Muito provavelmente você já ouviu falar de colesterol. Tanto do malvado quanto do bonzinho. Não é à toa que preocupação com os níveis deles recebe tanta ênfase desde a publicação de estudos americanos na década de 50. Já que altas taxas de mau colesterol podem provocar sérias consequências cardíacas a longo prazo.
Falando em bom e ruim, muita gente se confunde quando esse assunto entra em discussão. Antes de entender o que faz bem e mal, é preciso compreender o que faz esse tal de colesterol para o organismo.
Ele nada mais é do que um composto de gordura que circula no corpo. Uma substância é essencial para a formação de hormônios importantes. O cirurgião cardíaco dos hospitais Ana Costa, Sírio-Libanês e Albert Einstein, Fernando Platania, explica que curiosamente as duas principais partículas de colesterol agem de maneira oposta em níveis elevados.
LDL e HDL
O LDL (low density lipoproteins ou lipoproteínas de baixa densidade), chamado de mau colesterol, favorece o depósito de placas de gordura (ateromas) nas veias e artérias, ocasionando a aterosclerose e outras doenças cardíacas.
Já o HDL, (high density lipoproteins ou lipoproteínas de alta densidade), conhecido como bom colesterol, absorve essas substâncias acumuladas no sistema circulatório. Em pessoas saudáveis, o HDL e o LDL se reciclam.
“Quando ambos os níveis estão elevados não há problema, porque eles acabam se equivalendo. A complicação ocorre quando a taxa de HDL está baixa ou quando a de LDL está alta. Uma vez que não existe qualquer medicamento que aumente o bom colesterol”.Para manter um índice desejável de HDL, o ideal é realizar atividade física periodicamente, sobretudo com exercícios musculares.
Origem do LDL
Platania esclarece que o desnível de mau colesterol advém principalmente da má alimentação, como produtos industrializados e fast foods. “ Gente magra também sofre de colesterol. Ela pode consumir alimentos que formam o LDL, independente do seu metabolismo e da capacidade invidividual de engordar”. A tendência genética é outro fator que origina o colesterol alto. Uma patologia intitulada hipercolesterolemia familar. Onde o indivíduo herda os genes que corroboram um defeito no fígado, que por sua vez produz grande quantidade de LDL.
Segundo as diretrizes apresentadas em um estudo feito em 2012 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, o gene é transmitido de forma parcial em uma a cada 500 pessoas. Já o legado de maneira integral acomete um a cada 1 milhão.
De acordo com o cirurgião cardíaco, “o depósito de mau colesterol ocorre normalmente em três aortas: nas coronárias (situada no coração), carótidas (que levam o sangue do coração para o cérebro) e as localizadas nas pernas”. Na maioria das vezes, o excesso de LDL é assintomático, mas nada impede o que surjam sintomas de acordo com a região acometida e fatores de risco.
Tratamento
Para combater o mau colesterol, o ideal é conjugar uma reorientação alimentar e exercícios físicos com o uso de remédios. Contudo, Platania ressalta que, infelizmente, é cada vez mais comum o paciente cumprir somente a segunda parte. “As pessoas se acomodam e acham que apenas fazendo o uso do medicamento basta e deixam de fazer a parte mais importante”.
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