A xerostomia ou hipossalivação, popularmente conhecida como falta de saliva na boca, é uma doença que gera incômodo, feridas e até mesmo pode desencadear outros problemas, como cáries, por exemplo. O Ph fica ácido e ocasiona erosões, infecções por toda a região bucal e, em casos mais graves, a deterioração dos dentes.
Os indícios de que o indivíduo apresenta o distúrbio salivar são, justamente, a sensação da boca seca e o mau hálito. Normalmente, cada ser humano secreta por volta de um litro de saliva por dia, quantidade regulada pelo sistema nervoso autônomo, que controla a digestão.
A perda do apetite, dificuldade na hora de engolir e de sentir o gosto dos alimentos são outras situações constantes em quem tem a disfunção. Os idosos são os que mais sofrem com esse transtorno, porém a xerostomia independe da idade.
O dentista Roger Vasconcellos comenta que as pessoas mais velhas acabam diminuindo a produção da saliva. “Eles vão tendo cada vez mais a sensação de boca seca e um problema é que as próteses dentárias não ficam presas e acabam caindo. Isso gera um incômodo e machuca a boca do paciente”.
A saliva tem função antisséptica, ajuda na digestão e na fala. Quando essa secreção apresenta problemas, aumentam os riscos da boca ficar desprotegida de bactérias e surgirem rachaduras na língua.
As causas da xerostomia são diversas. Estresse, problemas nas glândulas salivares, diabetes e sintomas decorrentes de tratamentos cancerígenos são as principais delas. Muitos medicamentos também influenciam na produção de saliva e podem provocar a hipossalivação como efeito colateral.
Os usos demasiados de antidepressivos, calmantes, antialérgicos e remédios diuréticos também ocasionam a patologia.
Vasconcellos aconselha que as pessoas se hidratem bastante e tenham cuidado na hora de praticar receitas de emagrecimento. “Hoje em dia todo mundo quer fazer dieta e não têm noção de que alimentos inadequados fazem com que se altere a produção salivar”, diz.
O dentista também explica que, em meio a tratamentos, existe a possibilidade de produzir saliva artificial em farmácias de manipulação. “Especialmente em idosos, a saliva artifícial é uma fórmula que a pessoa coloca na boca e acaba estimulando a saliva. Mesmo não sendo igual a de uma pessoa normal, esse método ajuda bastante”.
Em contraponto, existem individuos que salivam excessivamente. Nesses casos, a dificuldade de engolir é o principal fator que eleva a produção da secreção. Aparelhos e dentaduras também podem fazer com que a haja a disfunção.
Nesse quadro, Vaconcellos explica que o tártaro é frequente. “A salivação em excesso faz com que o Ph fique alcalino e a partir disso as placas bacterianas se reproduzem. O método mais adequado é efetuar a raspagem para tirar esse tártato ou restaurações para amenizar as dores que acabam dando sensibilidade”.