O Brasil registrou cerca de 2,6 mil internações por herpes-zóster em 2023, um aumento de 13,6% em relação ao ano anterior, quando foram 2,3 mil ocorrências, e de 31,6% em comparação com as duas mil hospitalizações de 2021.
De acordo com especialistas, o envelhecimento da população e a melhora dos serviços de saúde em identificar a doença são alguns fatores que explicam o crescimento.
Além da baixa vacinação, já que hoje a vacina está disponível apenas na rede privada.
Diante deste quadro, uma abaixo-assinado publicado na plataforma Change.org.
Ele já conta com cerca de 185 mil apoios e pede que a vacina entre, de forma gratuita, na rede do Sistema Único de Saúde (SUS): https://www.change.org/VacinaHerpesZosterSUS
Apesar do nome, a herpes-zóster é diferente das herpes mais conhecidas, como a labial.
Além disso, ela ocorre pelo vírus varicela-zóster (VVZ), o mesmo responsável pelo quadro da catapora, ou varicela.
E a maioria das ocorrências é em pessoas acima de 50 anos ou imunossuprimidas.
Além disso, os sintomas envolvem dores nos nervos, formigamento, adormecimento, ardor, coceira, febre, dor de cabeça, mal-estar e lesões na pele.
Em aproximadamente 10% dos casos, há dores que duram por meses ou até mesmo anos após as lesões cutâneas desaparecerem.
Caso
A petição foi criada por Sueli Guete Aguiar, 67 anos, que teve a doença há cinco anos.
“Comecei com uma dor intensa, na altura do quadril, sem melhoras com fisioterapias, além de lesões na perna esquerda, até que fui diagnosticada com a doença”, explica.
Segundo pesquisas, a herpes-zóster pode levar a complicações graves, tais como: varicela hemorrágica para pessoas que possuem sistema imunológico comprometido.
E ainda: neuralgia pós herpética, a qual se caracteriza por uma dor que permanece mesmo após a cura das lesões da pele.
Não bastasse, ataxia cerebelar aguda, que é um problema que pode comprometer a coordenação do indivíduo.
Além de infecções bacterianas secundárias na pele, as quais podem levar problemas como artrite, endocardite, meningite e pneumonia.
Também infecção do feto; síndrome de Reye, a qual se destaca pela inflamação do cérebro.
Além de complicações oftalmológicas, como necrose aguda da retina, conjuntivite e esclerite.
“Tive também o diagnóstico de esclerite, dado pelo oftalmologista, na mesma época do diagnóstico com herpes-zóster. E sofro de tonturas, que é o que mais me limita. Aliás, nunca nenhum exame descobriu os motivos das tonturas”, completa Sueli.
Abaixo-assinado
No abaixo-assinado, ela afirma também que a vacina contra contra a doença, hoje disponível apenas na rede privada, é muito cara e exige duas doses.
“A vacina é muito importante para que as pessoas possam ter uma melhor qualidade de vida, porque o que sobra da herpes- zóster, após o tratamento, são as sequelas desagradáveis”, diz.
“Por ser uma vacina de alto custo, elaborei essa petição para pedir ao Ministério da Saúde que tenhamos, por meio do SUS, acesso à vacina contra herpes-zóster para toda a população brasileira”, conclui.