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Natal

10 DE DEZEMBRO DE 2019

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CARTA AO PAPAI NOEL

Prezado Papai Noel, Estou prestes a virar sexagenário, embora com corpinho de 30 e mentalidade de 25. O Natal para mim sempre foi uma ocasião especial, não só pelos possíveis presentes, mas pela reunião de familiares, muitos, num clima alegre e amoroso, até que, um dia, não foi mais assim. Muitos discordam do significado do […]

Por: Da Redação

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Prezado Papai Noel,

Estou prestes a virar sexagenário, embora com corpinho de 30 e mentalidade de 25.

O Natal para mim sempre foi uma ocasião especial, não só pelos possíveis presentes, mas pela reunião de familiares, muitos, num clima alegre e amoroso, até que, um dia, não foi mais assim.

Muitos discordam do significado do Natal, até de forma radical, por vezes intolerante, em função de traumas ou de crenças religiosas. Mas o próprio nome já remete a nascimento, que também pode ser renascimento. No caso, trata-se de uma data simbólica para comemorar o natal de Jesus.

Ah, os presépios! Gosto dos mais simples, pois representam uma humildade que contrasta com o materialismo comercial e a soberba social e religiosa.

Lembro que “Reis” e “Rainhas” do rádio lançavam músicas temáticas nessa época: “Anoiteceu, o sino gemeu e a gente ficou feliz, a rezar”. O mesmo quanto a grandes empresas: “Dezembro, vem o Natal! Os presentes mais bonitos! As lembranças mais humanas!”, “Estrelas brasileiras no céu azul, iluminando de Norte a Sul”, “Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz”; algumas cantadas até hoje, até por quem não viveu aquele tempo.

Não é diferente em outros países, principalmente nos EUA, porém, lá, as músicas e filmes têm um viés diferente: falam muito de você, de neve, de luzes piscando e de árvores cheias de presentes, mas quase nada do aniversariante, e raramente sobre valores humanos mais nobres, que deveriam fazer parte do cotidiano.

Confesso que durante algum tempo fiquei um pouco frustrado com você, Papai Noel, por eu ter nascido no dia seguinte: um só presente, quase ninguém vindo comemorar meu aniversário, ainda enfastiados dos dias anteriores. Nem festa havia! O que só foi remediado quando eu já era adolescente. Por conta disso, me “desliguei” de aniversários.

Assim, o Natal era o ápice, enquanto meu aniversário era o anticlímax.

Mas isso foi só até encontrar Cecília, minha mulher, e ter meu filho, Guilherme.

Ela é uma estrela de primeira grandeza, que brilha em plenitude, ainda mais quando chegam os tempos natalícios! Eles, o maior e melhor presente com o qual eu jamais sonhei ou julguei merecer!

A grande vantagem é que eles são um presente, presentes todos os dias! Aliás, como o espírito de Natal deveria estar presente ao longo do ano, como um eterno renascer sem enfado. E eu já renasci várias vezes, pela graça de Deus, amor de entes queridos, preces e apoio de mais que amigos.

Esses não são presentes materiais, mas de valor inestimável ao espírito!

Nos recentes três anos, então, foram esses presentes que me ajudaram a superar algumas mortes. Cheguei até a pensar em buscar cidadania nos EUA, pois lá os gatos têm nove vidas, duas a mais do que aqui.

Depois disso, que presentes eu poderia pedir para você, caríssimo Nicolau?

Bem, para você, nenhum! Até porque você já deve ter muito trabalho pela frente, e tem bem mais de 60 anos, ao que consta, embora com corpinho… Bem, deixa pra lá.

Mas, a Deus eu peço humildemente que abençoe a todos os que são presentes em minha vida, e a todos os que são presentes na existência de quem quer que seja!

Feliz Natal!

 

 

Engenheiro, Professor Universitário (UNISANTA) e Escritor

Membro da Academia Santista de Letras

13 997723538

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