O presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, deixou o cargo na última semana, após permanecer na função durante quatro anos e cinco meses sem conseguir alcançar sua principal meta: reduzir a crescente dívida acumulada da empresa, que tem a Prefeitura de Santos como maior acionista, de mais de R$ 300 milhões. Apesar da queda no déficit, a empresa opera no vermelho há tempos.
Sem solução II
Até que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa nomeie um novo presidente, o diretor financeiro e administrativo da empresa, Jeferson Novelli, ocupará provisoriamente o cargo. Dois nomes são cogitados: o do ex-secretário-adjunto de Assuntos Portuários, Frederico Abdalla, e do ex-presidente da Cohab Santista, Frederico Karaoglan. Este último por sugestão do deputado federal Beto Mansur (PRB).
Sem solução III
Coincidência ou não, a mudança de comando ocorre justamente em um momento em que a empresa é pressionada para vender ativos de sua propriedade para pagar dívidas, que incluem a Usina de Asfalto, na Alemoa, a Rodoviária, um imóvel na Av. Rangel Pestana, e seu próprio edifício sede e outra área contígua, no Gonzaga. No total, esse patrimônio está avaliado em R$ 223,5 milhões. Resta saber quem estará disposto a pagar por estas áreas e pelos valores avaliados.
Sem solução IV
A saída de Gonzalez também teria relação com o provável corte de empregados da empresa, conforme determinação do Prefeitura. Gonzalez, portanto, preferiu puxar o carro do que sofrer este ônus político.
Faca afiada I
Apesar dos esforços da Secretaria de Finanças em colocar em ordem as contas do Município é extremamente preocupante a situação financeira dos cofres municipais, especialmente em relação ao montante de liquidações a pagar, ou seja, pagamentos com fornecedores e prestadores de serviços que já executaram serviços, mas não foram ressarcidos.
Faca afiada II
Conforme levantamento no Portal da Transparência, a soma de débitos a fornecedores de janeiro de 2016 até a última sexta (22) chega a R$ 215,6 milhões, sendo R$ 86 milhões referentes a dívidas contraídas pela Prefeitura no ano passado e R$ 128,7 milhões nos primeiros meses deste ano.
O que está ruim, pode piorar
Outro indicador preocupante é o aumento progressivo da dívida fiscal líquida, que já chega a R$ 387,8 milhões, atingindo 18,98% sobre a receita líquida arrecadada. O montante está distante dos 120% limitados para gastos, segundo resolução do Senado Federal, mas preocupa. Até porque, quando a atual Administração assumiu, a Prefeitura tinha uma dívida de R$ 119,4 milhões. Portanto, um crescimento considerável de 224,7% contra a inflação de 34% medida pelo IPCA no período.
De olho em 2020
O presidente licenciado do PSD e atual ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, já decidiu: Santos terá candidato a prefeito em 2020. Para tanto, sonda potenciais nomes para disputar o cargo. O PSD, aliás, é aliado dos tucanos no Município.
Boa notícia
A exemplo do que já ocorre com os dados da Prefeitura, as informações das fundações, autarquias, Cohab, Prodesan e CET serão disponibilizadas ao público no novo Portal de Transparência a ser lançado pela Ouvidoria e Transparência ainda este mês.
Confuso
Quem lê o Diário Oficial não entendeu o motivo da Câmara publicar o mesmo demonstrativo de gastos com pessoal em duas ocasiões, mas com valores diferentes…
Quem responde?
Qual …
será a bomba política que Brasília detonará nesta semana?
Deixe um comentário