Para muitos, poder mastigar sem o uso de dentaduras é um sonho distante. Pessoas sofrem dificuldades ao comer e têm a autoestima fragilizada por problemas bucais ou perdas de dente. A maioria desses aspectos podem ser solucionados com um implante dentário, suportes de metal (normalmente de titânio) parecidos com um parafuso, que funcionam como uma nova raíz. Esse procedimento é feito cirurgicamente dentro do osso maxilar ou mandibular. Após a colocação, o dentista pode montar dentes substitutos sobre essa estrutura.
Próteses e dentaduras, às vezes, são desconfortáveis. Existem casos que o paciente é inapto ao uso desse artifício. Situações como locais doloridos e falta de adaptação são constantes. O dentista e especialista em implantes, Élcio Martins Gonçalves, ressalta que não existe um limite de idade para efetuar a operação. “O que interessa é estar em um bom estado de saúde. Recentemente coloquei dois implantes em uma senhora de 85 anos. Ela tinha dificuldades de se alimentar e estava perdendo peso, então a cirurgia foi benéfica”.
Pré-operatório
Gonçalves comenta que o pré-operatório é importante para diminuir eventuais riscos na cirurgia. “Pedimos exames como de sangue e uma avaliação cardiológica, por exemplo. Riscos todas as operações têm, mas se houver o acompanhamento médico, o paciente se cuidar e seguir todo o protocolo, o perigo é minimizado. É um procedimento seguro e melhora a qualidade de vida”.
Uma vantagem do implante é justamente não haver desgaste de um dente natural para apoiar os substitutos dos ausentes, como é feito em pontes fixas convencionais. O principal diferencial é a maior segurança proporcionada ao falar e se alimentar.
O dentista enfatiza que o método é um tratamento cirúrgico e não um procedimento para melhorar a aparência. “Muitas pessoas confundem implante com estética. A ideia principal é devolver a função. Uma prótese fixa pode repor 90% da mastigação, enquanto em uma dentadura apenas 30%”.
Esta operação, no entanto, é mais cara que outros métodos de substituição de dentes. Ao escolher fazer a cirurgia, é importante se informar sobre o tempo de osseointegração (período quando o organismo se acostuma com o suporte introduzido na boca).
Após a perda de um dente, com o passar do tempo, o osso do local tem um processo natural de adaptação. Essa ação dificulta a colocação de uma nova raiz. Por isso, o indicado é realizar o implante em um curto espaço de tempo.
Apesar de ser uma cirurgia com grande potencialidade de êxito, também existem as contraindicações. Pacientes com problemas ósseos e também indivíduos incapazes de manter a limpeza bucal não estão aptos ao método. A cooperação é fundamental para a eficácia da cirurgia, pois, se o tratamento for feito de forma incorreta, pode iniciar uma grave infecção e o quadro do paciente piorar.
Pós-operatório
O dentista comenta que o resultado após o implante é satisfatório e a confiança do indivíduo aumenta para práticas corriqueiras do cotidiano. “A autoestima melhora muito. A pessoa fica mais extrovertida. Ela poderá conversar sem correr o risco da dentadura cair. Vai para um restaurante e não terá vergonha. Muitos pacientes não saem para evitar uma situação de constrangimento”
No pós-operatório é importante que evite tomar sol e realizar exercícios físicos. Usar a medicação corretamente também é fundamental. Os cuidados maiores devem ser feitos na semana pós-cirurgia, com um repouso parcial. Gonçalves afirma que os efeitos colaterais ocorrem especialmente no primeiro dia após a operação e a recuperação é rápida.