Desde 2015, Santos conta com uma Comissão Municipal de Adaptação à Mudança do Clima (CMMC).
Foi uma das pioneiras no Brasil neste sentido, antes mesmo da criação do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, instituído em 10 de maio de 2016, em portaria 150 do Ministério do Meio Ambiente.
Diante disso, a Cidade tem evoluído em ações voltadas para a prevenção aos impactos das mudanças climáticas.
Em janeiro do ano passado, o prefeito Rogério Santos (Republicanos) chancelou o Plano de Ação Climática.
Ela prevê uma série de ações a serem realizadas pelo Município até 2050. (veja mais aqui).
O decreto derivou de uma série de contribuições não só de servidores, mas também de pesquisadores de instituições como Unicamp, USP, Unifesp, Unisanta, Unisantos, Inpi, entre outras.
O documento traz o Plano de Ação Climática de Santos (PACS).
Ele apresenta três horizontes de planejamento (até 2025, 2030 e 2050), em sintonia com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e os objetivos do Acordo de Paris, ambos adotados em 2015.
Neste sentido, ações como de Educação Ambiental com crianças ou o Beco Limpo, no Dique da Vila Gilda, são exemplos de ações desenvolvidas na Cidade.
Sem contar os investimentos em áreas de risco para evitar a ocorrência de novas tragédias, como a ocorrida em 2020, quando dezenas de pessoas morreram nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente.

Simples, mas fundamentais os ganchos são o símbolo do projeto Beco Limpo. Foto: Raimundo Rosa/Divulgação PMS
A explicação é do secretário de Meio Ambiente de Santos, o engenheiro químico Marcio Gonçalves Paulo.
Ele participou do Jornal Enfoque desta segunda (3), onde falou das ações da pasta.

Ecobags ajudam a minimizar os impactos das ondas, após anos de sua instalação. Foto: Divulgação-PMS
Geobags
Paulo explicou as ações que estão sendo tomados, como as geobags, instaladas na Ponta da Praia para diminuir os impactos das ondas.
Ao todo, foram 240 metros e 270 metros de área, em formato de L, que receberam os equipamentos, parceria entre a Prefeitura e a Unicamp, com aval e recursos do Ministério Público.
No entanto, ele reconhece que há necessidade de ampliação da ação para até o Canal 5, algo que está sendo tratado em parceria com a Autoridade Portuária de Santos.
Isso porque ocorre a concentração de areia para trechos em direção às praias do Boqueirão, Gonzaga, Pompeia e José Menino, em detrimento da redução da faixa de areia nas praias da Ponta da Praia e Aparecida.
Em alguns pontos, existem verdadeiras ‘montanhas’ de areia junto à faixa de areia para facilitar o trabalho dos ambulantes.
Até as barracas de praia encontram dificuldades para armar no local, especialmente em dias de maré alta ou ressaca.
No Canal 3, por exemplo, o nível de areia é tanto que até o trecho antes da comporta está tomado pela areia.
Diariamente, caminhões carregam a areia que sobra e bloqueia os canais para ‘engordar’ o outro trecho que falta.

Secretário de Meio Ambiente, Marcio Gonçalves Paulo, falou dos planos e ações da pasta. Foto: Carla Nascimento
Aterro
O secretário também falou sobre a PPP do Lixo, interrompida em razão de disputa judicial e também sobre as perspectivas para o fim das atividades do Aterro Sanitário Sítio das Neves, na área continental de Santos.
Segundo ele, o prazo de saturação se encerrará no próximo ano, mas a empresa responsável pelo local teria pedido a abertura de uma nova célula para destinação dos resíduos.
Ele, porém, reconhece que a capacidade máxima do local caminha para o fim – implantação no início deste século, na gestão do então prefeito Beto Mansur.
Gonçalves também não descartou a possibilidade de implantação de uma URE – Usina de Recuperação Energética, com a queima do lixo.
“A queima de resíduo urbano é uma das opções aceitáveis”, reconheceu.
Por sua vez, ele enfatizou que, se não houver outra solução, o lixo deverá ser levado para outro aterro, fora da Baixada Santista, impactando os valores pagos pelo Município – e, é claro, os contribuintes.
“Se isso ocorrer, o contrato deverá ser repactuado”, salientou.
Ou seja, provável aumento dos custos na coleta de lixo.
Cooperativas
Por sua vez, o secretário reconheceu as dificuldades enfrentadas pelas cooperativas de trabalhadores que separam e recolhem o material reciclável recolhido nas ruas pelos caminhões da Prodesan.
Um dos motivos é que as cooperativas enfrentam dificuldades com a mão-de-obra, a medida que os valores recebidos pelos cooperados hoje é, de forma geral, inferior ao montante pago por programas sociais do Governo Federal, por exemplo.
E isso afasta a mão de obra.
“Tivemos uma reunião na semana passada onde colocamos todas as dores e sabores”, enfatizou.
Uma das propostas é a criação de um pool envolvendo as cooperativas.
“Conseguimos delinear alguns pontos. Cremos que em três meses teremos um horizonte definido”, salientou.
Assim, segundo o secretário, estão sendo estudados alguns benefícios para os trabalhadores que atuam com reciclagem, além de melhorar o retorno financeiro.
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