Calor acima de 30º, belas praias, e o desejo de perder o branco adquirido no inverno e pegar aquele bronzeado deitado na areia. Mas este prazer reserva perigos que são alertados por especialistas todos os anos e que passam despercebidos por muitos banhistas.
Foto: Luiz Nascimento |
São cuidados simples que podem garantir um verão mais tranqüilo e evitar dores de cabeça com problemas de pele que surgem pelo excesso de exposição ao sol em horários inadequados muitas vezes causando queimaduras de primeiro (ardor) e segundo graus (bolhas) e facilitando o surgimento de câncer de pele.
Apesar de oferecer baixo risco de morte, este é o tipo da doença mais incidente no Brasil e, se detectada tardiamente, causa úlceras e deformações graves, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer – Inca.
De acordo com a dermatologista Sônia Voss, toda vez que se toma sol sem proteção, ocorre agressão à pele, independente dela se tornar queimadura ou não. “Até os 18 anos, recebemos cerca de 70% dos raios solares que tomaremos a vida inteira e a pele funciona como a memória, guardando todas as vezes que ficou exposta e podendo desenvolver câncer a longo prazo. As queimaduras aumentam este risco. Por isso, é indispensável redobrar os cuidados com as crianças e adolescentes”, diz.
A radiação Ultravioleta A (UVA) permite que a pele ganhe cor gradativamente. Já a Utravioleta B (UVB) é a responsável por dar o bronzeado rápido e, portanto, é mais agressiva. Segundo Sônia, independente da diferença entre os tipos de radiação, a proteção ainda é a melhor maneira de não obter dores desagradáveis.
Protetores solares
Falando em proteger a pele, é preciso ficar atento em relação à forma de usar os protetores solares, pois não é recomendado permanecer o dia todo sob o sol, mesmo com o uso de cremes com altos níveis de proteção.
“O protetor é importante, mas ele não garante que a pele está livre dos raios o dia todo. O Fator de Proteção Solar (FPS) inibe a agressão por determinado tempo. Por exemplo, o creme com fotoproteção 60 protege apenas 2% a mais que o fator 30. A diferença é que o primeiro permite tempo de exposição maior que o segundo. O mais aconselhável ainda é que as pessoas evitem tomar sol entre às 11 e 15 horas, durante o horário de verão, e das 10 às 16 horas, nos demais dias do ano”, explica.
Independente de provocar câncer, as queimaduras originadas do excesso de sol também causam aparecimento de bolhas e manchas.
Métodos caseiros
Os métodos caseiros também podem ser arriscados, conforme Sônia, porque muitas vezes não se sabe qual o tipo de substância está sendo aplicada. “Existem as que deixam a pele mais sensível causando queimaduras. Um exemplo é o limão, que contém componentes fotossensíveis”, explica.
Já o bronzeamento artificial também não é indicado pela dermatologista, pois causa o mesmo dano à pele e ainda pode potencializar o surgimento de doenças. “O lúpus é uma das doenças que podem aparecer, caso haja predisposição genética. Acredito ser menos agressivo para a pele ir à praia desde que a pessoa se proteja”, salienta a médica.
Mais cuidados
Além do protetor solar e do horário, alguns cuidados devem ser observados, como usar chapéu, óculos e guarda-sol, cuja cobertura não seja fina, o que facilita a passagem dos raios solares. A dermatologista diz que já existem no mercado roupas confeccionadas com tecidos próprios para o sol. “Há uma linha de produtos que são fabricados com materiais que trazem Fator de Proteção Solar, mas se a pessoa não os tiver, pode substituí-los por uma roupa comum”, diz.