AIT é alerta para acidente vascular cerebral, dizem especialistas | Boqnews
Foto: Arquivo/ Agência Brasil

Saúde

09 DE DEZEMBRO DE 2022

Siga-nos no Google Notícias!

AIT é alerta para acidente vascular cerebral, dizem especialistas

Atividades físicas estão entre as recomendações para reduzir riscos

Por: Vinícius Lisboa
Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Um acidente ou ataque isquêmico transitório (AIT), como o sofrido pelo comediante Renato Aragão na última quarta-feira (7), é como um acidente vascular cerebral (AVC) que se encerrou antes de causar danos permanentes às células do cérebro. Sua ocorrência deve servir de alerta de que o risco de um AVC pode ser iminente.

Sendo assim, a presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins explica que o AIT é como um pré-AVC.

Dessa forma, porque indica que há um risco muito alto de acidente vascular cerebral em 48 ou 72 horas.

Além disso, assim como no AVC, no AIT, um coágulo ou placa de gordura chega aos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e causa um entupimento.

Portanto, faz com que as células daquela região cerebral parem de trabalhar.

Por isto, o resultado são sintomas como paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala e de compreensão.

Além de tontura e até perda de visão, que pode acometer um ou ambos os olhos.

Contudo, no caso do AIT, a partícula que obstrui a artéria se dissolve ou se desloca em um tempo muito curto.

Consequentemente, fazendo com que a situação de isquemia seja transitória e termine sem deixar sequelas.

Desse modo, a neurologista alerta que o perigo é achar que não há com o que se preocupar com o fim dos sintomas.

“É como a angina, no caso do coração, em que o paciente tem uma dor no peito e melhora, mas aquilo é sinal de que o vaso está entupido ou semientupido e pode ocorrer um infarto. O AIT é a mesma coisa. É um alerta de que alguma coisa não está bem e também uma chance de fazer o tratamento rápido e não ter um AVC.”

Além disso, a médica explica que o AIT pode ser um episódio realmente rápido, com duração de menos de um minuto, mas também pode demorar mais de uma hora.

No entanto, os sintomas chegam e vão embora subitamente, mas o risco de algo mais grave permanece.

“É um sinal de alto risco, se não houver tratamento. E a chance maior de ter um AVC é nos primeiros três dias. Por isso, deve-se ir ao hospital no mesmo dia e ser atendido de urgência”, afirma a médica, que acrescenta que o paciente deve ter internação para passar por exames e iniciar o tratamento preventivo.

Oportunidade de tratamento

Pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino , o neurologista Gabriel de Freitas ressalta que a busca de atendimento médico deve ser tão urgente quanto no caso de suspeita de um AVC.

Sendo assim, porque o trabalho de investigação das causas do AIT deve começar o quanto antes, para prevenir o risco de uma isquemia mais grave.

Diante de um caso de AIT, os médicos buscam entender qual foi a causa do ataque isquêmico, identificando a fonte do coágulo ou da placa de gordura. Ao mesmo tempo, inicia-se o tratamento preventivo com medicações que afinam o sangue e reduzem o colesterol.

Contudo, de acordo com o neurologista, o AIT é menos comum que o AVC, pois, muitas vezes, a pessoa que sofre o AVC não recebeu alerta por um episódio de AIT anterior.

Quando isso ocorre, o médico destaca que o paciente está ganhando uma oportunidade de se proteger.

“Se durou dois minutos, ou se durou uma hora, a importância é a mesma: tem alguma coisa no organismo que precisa ser investigada e tratada o mais rápido possível. Mesmo que a pessoa tenha melhorado totalmente, tem que procurar um serviço hospitalar, porque o risco de ter um AVC nas próximas 48 horas é muito alto”, acrescenta Freitas.

Dessa forma, a Rede Brasil AVC alerta 90% dos casos de AVC são evitáveis, mesmo que o envelhecimento e fatores genéticos possam aumentar os riscos.

Questões de saúde como hipertensão, diabetes e depressão podem ter tratamentos e reduzir as chances de sofrer uma isquemia.

Parar de fumar, não abusar do álcool, praticar atividades físicas, reduzir o consumo de açúcar, sais e gorduras e controlar o excesso de peso corporal também estão entre as mudanças capazes de minimizar o risco de doenças cérebro-vasculares.

Tipos de AVC

Os episódios classificados como AVC podem ter divisão em dois tipos: o isquêmico, em que o entupimento da artéria faz faltar sangue em alguma parte do cérebro; e o hemorrágico, quando o vaso sanguíneo se rompe e o sangue é derramado sobre o tecido cerebral. O primeiro tipo é o mais comum, correspondendo a algo entre 80% e 85% dos casos.

Portanto, a busca rápida de atendimento médico é essencial porque, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios, o que, ao longo de horas, pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala.

Contudo, a Rede Brasil AVC recomenda prestar atenção aos sinais mais comuns de que alguém pode estar sofrendo um AVC ou AIT: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação, no andar, tontura e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. A dor de cabeça intensa é mais comum nos casos de AVC hemorrágico e rara em casos de AIT.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.