Programa atente crianças diabéticas em Guarujá | Boqnews
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Saúde

16 DE SETEMBRO DE 2014

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Programa atente crianças diabéticas em Guarujá

Há 10 anos, o programa Docinhos de Guarujá oferece tratamento, medicamento e apoio necessários para pacientes e familiares conviverem com a patologia

Por: PMG
Da Redação

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“Ao descobrir que minha filha tinha diabetes eu não aceitei, fiquei revoltada. Encontrar um local que me fez entender a situação e que ofereceu apoio e tratamento para ela foi maravilhoso”. Assim como para Paula Lima dos Santos, mãe da pequena Maria Eduarda, de 8 anos, a descoberta do diabetes do tipo 1, patologia mais comum em crianças e adolescentes, pode ser desesperador para os pais.

No entanto, o cenário encontrado pelos munícipes que enfrentam esse problema em Guarujá é de acolhimento e oferta de tratamento de qualidade e gratuito. O serviço é oferecido por meio do Programa de Atenção e Tratamento ao Portador de Diabetes Tipo 1 “Docinhos de Guarujá”, projeto de sucesso que há 10 anos atende crianças e adolescentes, em um trabalho desenvolvido e mantido pelo amor e a união entre profissionais e atendidos.

Além de Maria Eduarda, o Docinhos de Guarujá atende outros 85 pacientes. O trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, nutricionista, endocrinologista, psicóloga, enfermeira e técnica de enfermagem. Os profissionais trabalham em conjunto para oferecer o melhor tratamento para os pacientes e suporte para as famílias.

A nutricionista do Docinhos, Flávia Fuzzi Barroso, explica que o ideal para o tratamento é uma junção entre alimentação, medicação e atividade física. Segundo ela, não existe uma alimentação específica para o diabético e sim a maneira correta de se alimentar, o que serve para todos. “Não queremos que eles tenham a comida separada, de doente. Ser diabético não significa ser doente, é ter uma disfunção, neste caso do pâncreas”.

A especialista ressalta que o fato da equipe falar a mesma língua faz com que seja oferecido um atendimento diferenciado, com profissionais integrados. Para ela, a recompensa é a alegria em ver os pacientes crescerem saudáveis e construírem suas histórias.

No tratamento interdisciplinar, a presença de uma psicóloga é essencial. Há seis anos no programa, Jully Almeida Martins, de 17 anos, explica que o atendimento psicológico, tanto particular quanto em grupo, foi fundamental para ela aceitar o diabetes e superar a tristeza que lhe abateu em um período. “A psicóloga foi muito importante, me ajudou a manter a calma. Com ela, posso conversar e isso me fez muito bem. Hoje, sinto-me preparada para o futuro”.

Jully tem consultas mensalmente no Docinhos, toma seis insulinas por dia, mantém uma alimentação saudável e pratica natação. Segundo a jovem, uma vida normal, como a de qualquer adolescente. Segundo ela, algumas pessoas, por não terem informações do diabetes, acham que é uma doença contagiosa, o que gera preconceito. Para Jully, é importante que as pessoas saibam, não somente aquelas que portam a patologia, mas todos, de que diabéticos podem sim ter uma vida normal e feliz.

As palavras da adolescente são reafirmadas pela psicóloga da equipe, Débora Maris. Segundo a profissional, para que o tratamento tenha efeito, é preciso que o paciente e família tenha um suporte emocional. “O diagnóstico é uma sentença para quem o recebe e muda completamente a vida do paciente e da família. Quanto mais apoio eles tiverem, melhor será o resultado”.

A psicóloga explica que a chegada dos pacientes ao programa é a fase que demanda mais cuidado, pois é preciso escutá-los, tranquilizá-los e criar um vínculo para que o tratamento se desenvolva da melhor maneira. Conforme Débora, o atendimento em grupo é essencial, pois nestes momentos pais e filhos podem trocar experiências e também se apoiar. “A fragilidade é normal e nós estamos aqui para ajudar, para compreendê-los e ajudá-los a compreender. O resultado paga nosso trabalho, somos apaixonados pelo que fazemos”.

A atual coordenadora do Docinhos de Guarujá, Simone Alvares dos Santos, começou a trabalhar no grupo como auxiliar de enfermagem, quando ele foi criado. Ao ser questionada sobre o balanço que faz dos 10 anos de trabalho no programa, ela se emociona. O brilho em seus olhos ao atender mães, pais e pacientes é visível, pois é um trabalho feito e movido pelo amor, como ela mesma diz. “Somos uma família e nos dedicamos para oferecer o melhor para eles. Isso aqui é minha vida, eu choro e rio com as mães. Faço esse trabalho com amor mesmo”, conta a coordenadora emocionada.

O trabalho, segundo a coordenadora, é permanente. O contato entre as famílias e a equipe se dá a qualquer momento que for necessário. Há inclusive um grupo em uma rede social para que eles possam trocar informações.

Em 10 anos de trabalho, o Programa de Atenção e Tratamento ao Portador de Diabetes Tipo 1, o Docinhos de Guarujá já recebeu diversos pacientes, alguns que já não freqüentam mais o grupo como pacientes, e sim como amigos. Amizade criada na dedicação, amor e união mútuos, com um único objetivo: mostrar aos diabéticos que eles podem ter uma vida saudável e feliz, como todo ser humano deve ter.

Diabetes
O diabetes Tipo 1 é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células produtoras de insulina. Na ausência da produção de insulina pelo organismo, a utilização diária de doses do hormônio se faz necessária para regularizar o metabolismo do açúcar. Sem insulina, a glicose não consegue chegar até as células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia.

O Docinhos de Guarujá atende crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, na Unidade de Especialidades, localizada na Avenida São João, 111, no Pae Cará, em Vicente de Carvalho. No local, além das consultas, ocorre a entrega dos insumos necessários para o tratamento. O serviço é oferecido gratuitamente.

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