Seja por conta da estética ou por incômodos físicos, as varizes são bastante indesejadas pelas mulheres. Apesar delas terem oito vezes mais propensão a esse problema, não são as únicas atormentadas com isso. Os homens também possuem varizes. Isso porque, além delas surgirem por questões hormonais (anticoncepcionais, gravidez), são originadas, sobretudo, por conta da hereditariedade.
Formação
Segundo o cirurgião vascular e docente na disciplina, Mariano Gomes, a variz nada mais é do que uma veia superficial, dilatada, tortuosa (caminhos em curvas) e que não cumpre a sua função, que é recolher o sangue de todas as partes do corpo e levá-lo para o coração bombeá-lo.
“Dentro de cada veia há um conjunto de válvulas que abrem para o sangue subir e fecham para que ele não desça por conta da gravidade. Trata-se de uma espécie de anti-refluxo. Quando eles ficam deficientes, surgem as varizes’’, explica Mariano, que ressalta ainda que nem toda veia superficial e volumosa é necessariamente uma variz. Ela só passa a ser quando ocorre insuficiência nos vasos.
Elas também acontecem porque as paredes da veia ficam mais enfraquecidas e o sangue vai forçando a passagem e consequentemente as dilata. Podem acontecer em várias regiões do corpo, sobretudo nas pernas.
Sintomas e Diagnóstico
Dor nas pernas, fadiga, sensação de queimação, formigamento e inchaço são os sintomas recorrentes em um quadro clássico de varizes. Altas temperaturas tendem a intensificar o cenário.
“Com a exceção de quando o paciente surge com veias exuberantes, o diagnóstico é feito a partir de uma entrevista do médico com o paciente e com o auxílio de um ultrassom vascular, um exame não-invasivo, que possibilita a avaliação do especialista da condição dos vasos”.
Tratamentos
Feito isso, o médico indica um tratamento clínico, que se baseia em mudança de comportamentos, como dormir com os pés elevados, realização de caminhadas regulares, uso de medicamentos flebotônicos (que ajudam no funcionamento das veias e diminuem os sintomas) e principalmente as meias elásticas.
Gomes salienta que ela é essencial porque traz conforto clínico e estético. “Ela ajuda a bombear o sangue de baixo para cima, ao contrário da meia comum que só tem o elástico na parte superior, o que acaba garroteando a pele e piorando o quadro”. Em casos de dor extremamente aguda, uma boa dica é calçar a meia elástica com os pés estendidos.
Cirurgia
De acordo com Gomes, todo caso de variz tem indicação cirúrgica. “Trata-se de uma veia doente, que deve ser removida para evitar complicações futuras. Qualquer uma pode ser excluída, uma vez que as demais suprem a função daquela extraída”, esclarece. Mesmo a veia safena (a mais extensa do corpo humano), quando insuficiente, pode ser sacada sem qualquer prejuízo ao paciente.
Antes do procedimento, são feitas consultas com cardiologista e anestesista, além de um check up clínico. A operação constitui-se em pequenos furinhos por onde são retiradas as veias com um gancho cirúrgico, dependendo do tamanho do vaso. Esse método possui cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos planos privados.
O pós-operatório é bastante ameno. Após poucas horas de repouso, recomenda-se, inclusive, uma caminhada para ajudar na circulação. Há também uma técnica conhecida como escleroterapia (injeção de uma substância na veia doente que fecha e cicatriza o vaso), que pode ser uma alternativa à operação. A cirurgia a laser, apesar de não ser incluída nos planos nem no SUS, é mais uma opção aos pacientes.