Sexóloga aborda sobre o combate contra o abuso sexual no meio digital | Boqnews
Foto: Vinícius Dantas

maio laranja

16 DE MAIO DE 2025

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Sexóloga aborda sobre o combate contra o abuso sexual no meio digital

Coordenadora da CEVISS, Christiane Andréa informa maneiras de identificar se crianças e adolescentes estão sendo vítimas de abuso sexual

Por: Da Redação

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Neste domingo (18) é o Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Aliás, maio é marcado por uma campanha tão importante quanto a data, que é o Maio Laranja, que foca na conscientização da sociedade para combater o abuso e violência sexual infantil.

Quem aborda esse assunto é a coordenadora do CEVISS – Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil, a sexóloga e escritora, Christiane Andréa. Ela participou do programa Jornal Enfoque da última quarta (14).

Maio Laranja é uma ação nacional de conscientização do Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil. Este ano comemoramos 25 anos de mobilização nacional contra a violência sexual infantil. Acontece neste mês porque dia 18 de Maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído pela Lei nº 9.970/2000.6 de mai. de 2025.

Essa mobilização é importante para chamar a atenção da sociedade para um tema que é tão imprescindível nos dias atuais.

Combate

Christiane explica que a Comissão elabora, acompanha e monitora o Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil, promove e articula ações de prevenção das violências sexuais em parceria com algumas secretarias e equipamentos da prefeitura, com entidades formadoras, assim como também com CM-PETI – Comissão Municipal de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

“A questão da exploração sexual infantojuvenil hoje é uma grande dificuldade para todos que fazem parte da rede de proteção porque tudo acontece de forma online e não conseguimos  acessar”, explica a coordenadora.

Dados

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) e a Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep), sobre as notificações de violência sexual por faixa etária em Santos foram registrados 95 casos entre menores de 1 ano até 19 anos em 2019.

Já o total de notificações que abrangem menores e maiores, o número chega a 146.

Já em 2020 os números foram de 56 casos entre menores e 68 no total. Em 2021, 73 notificações e 97 no total.  Desse modo, em 2022, 68 casos e 95 no geral. Em 2023, 54 casos e 82 no total.

Além disso, sobre os casos de violência sexual pela região de ocorrência em Santos, nos anos de 2019 a 2023,  a orla teve o número maior com 133 notificações, com 31% do total de 429 casos registrados nas regiões da Cidade.

A Zona Noroeste registrou 95 casos, 22,1% do total. Morros, 73 notificações, 17% do número em geral. A Área Continental obteve apenas 15, com 3,5% dos 429 casos. Já o Centro apresentou 60 tipos de violência, com 14% do total. E a região não informada, onde as vítimas não comunicaram o bairro em que ocorreu a violência foram 53, 12,4% do total.

Agora sobre números em geral, Santos teve 146 casos de violência sexual em 2019, 68 em 2020 e 97 em 2021. Já no ano seguinte foram 95 casos e em 2023 foram 82.

Contudo, sobre dados mais recentes, em 2024 foram registrados 71 casos e até abril de 2025 foram 7 casos.

SSP

Outros dados importantes segundo o painel estatístico da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) é que em Santos houve um crescimento nos casos de estupros de vulneráveis. Assim, no 1° trimestre de 2024 ocorreram 16 casos, já em 2025 foram 20 no mesmo período.

Guarujá apresentou 22 em 2024 e caiu para 13 em 2025. Assim como Cubatão, que de 6 casos em 2024 caiu para 1 em 2025.

A única cidade que se manteve foi Bertioga com 10 em ambos períodos.

Já sobre as cidades que também subiram juntamente com Santos, São Vicente teve 7 casos em 2024 e 14 em 2025. Em Praia Grande foram 20 em 2024 e 22 em 2025. Peruíbe teve 9 casos em 2024 e aumentou para 11 em 2025. Mongaguá teve 6 estupros de vulneráveis em 2024 e 7 em 2025. Já Itanhaém de 10 casos em 2024 subiu para 11 em 2025.

Portanto, ainda que por um acréscimo de 2,83%, a região da Baixada Santista apresentou nesse 1° trimestre 109 casos contra 106 do ano passado.

 

Cuidados

A sexóloga menciona sobre os sinais mais comuns que pais, educadores e profissionais de saúde devem observar para identificar casos de abuso sexual infantil.

Fique atento a mudanças repentinas no comportamento de crianças e adolescentes, como: Isolamento e dificuldade de socialização; Medos excessivos e ansiedade; Alterações no sono e apetite; Irritabilidade e agressividade; Automutilação; Regressão a comportamentos infantis; Queixas de dores ou desconforto físico, especialmente na região genital; Conhecimento sexual precoce ou inadequado para a idade; Desenvolvimento de segredos e mentiras; Evitar certos lugares ou pessoas e baixo rendimento escolar.

Meio digital

A especialista também informa que a presença crescente da tecnologia na vida de crianças e adolescentes levantou preocupações sobre a sua segurança no mundo digital, especialmente à luz do aumento do abuso sexual infantojuvenil online”.

“Os dados de pesquisas sobre violências sexuais nos mostram que houve um aumento absurdo nos casos que envolvem estupro de vulneráveis, pornografia Infantil, sextorsão entre outros crimes cibernéticos. Estes crimes tomaram grandes proporções por causa da utilização da Inteligência Artificial que auxilia os abusadores em determinados crimes.”

Códigos

Aliás, abusadores têm utilizados novos códigos em aplicativos e plataformas de games.

“É preciso ficar alerta com perfis que possuem o símbolo de bola de baseball que significa que o perfil gosta de ter relações sexuais com crianças e adolescentes. O mesmo podemos dizer quando percebemos que alguém manda ou curte uma postagem com coração roxinho indica desejo sexual”, explica a sexóloga.

Assim como, as pílulas vermelhas e amarelas simbolizam os grupos de jovens meninos misóginos que odeiam meninas e em nome desse ódio cometem violências contra elas.

“Acredito que a informação, o diálogo e o acolhimento de nossas crianças e adolescentes são a melhor arma contra as violências”, conclui Christiane.

 

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