecciosa, que provoca inflamação nas glândulas parótidas (as maiores glândulas salivares de nosso corpo que ficam na garganta), submaxilares e sublinguais. A patologia tem incidência maior no inverno e no começo da primavera, apesar dos números elevados registrados em Santos neste verão.
Os principais sintomas, segundo Vercesi, são os incômodos locais, seguidos do inchaço. Posteriormente, as dores podem ir para a garganta e aos ouvidos. Mal-estar, calafrios e dores de cabeça são outros indícios da caxumba, que em casos mais graves pode ocasionar inflamações nos testículos e nos ovários, pancreatite e até mesmo surdez. Em gestantes que nunca tomaram a vacina, a doença aumenta as chances de aborto.
Vacinação
Junto com as de sarampo e rubéola, a vacina forma a tríplice viral, que integra o Calendário Básico de Vacinação. Com duas doses, o indivíduo é considerado praticamente imune.
A primeira toma-se logo nos primeiros meses de vida e a segunda entre 4 e 6 anos. Adultos que não foram imunizados e nem infectados devem procurar o quanto antes tomar a vacina em qualquer posto de saúde do município. Para Marcos Vercesi, a vacina é eficaz e de suma importância, pois ajuda a prevenir e amenizar o contágio, além dos sintomas da doença.