Escrevo para esse jornal a fim de pedir esclarecimentos quanto ao atendimento sigiloso que a Caixa de Assistência ao Servidor Público de Santos (Capep Saúde) vem alegando para não me fornecer informações. Essa caixa de pecúlio, de maneira sibilina, vem escondendo informações a respeito de guias médicas fornecidas a minha mãe, uma idosa de 86 anos. Há quatro anos, minha mãe fazia exames de rotina e nada dava de errado. Enfim, ela sempre teve boa saúde para uma idosa. Mas, de repente, essa Capep passou a lhe fornecer um número excessivo de guias médicas para exames complexos, como tomografia computadorizada, fisioterapias etc., além de receber cargas de radiações sem nenhuma necessidade e ser submetida a exames possivelmente com contraste, correndo risco de vida, o que não é nada difícil na área de saúde da Baixada Santista.
Como seus exames de rotinas sempre foram normais para uma pessoa em idade avançada, questionei o fato junto à Ouvidoria da Capep, já que a idosa está sendo levada a fazer isso por um filho mutuário, que nada entende de rotina de pessoas idosas.
A Capep tergiversou alegando que, se eu quisesse informações, deveria recorrer à Justiça. E que este assunto seria cabível somente ao mutuário. Quero ressaltar que o valor pago a esse convênio não sai do bolso do mutuário, mas do bolso da idosa. Por isso, entendo que Capep não está agindo de boa fé comigo, já que sou filha. Diante dessa situação, pedi um relatório à Capep a fim de saber a razão de tantos exames solicitados para a minha mãe idosa.
Já questionei que o idoso não é cobaia nem tampouco depósito de remédios. Infelizmente, hoje, no Brasil, o que se percebe é que muitos médicos receitam remédios indiscriminadamente, provavelmente levados por interesses subalternos de laboratórios e clínicas. Aliás, no ano passado, em viagem a Genebra, tive conhecimento da realização naquela cidade de um congresso promovido por um laboratório local, que contou com a presença de muitos médicos brasileiros, que foram convidados especialmente para o evento. Além disso, é de se ressaltar que, mesmo com a atual crise econômica, não se sabe de farmácias que tenham fechado as portas. Pelo contrário, nas avenidas de Santos, São Vicente e Praia Grande, o que mais se vê é uma proliferação de farmácias, muitas vezes umas vizinhas às outras.
Continuo aguardando um relatório da Capep explicando a razão de tantos exames e guias médicas para minha mãe.