Ainda nos resta o pensamento | Boqnews

Campo Neutro*

27 DE MAIO DE 2014

Siga-nos no Google Notícias!

Ainda nos resta o pensamento

Temos uma oposição fraca, que recuou no primeiro momento em que sentiu que também poderia ser atingida no auge da crise política de 2005, sob o pálido discurso de que a economia poderia ser arrastada ao abismo.

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

SÉRGIO LUIZ AKAOUI MARCONDES, advogado
*texto publicado na página 2, da edição 997 do Boqnews

Pensar é um direito natural do homem. Nenhum regime político jamais conseguirá tolher a combinação de ideias, o ato de julgar, refletir e raciocinar – aquilo que guardamos dos fatos, sem exteriorizar. Também acarreta sofrimento, devora o homem, submete-o a imensos conflitos internos, mas ao mesmo tempo, é introspectivo e indestrutível, absolutamente pessoal, solitário, silencioso e ofensivo, e ao mesmo tempo o companheiro de todos os momentos. Pensar é existir já dizia o filósofo, sendo “melhor pensar para não dizer, que dizer para pensar depois”, na concepção do romancista português, Camilo Castelo Branco.

O pensamento por ser introspectivo, não se exterioriza, e quando voltado para a política, poupa os agentes de plantão de maiores enfrentamentos. Contudo, agir é fundamental. Conveniente para eles, eis que ficam a salvo de investidas diretas e acusadoras, livrando-os do julgamento público, pelo menos no que concerne a pessoa que pensa e os julga no silêncio do seu ser. Jamais saberão o que pensam os outros, todos silenciosos, julgando-os medíocres e incompetentes, quando não corrompidos pelo Sistema, alguns por fragilidade de caráter, outros por caráter já formado para tal fim.

O copo da paciência transborda a cada dia. A indignação faz parte do cotidiano, já não nos atinge como se fosse o primeiro trauma. Nenhum escândalo surpreende. A repetição e a gravidade dos fatos faz parte de nossos dias, como algo “normal”, o que é absolutamente preocupante para a sociedade como um todo. Saúde, segurança e educação totalmente falidas, e o dinheiro público se esvai. As diversas “bolsas sociais” se perpetuam no tempo. O programa “bolsa família”, ideia aceitável para combater a miséria, não foi capaz, ao longo dos anos, de ensinar a pescar, mantendo o miserável no estado em que se encontra, absolutamente dependente do “Estado”, refletindo escravidão institucionalizada, e um povo inculto, capaz de garantir o controle das massas e a manutenção da situação de fato.

O pensamento jamais será esmagado por qualquer regime político. Temos uma oposição fraca, que recuou no primeiro momento em que sentiu que também poderia ser atingida no auge da crise política de 2005, sob o pálido discurso de que a economia poderia ser arrastada ao abismo, devendo ser preservada. E a situação criou fôlego, recuperou-se. Estamos onde estamos no redemoinho das frustações. (…)
Passam-se os anos e a hipocrisia impera. Nenhuma ideologia, apenas o poder pelo poder. Não podemos generalizar, existem exceções e não são poucas, mantendo íntegra a esperança. Antes imaginávamos para os filhos, agora, certamente, somente para outras gerações. Sonhar é preciso. Pensar mais ainda, como agora, ainda que eles não saibam, mas agir é fundamental. A sociedade necessita agir com os meios legais que possui. Saber escolher é primordial, e quantas escolhas erradas se fizeram!

Os tempos sombrios devem terminar. Sociedade amorfa é a preferência daqueles que dominam as massas, sendo necessário pensar e ao mesmo tempo reagir, sempre.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.