O país tem 117 cidades em risco de epidemia de dengue no próximo ano. O número representa uma queda em comparação ao ano passado -em outubro/novembro de 2013, eram 157 municípios na mesma situação.
O panorama foi divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Saúde e faz parte do Liraa, índice que indica o percentual de imóveis infestados com larvas do mosquito transmissor da dengue. O levantamento foi feito em 1.463 cidades do país. Em 2013, foram 1.438 cidades investigadas.
Assim como em anos anteriores, o Nordeste concentra a maior parte dos municípios em situação de risco (96). Na região, com participação de 727 municípios, o motivo principal para infestação é a armazenagem de água.
O indicador classifica os municípios (ou bairros) em três categorias: em situação de risco, com Liraa acima de 3,9%; em alerta, entre 1% e 3,9%; e satisfatório, com índice abaixo de 1%. Os percentuais indicam aos gestores os locais onde pode haver explosão de casos da doença, com maior previsão no período das chuvas.
“[O Liraa] permite que cada prefeito saiba em seu município quais são os bairros com maior tendência de ter mosquito. E diz o depósito predominante de mosquito naquela área: se ali é lixo, armazenagem de água ou tipo de criadouro dentro de domicílio -o prato de vaso de planta, por exemplo”, destacou Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde.
Neste Liraa, dez capitais aparecem em situação de alerta: Belém, Porto Velho, Maceió, Natal, Recife, São Luis, Aracaju, Vitória, Cuiabá e Porto Alegre. Do total de municípios participantes, 813 estão em situação satisfatória -é o caso de São Paulo.
Na região sudeste, 426 municípios participaram do levantamento e em 335 a situação é satisfatória. A única cidade classificada como em situação de risco é Governador Valadares (MG).
O ministério lançou ainda a campanha de mobilização contra a dengue e chikungunya -o dia D está agendado para 6 de dezembro. As peças publicitárias têm como mote a necessidade de maior atenção da população, diante de transmissões em território nacional da febre chijungunya, “prima da dengue”. “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, diz a propaganda.
Número de casos
Segundo balanço do ministério, houve queda ainda no número de casos e mortes decorrentes da dengue. Se em 2013, foram registrados 1,47 milhão de casos, em 2014 foram 556,3 mil.
Ao mesmo tempo, caiu 41% o número de óbitos por dengue: de 646 em 2013 para 379 em 2014.