O Plano Municipal de Prevenção e Controle às Arboviroses de 2025 de Santos foi aprovado na reunião do Conselho Municipal de Saúde na última terça-feira (26).
Além dos vírus da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana, a Secretaria de Saúde de Santos também ficará em alerta com a oropouche, pelo elevado potencial de transmissão e disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias em áreas urbanas.
Todas as doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, exceto a oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoidesparaensis.
Uma novidade no combate à dengue em 2024 foi a vacina, que está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Essa faixa etária foi a mais vulnerável nas últimas epidemias de dengue, pois à medida em que a população adulta vai sendo infectada pelos diversos sorotipos e adquirindo imunidade específica, as crianças se tornam o grupo populacional mais suscetível.
A vacina está disponível nas policlínicas de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, e aos sábados, das 9h às 15h30, em unidades que são informadas às sextas-feiras nos canais oficiais da Prefeitura de Santos. Para a imunização ser completa são necessárias duas doses, com três meses de intervalo.
Prevenção
A informação deve ser a principal ferramenta de prevenção contra as arboviroses. Sendo assim, o trabalho nas redes será imprescindível para minimizar o que está por vir.
O plano de contingência de 2025 está baseado em cinco eixos principais: Vigilância epidemiológica; Controle do vetor; Assistência ao doente; Mobilização da comunidade (educação, informação, formação e comunicação); Monitoramento e Avaliação.
“As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti são ininterruptas em Santos, mas anualmente atualizamos o plano contra as doenças transmitidas para avaliar as nossas estratégias e complementá-las de acordo com a evolução científica e o momento epidemiológico, como a chegada da febre oropouche ao Brasil. Também não deixamos de lado a zika, cujo último paciente registrado foi em 2019, e a febre amarela urbana, que o Brasil não tem casos desde a década de 1940”, afirma Denis Valejo, secretário de Saúde de Santos.
Em 2024, Santos registrou 5.128 casos de dengue, com 4 óbitos e 151 casos de chikungunya.
Principais estratégias para 2025
-Cobrança da notificação por todos os laboratórios privados do município de Santos dos resultados de exames, principalmente sorológicos contra arbovírus junto com uma ficha de relação dos sintomas dos pacientes
-Monitoramento das internações hospitalares com a realização de planilhas desses pacientes para melhor acompanhamento da evolução dos casos
-Investigação epidemiológica dos óbitos com análise de prontuários dos casos residentes em Santos
-Emissão de informes técnicos/boletins e alertas para as redes pública e particular, sempre que necessário
-Interface com a equipe de controle de vetores para a realização do bloqueio/nebulização nas áreas onde foram notificados casos suspeitos ou confirmados de arboviroses
-Realização de sala de situação, de acordo com o momento epidemiológico, para apresentação das propostas
-Manutenção dos visitadores hospitalares da Seção de Vigilância Epidemiológica comparecendo aos hospitais públicos e privados e aos laboratórios da Cidade para contribuir com a busca ativa dos casos suspeitos de arboviroses, retirando as fichas de notificação nesses locais
-Manutenção da vigilância sentinela das arboviroses com análise, interpretação e ações de controle com base nos vírus circulantes, bem como seus sorotipos
-Mobilização da comunidade e fortalecimento das relações intersetoriais internas à Prefeitura de Santos e externas
-Fortalecer o monitoramento sentinela de arboviroses no Município, a fim de detectar precoce e oportunamente os arbovírus circulantes na região, possibilitando o mapeamento da distribuição geográfica na Cidade, bem como adoção de medidas mais adequadas de enfrentamento das arboviroses, além de fornecer indicadores epidemiológicos que apoiem a definição de áreas prioritárias de intervenção
-Intensificar a Vigilância Baseada em Eventos, com foco especial na detecção e na verificação de rumores relacionados à transmissão vertical do vírus oropouche
-Realizar a coleta oportuna, consolidação, monitoramento dos casos e análise de informações referentes à transmissão vertical do vírus oropouche para antecipar possíveis surtos e adotar medidas de prevenção eficazes no Município
Enfrentamento ao Aedes aegypti
-Casa a Casa – programa de visitação de rotina aos imóveis
-Mutirão – varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
-Visitas aos imóveis especiais e pontos estratégicos – locais visitados mensalmente
-Imóveis especiais: grande circulação de pessoas – escolas, hotéis, shopping centers
-Pontos estratégicos: mais risco de criadouros – borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
-Nebulização – aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
-Armadilhas – Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
-Acompanhamento epidemiológico – notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
-Atividades Educativas – atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
-Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
-Atendimento a denúncias – feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria.
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