Disfunção sexual afeta quase duas vezes mais mulheres com incontinência urinária | Boqnews
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11 DE AGOSTO DE 2016

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Disfunção sexual afeta quase duas vezes mais mulheres com incontinência urinária

Constrangimento e falta de informação levam à procura tardia de ajuda profissional, revela estudo da Unifesp

Por: Da Redação

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incontinência urinariaA perda involuntária de urina afeta de forma devastadora a qualidade de vida das pessoas. As mulheres, entretanto, são as mais prejudicadas uma vez que esse problema é bem mais frequente no sexo feminino.

Com o intuito de entender o impacto da incontinência urinária (IU) na vida sexual das mulheres, um estudo realizado pela fisioterapeuta Mariana Rhein Felippe no Ambulatório de Disfunção Miccional do Hospital São Paulo, hospital universitário da Unifesp, avaliou a sexualidade e a qualidade de vida de 356 mulheres (243 incontinentes e 113 continentes), com idades que variaram entre 30 e 80 anos. Foram excluídas as portadoras de doenças múltiplas, crônicas degenerativas e neurológicas, além de gestantes.

Após a aplicação de questionários específicos, estudo urodinâmico – espécie de eletrocardiograma da bexiga – e avaliação clínica, constatou-se que 53% das que sofriam de perda involuntária da urina também apresentavam disfunção sexual e 10% delas classificavam como ruim sua qualidade de vida. No grupo de mulheres sem IU, esses índices ficaram em 29% e 3,9%, respectivamente.

De acordo com Fernando Almeida, coordenador do ambulatório e orientador da pesquisa – apresentada como dissertação de mestrado – foram avaliados vários pontos relativos à sexualidade, entre eles, o desejo e a satisfação sexual, o conforto e a sintonia com o parceiro. “Em todos os parâmetros estudados em ambos os grupos, os resultados foram piores nas mulheres com incontinência”, afirma. “Principalmente porque, em 49% delas, há perda de urina durante a relação sexual, o que atrapalha não apenas o desejo como também o orgasmo”.

Muitas podem ser as causas da perda involuntária de urina. Entre elas estão fatores genéticos, obesidade, gravidez, pós-parto, cirurgias e traumas na região pélvica e problemas de bexiga hiperativa. “Mas, a mais comum ainda é a decorrente de esforço”, explica o urologista. “Nessa condição, o vazamento de urina ocorre devido a qualquer atividade que force o abdômen, de um simples espirro à uma leve atividade física”.

Tratamento simples e eficaz

Cerca de 15% a 30% da população acima de 60 anos apresentam algum grau de incontinência e as mulheres têm probabilidade até duas vezes maior de apresentar o problema.

Mariana explica que o medo e a vergonha de expor sua condição ao especialista adia o tratamento – que é simples e eficaz em 90% dos casos – por até 10 anos. “Geralmente, a busca por ajuda acontece devido ao grau de incômodo e não porque acham que esse é realmente um problema”, afirma. “Muitas acreditam que a perda urinária é decorrente da idade e não tem solução”.

Fernando Almeida explica que o tratamento consiste, principalmente, em mudanças de comportamento, no fortalecimento dos músculos da região pélvica com fisioterapia e medicamentos específicos. “A cirurgia, apesar de oferecer baixo risco, é indicada somente quando as alternativas de tratamento não surtem o efeito esperado”.

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