
No começo, as manchas que aparecem na pele são pequenas. Elas vão aumentando ao longo do tempo. No tratamento, são usadas pomadas específicas para retardar a evolução
Você provavelmente já viu uma pessoa com manchas brancas na pele ou associa essa doença com famosos, como, por exemplo, o cantor Michael Jackson. O vitiligo caracteriza-se justamente pela perda gradativa de melanina na pele, deixando alguns pontos do corpo com uma tonalidade diferente da cor do paciente.
No último dia 25, foi comemorado o Dia Mundial do Vitiligo, data esta que coincide propositalmente com a morte de Michael Jackson. O astro pop foi quem mais divulgou a doença pelo mundo, após ser acusado muitas vezes de querer mudar de cor ao longo da vida.
Os principais locais que a disfunção atinge são os genitais, cotovelos, joelhos, face, extremidades dos membros inferiores e superiores (mãos e pés). A patologia não é contagiosa e não causa danos à saúde, no entanto, as pessoas que têm vitiligo sofrem constantemente bullying, o que gera transtornos emocionais graves.
Outra celebridade que possui a enfermidade é a modelo canadense Winnie Harlow. Após ser vítima de inúmeros preconceitos na infância e adolescência, ela quebrou todos os paradigmas da industria da moda e, hoje, é uma das profissionais mais cortejadas do ramo para desfiles e comerciais.
Segundos pesquisas, o vitiligo afeta cerca de quase 2% da população mundial. A patologia é dividida em três teorias: neural, auto-imune e citóxica.
Na teoria neural, os sintomas começam na região de um nervo ou pinta e é provocado por substâncias que destroem as células que produzem melanina.
Na autoimune, o próprio organismo da pessoa produz anticorpos que atacam as células produtoras de pigmento. Esse quadro pode estar atrelado a outras doenças como diabetes e tireóide, por exemplo.
Já na teoria citóxica, a pele vai embranquecendo a partir do contato com substâncias como a hidroquinona, presente em materais feitos de borracha e em alguns tecidos.
O dermatologista Jorge Tadeu Lopes salienta que no período da adolescência e também na faixa etária dos 30 anos a incidência da enfermidade é maior. “Na puberdade e entre os 30 anos acontecem mais casos. É bom lembrar que esse quadro ocorre mais em mulheres do que em homens”.
Lopes comenta que, com o vitiligo, as chances de câncer de pele aumentam caso não haja cuidados de prevenção, como a utilização corriqueira de protetor solar. “A pessoa terá uma região sem proteção, então, se ela ficar pegando sol constantemente, poderá desencadear câncer de pele, mas isso não quer dizer que o indivíduo não possa pegar sol”.
No começo, as manchas que aparecem na pele são pequenas. Elas vão aumentando ao longo do tempo. No tratamento, são usadas pomadas específicas para retardar a evolução.
Todavia, as chances de cura definitiva da doença são mínimas, pois há regiões no corpo que dificilmente recuperam a tonalidade anterior.
Recentemente, a Escola de Medicina de Yale, uma das universidades mais respeitadas dos Estados Unidos, fez um estudo em que o Tofacitinib, medicamento desenvolvido para casos de artrite, ajudou na recuperação de pigmento de um paciente com vitiligo.