A anemia é uma das deficiências sanguíneas mais conhecidas da população. Crianças, mulheres em idade fértil e gestantes são as mais afetadas por essa doença ocasionada pela diminuição de um pigmento que dá coloração ao sangue chamado hemoglobina A.
Na maioria dos casos, essa redução ocorre por falta de ferro no sangue. Se uma pessoa não tem uma alimentação adequada ou tem verminose ou perda de sangue por doença, ela pode contrair anemia por carência de ferro.
Falciforme
No entanto, existe outro tipo de anemia conhecida como falciforme. Trata-se da doença hereditária mais comum no mundo e no País, segundo dados do Ministério da Saúde. Nesse caso, ela ocorre quando existe uma deficiência na produção da hemoglobina A e no lugar é fornecida um pigmento diferente denominado hemoglobina S. Esta, não exerce a função de oxigenar o corpo de forma satisfatória, razão pela qual tais pessoas têm sempre uma anemia que não se corrige nem com alimentação a base ferro.
Anemia falciforme é uma doença genética e hereditária (passa dos pais para os filhos) que atinge predominantemente negros, mas que também pode manifestar-se em brancos.
Sua principal característica é a deformação que causa na membrana dos glóbulos vermelhos do sangue, que perdem a sua forma arredondada e elástica. Elas adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme). Circunstância que dificulta a passagem do sangue pelos vasos e consequentemente compromete a oxigenação dos tecidos.
Sintomas
As pessoas com anemia falciforme têm sintomas muito variados. Elas podem ser quase assintomáticas, necessitando de pouca transfusão de sangue. No entanto, existem algumas pessoas que, mesmo com acompanhamento médico adequado, têm crises muito graves dessa doença crônica, como é o caso do bancário Daniel Zoletti, que teve a doença diagnosticada aos três anos e desde então recebe acompanhamento com hematologista (médico especializado em doenças sanguíneas). “Nas crises, os sintomas costumam ser muito agudos. Dor intensa nas articulações e ossos”.
Formado em Processamento de Dados e pós-graduando em Economia, Daniel conta que as internações recorrentes sempre atrapalharam a sua rotina. “Tenho uma produtividade normal no trabalho. O problema são os períodos de crise que me impedem de frequentar o trabalho e a pós-graduação. Minha chefe é bastante compreensiva”.
Além das transfusões, o bancário convive com analségicos fortes em tempos de crise.
Normalmente diagnosticada na infância, Daniel alerta para uma dificuldade que sentiu na pele: a falta de suporte das escolas. “Por ser uma doença pouco divulgada, é comum as crianças serem hostilizadas pela fragilidade e pela ausência acarretadas pela a anemia falciforme”, alerta.