Brasil ainda tem alta prevalência de mortalidade por infecção generalizada | Boqnews
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02 DE SETEMBRO DE 2014

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Brasil ainda tem alta prevalência de mortalidade por infecção generalizada

Problema é responsável por 25% da ocupação de leitos em unidades de terapia intensiva (UTI) no País

Por: Da Redação

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Sepse, também conhecida pelo público leigo como infecção generalizada ou falência múltipla dos órgãos, é um dos principais problemas de saúde em nosso país, sendo responsável por 25% da ocupação de leitos em unidades de terapia intensiva no Brasil. Atualmente é a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e alguns tipos de câncer, como o de mama e do intestino.

Para identificar a prevalência e mortalidade por sepse e choque séptico nas UTIs brasileiras, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) e o AMIBnet (braço de pesquisas científicas da AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira) desenvolveram e aplicaram uma pesquisa qualitativa junto a UTIs brasileiras.

Foram criados 10 extratos, conforme região geoeconômica e tamanho das cidades. A amostragem foi realizada em 20% das UTIs de cada extrato (privada ou pública). Ao todo foram 189 UTIs – 2.643 leitos. Cada UTI registrou os números de sepse e o estudo acompanhou desde o diagnóstico até a alta hospitalar ou 60º dia de internação.

78,2% dos leitos foram da Região Centro-Sul; 18,4% região Nordeste e 6,0% da Região Amazônica. Ao todo foram 744 pacientes.

Resultados:
1) A prevalência de sepse grave/choque séptico foi de 28,1% e a mortalidade 54,5%; Não houve diferença na mortalidade nas regiões:

53,3% – Centro-Sul;

56,7% – Nordeste;

58,5% – Região Amazônica

2) A mortalidade por sepse grave foi menor quer por choque séptico, também sem diferenças nas regiões:

46% – Centro-Sul;

54,8% – Nordeste;

57,9% – Região Amazônica

Conclusão do estudo
A prevalência por sepse nas UTIs brasileiras é elevada. Não há diferenças de mortalidade entre instituições públicas e privadas, hospitais universitários e não universitários ou entre regiões.

Infelizmente, nosso país tem uma das maiores mortalidades de sepse do mundo. Alguns estudos epidemiológicos mostraram que a mortalidade brasileira por sepse é maior do que a de países economicamente semelhante, como a Índia e a Argentina. “Não sabemos muito bem os motivos pelos quais isso acontece, mas acreditamos que uma das razões seja devido ao pouco conhecimento da população sobre a doença, o que faz com que os pacientes com sepse sejam admitidos para tratamento em fases mais avançadas da síndrome, quando o risco de óbito é maior”, explicou o médico intensivista Dr. Luciano Azevedo, membro do ILAS e coordenador da Campanha Dia Mundial da Sepse.

O profissional alerta ainda que os profissionais de saúde que atendem os pacientes sépticos, seja nos prontos-socorros, enfermarias ou UTIs, também têm dificuldades no reconhecimento rápido da sepse e de suas disfunções orgânicas. “O diagnóstico de sepse é feito de forma atrasada e as horas iniciais, importantíssimas para o tratamento com antibioticoterapia e reposição volêmica, são perdidas. Mas obviamente as características do sistema de saúde brasileiro também desempenham um papel, pois muitas vezes em virtude da superlotação dos hospitais, pacientes com sepse são atendidos na fase mais precoce de seu tratamento em locais onde a estrutura não é adequada para dar o suporte que eles precisam. Quando esses pacientes são admitidos na UTI, as disfunções orgânicas já são preponderantes e a chance de sobrevida é bem menor”, disse.

 

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