Vacinação infantil evita riscos de sequelas da Covid longa, alerta médico | Boqnews
Índice de vacinação em crianças contra a Covid é muito baixo. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Importância da vacinação

08 DE OUTUBRO DE 2023

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Vacinação infantil evita riscos de sequelas da Covid longa, alerta médico

No entanto, apenas 11,4% das crianças brasileiras entre seis meses e cinco anos tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19.

Por: Elaine Patrícia Cruz
Agência Brasil

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Além de evitar casos graves da covid-19, a vacinação infantil contra a doença é fundamental para proteger as crianças de sequelas da infecção, a chamada covid longa.

A afirmação é de Clovis Artur Almeida da Silva.

Ele é professor titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP.

Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que terminou no sábado (7) em Goiânia (GO), o professor falou que essa vacinação é importante principalmente para crianças que tenham doenças crônicas, como as reumáticas.

“As vacinas mostraram segurança e resposta imune adequada, inclusive nos pacientes reumáticos e que tomam imunossupressores. Mesmo que eles tenham taxas menores de resposta, as vacinas combatem a infecção viral”, disse ele.

Dessa forma, a Covid longa assemelha-se a qualquer sintoma persistente após três meses da infecção pelo novo coronavírus.

Ou então, pelas complicações que surgem após uma infecção pelo coronavírus.

Assim, associadas a essa covid longa podem surgir problemas sérios.

Casos das miocardites (inflamação no músculo que bombeia o coração), os impactos emocionais e as dificuldades na aprendizagem.

“O vírus agride o cérebro e leva a sequelas. Leva à ansiedade e depressão também. Mas ainda não está claro quanto tempo dura isso [esses impactos]”, acrescentou Silva.

Estudo

Um estudo feito no Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP e publicada na revista Clinics identificou sintomas prolongados da covid-19 em 43% crianças e adolescentes três meses após a infecção.

Os sintomas mais presentes foram dores de cabeça.

Assim, reportadas por 19% do total de pacientes.

Dores de cabeça fortes e recorrentes foram a queixa de 9%, mesmo percentual disse ter cansaço.

A falta de ar afetou 8% e a dificuldade de concentração, 4%.

O professor destacou que, nesse estudo, cerca de 80% dessas crianças já apresentavam, antes da infecção, problemas crônicos como doenças reumatológicas, renais e oncológicas.

Esse estudo também identificou que as crianças que tiveram covid passaram a apresentar mais dificuldades de aprendizado do que as crianças que não tiveram a doença.

“As crianças e adolescentes que tiveram covid tinham significativamente valores menores do domínio escolar de aprendizado mostrando que esses pacientes, possivelmente, vão ter impacto no rendimento escolar, no aprendizado escolar”.

Para prevenir a covid-19 e a covid longa, reforçou o professor, é importante que as crianças sejam vacinadas.

Além disso, essas vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional.

No entanto,  não é isso que tem ocorrido no Brasil.

Assim, apenas 11,4% das crianças brasileiras entre seis meses e cinco anos tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19.

Dados do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em agosto.

“Já há estudos mostrando que a vacina diminuiu a covid, diminuiu a covid longa e que, quem tinha covid longa, melhorou mais rápido com a vacina”, disse.

“A grande questão é: vacine. Se tiver novas doses e novas vacinas, continue sendo vacinado”, aconselhou o professor.

 

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