Em 125 anos de história, o maior porto da América Latina terá – ao que tudo indica – um ano de avanços e importantes mudanças em seu acesso por mar e terra. Na última quinta-feira (2), data do aniversário do Porto, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, esteve em Santos para o anúncio de investimentos pelo Governo e participou também da apresentação de novos projetos da Codesp.

Presidente da Codesp, Alex Oliva, Ministro dos Transportes, Porto e Aviação Civil Maurício Quintella e o prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa
Um dos pontos de destaque foi o anúncio do contrato para dragagem de aprofundamento e adequação do canal de acesso ao Porto de Santos. Licitado pelo Governo Federal, o projeto prevê o aprofundamento do canal de navegação e das bacias de acesso aos berços de atracação do Porto, dos atuais 15 metros, em média, para 15,4 e 15,7. “Parece pouco, mas não é. Cada meio metro, representa mais de 100 conteineres por cada navio”, ressaltou Quintella que disse que o projeto deve se extender pelos próximos 11 meses.
Juntamente com o ministro, o diretor presidente da Codesp, Alex Oliva, anunciou a retomada da obra de alinhamento do Cais de Outeirinhos. “O cronograma será retomado após o final da temporada de cruzeiros deste ano”, disse Oliva. O ministro afirmou que os recursos federais para a continuidade desta obra já estão garantidos. “Estas obras, como o reforço do cais dos armazéns 12A ao 23, a Perimetral e a dragagem, são fundamentais para o aprimoramento do Porto, gerando impactos para a cadeia logística”, destacou.
Ainda neste ano, a autoridade portuária prevê a instituição do Sistema de Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (VTMIS) do Porto. “A implantação representa um novo marco de aprimoramento tecnológico a serviço do tráfego de embarcações”, destaca o presidente da Codesp Alex Oliva. O conjunto de informações permitirá, por exemplo, a eficiente gestão do canal de navegação para acesso ao porto.
Outro anúncio foi a construção da torre do Centro Integrado de Comando Operacional, que contemplará um pórtico com elevador panorâmico e escadas, equilibrando um disco, que abrigará o Centro Integrado de Inteligência Operacional. No nível abaixo ficará o espaço-mirante, de uso turístico, com implantação de elevador panorâmico.
Cenário Internacional
Apesar da crise nacional, o Porto de Santos atingiu em 2016 um total de 113,815 milhões de toneladas de cargas, sendo considerado como o terceiro maior movimento da história do complexo, apesar da redução de 5,1% verificada em relação a 2015. E o setor deve ser influenciado pelo cenário internacional, com os últimos anúncios do presidente dos EUA Donald Trump. De acordo com o especialista Hélio Hallite, universidades e intelectuais começam a estudar a partir de agora o fator Trump. “O presidente dos EUA ja sinalizou a ruptura de importantes contratos internacionais, defendendo o que pregou na campanha. O que a príncipio deixa o Brasil numa posição interessante. Temos que ver como o Brasil vai passar por este maremoto. Somos um parceiro importante, sendo os EUA o maior cliente. Mas no global, nosso mercado é pequeno e existe a possibilidade do Brasil ganhar mercados principalmente nos commodities”, destaca.
“É importante dizer que o Trump ainda é uma incógnita. Pode causar uma nova e positiva ordem mundial. Como pode terminar de bagunçar de vez o cenário”, diz. Para Hélio, todas estas mudanças vão exigir muita atenção do mercado, pois entrou-se numa nova era na relação entre os países.
Já para o ministro, não existe ainda um prognóstico de como isso afetará o setor portuário no Brasil, mas partilha da opinião do especilista ao dizer que se tratando de Trump é tudo uma incógnita.