O dia 30 de outubro marca a luta contra um mal silencioso que compromete a qualidade de vida de mais de 15 milhões de brasileiros e é a segunda maior causa de afastamentos do trabalho segundo a Previdência Social: o reumatismo. O termo que se banalizou pelo uso corriqueiro abarca mais de 100 doenças que acometem articulações, tendões, ligamentos, ossos e até órgãos do corpo, afetam pessoas de diversas faixas etárias, com incidência significativa entre os idosos, e têm na atualidade um complemento eficaz ao tratamento que ganha cada vez mais adeptos.
O Pilates tem se mostrado um poderoso aliado dos pacientes de doenças como osteoporose, artrose, tendinite, bursite e outras enfermidades reumáticas, cuja causa não é um trauma. Se antes a tradicional fisioterapia era a principal recomendação, associada a medicamentos para a redução da inflamação e da dor, hoje as aulas de Pilates representam um meio de acelerar a recuperação dos pacientes e trazer qualidade de vida, além de fortalecer o organismo como um todo.
“O encaminhamento por fisioterapeutas e médicos é cada vez mais frequente e isso mostra que a ciência descobriu o Pilates para o tratamento com resultados mais rápidos no caso de portadores dessas doenças reumáticas”, explica a educadora física e pós-graduada na modalidade Natália Gabriela Ambrosio, do Studio N Pilates, em Santos (litoral de São Paulo).
Segundo Natália, principalmente para as enfermidades mais comuns deste grupo, como artrose (inflamação e degeneração das articulações) e osteoporose (perda de massa óssea), o Pilates é indicado porque trabalha o ganho de força, mobilidade, massa muscular e flexibilidade. “Isso faz com que os ossos, articulações e tendões, focos da maioria das doenças deste grupo, sejam menos sobrecarregados. Os exercícios de mobilidade nutrem as articulações e isso faz com que a rigidez nesses pontos diminua”.
Dona Maria Guiomar Fernandes, que tem osteoporose, e realiza pilates há três meses. Foto: Divulgação
Desta forma, determinados movimentos da modalidade relaxam, protegem e fortalecem os pontos comprometidos pelas doenças reumáticas, reduzindo dor e inflamações. A geriatra Karen Kiss Henke enfatiza que a modalidade tem se mostrado uma excelente atividade para amenizar sintomas e dar maior qualidade de vida a portadores de doenças como artrose principalmente em pessoas da terceira idade. “Pilates para os portadores de artrose tem resultado em considerável melhora da dor e da mobilidade. Tem feito parte da prescrição médica de muitos pacientes para o tratamento”, afirma a especialista.
No caso de dona Maria Guiomar Fernandes, com 85 anos e portadora de osteoporose há mais de 20, três meses de prática já deram maior firmeza e equilíbrio no andar. “Sempre fui uma pessoa muito ativa. Mas tenho histórico familiar: minha mãe teve osteoporose”, conta ela, que sempre tratou a enfermidade com ingestão de cálcio e vitaminas.
“Agora, o Pilates faz toda a diferença”. Na maioria das enfermidades que se enquadram como reumatismo, a prática deve ser associada ao acompanhamento médico e, dependendo do caso, a medicamentos sob prescrição a partir de tratamento. “Para todas as doenças, as atividades devem começar de forma mais leve e evoluir de acordo com a resposta do corpo do aluno. E sempre com acompanhamento personalizado, pois cada aluno tem a sua resposta à prática. O Pilates trabalha a evolução nos movimentos com acompanhamento individualizado”, complementa a educadora física Natália Ambrosio.