Santos: a cidade do turismo ou das farmácias? | Boqnews
Foto: Divulgação/PMS Campanha para divulgar Santos

Opinião

09 DE FEVEREIRO DE 2018

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Santos: a cidade do turismo ou das farmácias?

O jornalista Rodrigo Bertolino analisa as dificuldades que Santos tem em ampliar sua potencialidade turística

Por: Da Redação

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Que Santos é um lugar histórico ninguém duvida. Porém, é atrativa aos turistas?

O que a cidade com o maior porto da América Latina faz para que os visitantes se encantem?

Temos o maior jardim de orla de praia do mundo, com paisagens enriquecedoras aos olhos e a mente.

Somam-se a isso as inúmeras estátuas que retratam a história do município e, em paralelo, a do Brasil.

Nosso aquário já foi por décadas o segundo ponto turístico mais visitado do estado de São Paulo.

A Vila Belmiro é um templo quase que obrigatório para os amantes de futebol. Foi dali que surgiram craques inesquecíveis do esporte bretão. Penso que o Rei Pelé merece uma estátua gigante em Santos.

Sem dúvidas, seria um dos locais mais fotografados do Brasil.

O Museu Pelé, inclusive, demorou décadas para sair do papel. E hoje não temos ações de marketing que estimulem as visitas. Muitas pessoas não sabem nem onde fica tal lugar.

Sonho também em ver o bairro da Vila Belmiro totalmente caracterizado com a história do alvinegro praiano. Algo nos moldes do bairro La Boca, em Buenos Aires, onde fica La Bombonera, do Boca Juniors.

Não podemos esquecer dos bondinhos, Bolsa do Café, da Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat, das belas igrejas, do Orquidário, Jardim Botânico, Museu da Pesca…

É inegável que temos atrações, porém, é o suficiente?

enho a impressão que Santos parou no tempo.

Para se ter uma ideia, segundo o Ministério do Turismo, a vizinha Praia Grande é o quarto lugar mais procurado por turistas no Brasil, ficando apenas atrás de São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, nesta ordem.

Há de se destacar o processo de desenvolvimento que Praia Grande teve nestas últimas décadas. E, tal avanço, se deu diretamente pela fomentação do turismo.

Por que Santos não olhou para o lado? Cadê os estudos e as ações para melhorar a qualidade das águas e das praias?

Onde estão os projetos para que o Centro Histórico, finalmente, seja atrativo e não um lugar propício a assaltos?

Eu ainda espero estar vivo para ver a chamada “Integração Porto-Cidade”, com nossos abandonados armazéns dando espaço a shoppings, restaurantes e gerando empregos aos santistas. Também pretendo ver a ponte entre Santos e Guarujá, mas isso já é utopia de minha parte.

A Zona Noroeste não pode ficar esquecida pelos governantes.

É preciso projetos para criação de novos espaços culturais e turísticos nesta região da cidade. O povo tem que ter oportunidade.

Os teatros santistas estão abandonados. São feitas inúmeras reformas onde vemos o dinheiro público indo pelo ralo. Não há respeito com a cultura.

Faltam casas noturnas, shows de grandes cantores a preços acessíveis. Falta muita coisa.

O tempo está passando e Santos continua estagnada.

Mas, enquanto você lia este texto, pode ter certeza, mais uma farmácia foi inaugurada.

(*) Rodrigo Bertolino é jornalista

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