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29 DE DEZEMBRO DE 2014

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Denúncia Arrastão

Texto enviado por Marina Pioltine

Por: Da Redação

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Venho por meio deste denunciar a companhia de ônibus Rápido Brasil quanto a danos morais e materiais, omissão de auxílio após assalto e omissão de informação.

Descrição: Ontem, dia 26 de dezembro de 2014, comprei uma passagem de Santos para São Paulo no valor de R$21,21 (sendo ~R$1 referente ao seguro que a empresa oferece contra acidentes). O horário de partida foi às 16h45 e a placa do ônibus era GDH – 0990 (São Paulo, SP). No ato da compra apresentei meu documento de identidade, conforme solicitado.

Havia 27 passageiros, incluindo pessoas vulneráveis (idosos e crianças, um casal de japoneses que falava pouco português e uma família de holandeses que não falava nosso idioma).

Após pouco tempo de viagem, quando já estávamos na rodovia Imigrantes em alta velocidade, um passageiro levantou-se e se dirigiu ao motorista ao mesmo tempo que outro foi ao toilette do ônibus. Instantaneamente a isso, já anunciaram o assalto. Este primeiro homem, apontava uma arma para a cabeça do motorista, enquanto o homem de trás gritava para todos entregarem tudo. Mais 2 passageiros se levantaram, e desses 4 bandidos, 3 estavam armados (arma de fogo).

Levaram tudo de todos, bolsas, mochilas, joias, relógios, carteiras, bonés, etc. Eu tive uma perda documentada em boletim de ocorrência, com itens desde remédios e roupas até itens onerosos como jóias, óculos e presentes de Natal que ganhei no dia anterior.

Após minutos de muita agonia e desespero, os 4 homens (todos jovens com menos de 25 anos, aparentemente) gritaram para o motorista parar o ônibus. Toda a ação desses infratores se deu de forma muito agressiva. O motorista então parou no acostamento e os 4 saíram correndo para dentro do mato que havia ao lado da estrada, saindo brevemente do campo de visão de todos.

Os assaltantes anunciaram que era para o motorista seguir viagem, pois havia um carro atrás nos seguindo (o que era mentira). Isso aconteceu em Cubatão, próximo à Santos.

Depois de menos de 1 quilômetro vimos um posto de Polícia Rodoviária e todos muito assustados pedíamos para o motorista parar o ônibus. Ele não queria parar e inclusive acelerava, quando todos começamos a gritar e brigar para que ele parasse.

Então, algumas pessoas desceram do ônibus (eu não, pois não estava em condições de me mexer após o susto) e avisaram os policiais, que saíram rapidamente em 6 carros atrás dos ladrões. Fomos orientados a fazer um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima que era em Cubatão. Fomos seguindo um carro da polícia que nos indicou o caminho. No meio do percurso algumas pessoas desceram do ônibus e desejaram entrar no próximo ônibus da empresa para seguir viagem para São Paulo e fazer o boletim de ocorrências lá. A maior parte se manteve unida e ainda assustada para seguir até a delegacia de Cubatão.

Então na delegacia, foi feito um boletim constando os dados que foram roubados de cada passageiro.

Após horas perdidas para o registro dessa ocorrência, seguimos viagem (algumas pessoas desejavam voltar para Santos e outras voltar para São Paulo). Foi aí que, novamente (e sem controle algum), o ônibus parou na estrada após encontrar outro ônibus da companhia, e pediu para que nos levasse para São Paulo (os passageiros que tinham essa opção). Nós descemos no acostamento e subimos ao novo ônibus. Os restantes voltaram para Santos com o primeiro motorista. As decisões para voltar foram as mais diversas: medo de seguir viagem, compromisso perdido em São Paulo, ou simplesmente porque todo o dinheiro havia sido levado embora.

Eu segui viagem para São Paulo, mesmo de mãos vazias, já que perdi documentos, dinheiro e tudo o que eu tinha. Mas precisava voltar para casa. Chegando em São Paulo, fui diretamente ao guichê da viação Rápido Brasil no Terminal Rodoviário Jabaquara e solicitei falar com o gerente para que eu recebesse algum auxílio já que não tinha dinheiro nem para pegar um ônibus. Eu estava acompanhada por mais alguns passageiros na mesma situação.

Fui atendida por uma moça chamada Luciana, a qual nos tratou muito mal e dizia alto e ironicamente “mas o que a gente pode fazer? não é culpa da empresa que isso aconteceu!”. Eu então disse que também não é culpa do passageiro, fomos todos vítimas dessa situação absurda. Em seguida, o gerente Bruno nos atendeu e disse que poderiam nos dar uma passagem do metrô apenas. Uma terceira moça nos acompanhou para comprar a passagem, e a critério dela, ela deu mais 5 reais para um senhor que disse que também teria que pegar ônibus.

Após todo esse sufoco, cheguei em casa exausta próximo à meia-noite. Tive a sorte de poder contar com uma carona do metrô até onde eu moro.

Esse, sem a menor dúvida, é um caso que merece ação na justiça, e é o que irei fazer. Mas compartilho essa história com todos, para que conheçam o tratamento que recebemos nessa empresa, após esse arrastão.

Agora, as dúvidas que ficam: No ato da compra da passagem não há câmeras de segurança para identificar os ladrões? Qual foi a identidade apresentada para que eles conseguissem efetuar a compra? Diferentemente do que foi dito pela funcionária Luciana, a empresa tem TODA a responsabilidade pelo ocorrido, já que a empresa é que vendeu passagem para esses bandidos! Se a empresa não vendeu as passagens para esses bandidos, como o motorista os deixou entrar (já que ele destaca a passagem de cada passageiro)? Não há câmeras de segurança no ônibus? Não há nenhum sistema de segurança ou monitoramento? Por quê o motorista acelerou ao invés de parar no posto da polícia quando pedimos?

Como mencionei acima, muitas pessoas eram vulneráveis ou não instruídas para lidar com essa situação.

Infelizmente é por isso que muitos deixam passar em branco e a violência continua em nosso país. A empresa precisa prestar esclarecimento e me ressarcir, assim como a todos os envolvidos nesse trágico evento.

Compartilho com vocês a minha decepção com essa empresa e indico que escolham muito bem com quem viajar, e também que SEMPRE denunciem qualquer situação suspeita ou irregularidade que presenciarem. E deixo claro também que não aceitarei essa injustiça e que quero que a empresa se esclareça e assuma suas responsabilidades.

São viagens de 40 em 40 minutos de Santos para São Paulo, diariamente. Vocês tem o dever e condições totais de nos prestar auxílio em um momento desses. A minha perda foi grande, mas a perda maior é ficar em silêncio e deixar que episódios como esse sejam recorrentes e assombrem nossa população com o medo, a insegurança e a violência. O quê a empresa irá fazer nesse caso? E como podem ser explicadas todas essas dúvidas?

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